quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Georges Duby - Historiador e sua influência na visão e análise do relato histórico (História do Cerco de Lisboa)

(Livro no mural existente na Fundação José Saramago)

José Saramago reconhece a influência de alguns historiadores, na forma como encara o relato histórico nas suas obras. 
Na entrevista a José Carlos de Vasconcelos (Jornal de Letras, 18/04/1989), aquando do lançamento da obra "História do Cerco de Lisboa", Saramago faz a seguinte alusão a este processo, também ele formativo, e presente na forma de relatar a visão dos acontecimentos passados.

"Algum historiador o influenciou?"
" Traduzi livros de Georges Duby, e um deles, O Tempo das Catedrais, fascinou-me. Aí pude ver como é tão fácil não distinguir o que chamamos ficção, e o que chamamos história. A conclusão, certa ou errada, a que cheguei, é que, em rigor, a história é uma ficção. Porque, sendo uma selecção de factos organizados de certa maneira para tornar o passado coerente, é também a construção de uma ficção."


“O tempo das catedrais” de Georges Duby traduzido por José Saramago para a Editorial Estampa.

Em 1978, a Editorial Estampa publica “O tempo das Catedrais. A Arte e a Sociedade, 980-1420″ de Georges Duby com a tradução de José Saramago. O livro viria a ser re-editado, em 1993, na colecção Nova História.


Pequena menção a Georges Duby na Wikipédia (http://pt.wikipedia.org/wiki/Georges_Duby)
"Georges Duby (7 de Outubro de 1919 - 3 de Dezembro de 1996) foi um historiador francês, especialista na Idade Média.
Deu início à sua carreira universitária em Lyon, no ano de 1949, tendo sido posteriormente membro da Academia Francesa e professor do Collège de France entre os anos de 1970 e 1992. Foi um especialista em história medieval, lançou mais de 70 livros e coordenou coleções importantes, como a História da vida privada."

Carlos Vaz Marques entrevista José Saramago no programa Pessoal e Transmissivel



«A morte serve para que possamos continuar a viver»

Em 2005 na TSF, no programa Pessoal e Transmissível, José Saramago falou sobre a morte e disse não acreditar que a obra que escreveu fosse imortal. A TSF recorda aqui as convicções  e confissões do prémio Nobel da Literatura 1998 que morreu hoje, aos 87 anos, na sua casa na ilha espanhola de Lanzarote.

Aqui o link para ouvir a entrevista na integra