domingo, 13 de setembro de 2015

Blog/Livro O Caderno 2 - Post sobre "Eduardo Galeano" (24 de Abril de 2009)

Fotografia de Eduardo Galeano
Escritor uruguaio que faleceu com 74 anos

Aqui pequena menção sobre o escritos via El País http://cultura.elpais.com/cultura/2015/04/13/actualidad/1428928171_482353.html

Pode ser consultado e lido, aqui 
em http://caderno.josesaramago.org/37490.html


"Eduardo Galeano"
"Grande alvoroço nas redacções dos jornais, rádios e televisões de todo o mundo. Chávez aproxima-se de Obama com um livro na mão, é evidente que qualquer pessoa de bom senso achará que a ocasião para pedir um autógrafo ao presidente dos Estados Unidos é muito mal escolhida, ali, em plena reunião da cimeira, mas, afinal, não, trata-se antes de uma delicada oferta de chefe de Estado a chefe de Estado, nada menos que As veias abertas da América Latina de Eduardo Galeano. Claro que o gesto leva água no bico. Chávez terá pensado: “Este Obama não sabe nada de nós, quase que ainda não tinha nascido, Galeano lhe ensinará”. Esperemos que assim seja. O mais interessante, porém, além de se terem esgotado As veias na Amazon, as quais passaram num instante de um modestíssimo lugar na tabela de vendas à glória comercial do “best-seller”, de cinquenta e tal mil a segundo na classificação, foi o rápido e parecia que concertado aparecimento de comentários negativos, sobretudo na imprensa, tratando de desqualificar, embora num caso ou noutro com certos matizes benevolentes, o livro de Eduardo Galeano, insistindo em que a obra, além de se exceder em análises mal fundamentadas e em marcados preconceitos ideológicos, estava desactualizada em relação à realidade presente. Ora, As veias abertas da América Latina foi publicada em 1971, há quase quarenta anos, portanto, a não ser que o seu autor fosse uma espécie de Nostradamus, só com um hercúleo esforço imaginativo seria capaz de adiantar a realidade de 2009, tão diferente já dos anos imediatamente anteriores. A denúncia dos apressados comentadores, além de mal intencionada, é bastante ridícula, tanto como o seria a acusação de que a História verdadeira da conquista da Nova Espanha, por exemplo, escrita no século XVII por Bernal Díaz del Castillo, abunda, também ela, em análises mal fundamentadas e em marcadíssimos preconceitos ideológicos. A verdade é que quem pretender ser informado sobre o que se passou na América, naquela América, desde o século XV, só ganhará em ler o livro de Eduardo Galeano. O mal daqueles e outros comentadores que enxameiam por aí é saberem pouco de História. Agora só nos falta ver como aproveitará Barack Obama da leitura de As veias abertas. Bom aluno parece ser." (24 de Abril de 2009)




Recordar a edição da revista Blimunda de Setembro passado - #28 (09/2014)

Capa da edição #28

Enquanto o mês corre e não chega a próxima edição, recordamos para consulta e descarregar gratuitamente, aqui
em http://blimunda.josesaramago.org/2014/09/18/blimunda-28-setembro-de-2014/

«A história acabou, não haverá nada mais que contar», escreveu Saramago na última linha de Caim. Em 2009, quando terminou o último romance que viu publicado, o escritor abriu um documento no seu computador e anotou: «Afinal, talvez ainda vá escrever outro livro.»

O livro que Saramago estava a escrever quando, em junho de 2010, deixou de estar – como definia a morte – tem como título Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas e agora é, finalmente, dado a conhecer. É sobre a publicação da última história que Saramago quis contar que se centra a Blimunda #28, no seu dossier central. Além de um texto sobre o romance inacabado e de uma entrevista com Luiz Eduardo Soares, antropólogo e especialista em segurança pública que assina o prefácio da edição brasileira de Alabardas, alabardas, a revista traz as palavras de quatro editores envolvidos no processo de publicação do romance.

Também em destaque na edição de setembro da Blimunda o registo fotográfico de João Pina sobre a Operação Condor, aliança forjada entre os regimes militares e ditatoriais de vários países do Cone Sul da América e a CIA, nos anos 70 do século passado. O texto sobre o livro do fotógrafo português é assinado por Sara Figueiredo Costa.

Na secção Cinema, João Monteiro apresenta a segunda parte do seu artigo sobre literatura negra e cinema negro.

Andreia Brites e Sérgio Machado Letria estiveram em Beja, nas Palavras Andarilhas, de onde trouxeram uma deliciosa conversa com a escritora e pedagoga colombiana Yolanda Reyes, que há mais de trinta anos se dedica à mediação e promoção da leitura.

Para fechar a revista, a Saramaguiana recupera o manifesto de José Saramago contra a Guerra no Iraque, apresentado publicamente na Porta do Sol – Madrid, em 2003, diante de centenas de milhares de pessoas que se manifestavam contra mais um episódio de uma história feita de guerra e de barbárie."