sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Já conhecem a loja/livraria da Fundação José Saramago?

Casa dos Bicos – Sede da Fundação José Saramago

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Roteiros de Leitura da obra de teatro "A Noite"

Roteiro de Leitura
Peça de Teatro "A Noite", encomendada por Luzia Maria Martins
Caminho, 2.ª edição - 1987

Um roteiro não nos mostra o local físico, porém, 
nos orienta pelos caminhos a percorrer até ao seu destino.
São 36 pontos de interesse, de 2 actos e em sucessão, tal como se pode imaginar e idealizar num trajecto entre o ponto de partida e o de chegada. Pelo meio, um caminho percorrido. 

O drama e tensão passados na redacção de um jornal afecto ao anterior regime. 
Acção decorre no fim da noite de 24 de Abril de 1974.
(5 a 8 de Dezembro de 2015)

(Saramago junto do elenco)


Peça de teatro A Noite

Nota interna:
Valadares é um elemento central na facção de apoio ao Director juntamente com parte da redacção
Torres, Cláudia e Jerónimo da Tipografia serão a outra parte da força que se vai rebelando


Primeiro Acto
1 - Valadares e o exame prévio (Coronel Miranda), cordialidade e solidariedade no trato

2 - Valadares lambe bota do Director (a propósito de uma nova 1.a página de última hora)

3 - Director e a posição do jornal perante o regime (o jornal é uma força), 
alusão ao caso do 16 de Março

4 - Torres o homem do trabalho da província e seus correspondentes, 
tem um tom de algum confronto com o Valadares

5 - Notícia da Guarda posta no prego. Torres confronta Valadares. Valadares usa do poder. 
Jerónimo acalma dizendo um manda os outros obedecem. Conformação

6 - Confronto entre Jerónimo e Valadares, ameaça de  participação contra Jerónimo

7 - Jerónimo conta com o Torres e a estagiária Cláudia, 
os restantes estão com Valadares. Agitação geral

8 - Valadares e Fonseca conversam sobre alguma inquietação 
no parlamento ainda no rescaldo do 16 de Março

9 -Valadares subserviente e o Director  que lê o texto para a 1.a página "Cultura e águas turvas"

10 - Valadares confidencia ao Director os casos/indisciplina de Torres e Jerónimo

11 - Valadares faz a última chamada para o coronel. Não há mais cortes

12 - Pinto o redactor desportivo entra com a notícia do 
jogo do Benfica e as anedotas do Agostinho Neto e Samora Machel

13 - Josefina que acha o barulho da redacção algo reprovável e a estagiária 
Cláudia que remata com uma alusão indirecta ao "quanto mais silêncio melhor"

(Capa da edição original)

14 - 22:55 no rádio anuncia-se a música de Paulo de Carvalho "E depois do adeus"

15 - Diálogo entre Valadares e Torres, este displicente e frio 
o outro tentando ser conciliador e capaz de exercer o poder

16 - Longo vai a conversa, Valadares tenta por todos os meios desmontar a atitude de Torres. 
Vem à baila os jornalistas que não cumprem o dever isento de informar e a objectividade do jornal, 
o dono do dinheiro é o dono do poder

17 - Depois desta conversa o rádio do Faustino passa a "Grândola Vila Morena"

Nota interna:
Existem laivos de intimidade entre Valadares e Esmeralda, secretária da Redacção.
Solidariedade ou subserviência de Valadares para com o Director e o jornal do regime. 
Quase toda a redacção tem o costume e a passividade solidária para com Valadares.

(Imagem do cenário e do decorrer da peça)


Segundo Acto
18 - Diálogo entre Torres e Cláudia. Ela demonstra total solidariedade e colagem à postura dele. Torres lança-lhe o aviso para não ser muito próxima, pode ser queimada

19 - Cláudia é seriamente avisada pela redacção para não ser alinhada com Torres

20 - Agitação. Torres recebe uma visita inesperada. As tropas estão a cercar Lisboa. 
Comenta com Cláudia. Nervosismo e dúvida quanto ao passo a dar

21 - Torres consegue falar com Jerónimo (Tipografia) e informar das movimentações militares

22 - A Tipografia em peso sobe à Redacção e toma posição "O que é que o jornal vai fazer?"

23 - Valadares apanhado de surpresa. Torres e Cláudia disfarçam. A Redacção está em polvorosa

24 - Fonseca (redactor parlamentar) confronta os tipógrafos e quer respostas. 
Valadares sente-se ultrapassado e toma palavra

25 - O jornal está dividido. Valadares, Fonseca e restantes de um lado, 
contra, Torres, Cláudia e Jerónimo. A Tipografia em festa

26 - Torres sai para a rua. Valadares tenta saber o que fazer. Telefona ao Director e ao General. 
Não há informações. Os outros jornais também estão sem dados ou não os divulgam

27 - Novo confronto entre Jerónimo (oficina) e Valadares (alinhados), 
este com Cláudia que é ameaçada de despedimento. Torres na rua. 
Fonseca num diálogo duro com Valadares por não ter força perante os desalinhados

(Imagem da encenação da peça - 2013)

28 - Director e Administrador chegam e reúnem-se com Valadares para perceber o ponto da situação

29 - Cláudia e Jerónimo com outros apoiantes da oficina exigem falar com o Director. 
Que pensa o jornal fazer com uma revolução na rua?

30 - Violenta intervenção de Jerónimo contra o Director e os interesses que representa. 
Cláudia alvo de ameaça por parte dos alinhados com Valadares

31 - Director e Administrador debatem a decisão de suspender ou não o jornal. Decidem por duas tiragens, uma sem revolução e uma suposta segunda com os dados a apurar

32 - Valadares e o medo da reacção da Oficina. 
Director e Administrador afrontam Jerónimo e o pessoal oficinal

33 - O Administrador comunica e Jerónimo recusa que a primeira edição não tenha menção à revolução. Cláudia refere o jornal como estando ao serviço do fascismo. 
Leva ordem de despedimento

34 - Torres regressa exuberante. Confirma-se a revolução dos militares contra o regime. 
Escreve umas linhas que o Director pretende avaliar e Jerónimo não permite. 
Rolam as impressoras. As rotativas fazem o seu trabalho

35 - Director agarrado ao telefone faz contactos a avisar o que se passa. 
Manda queimar tudo para não serem comprometidos

36 - Os grupos reagem ao andamento. Não há-de parar



Imagens e recordações - 17 anos de Prémio Nobel

(A medalha)

(Pilar del Río e o vestido vermelho, que iria ter uma segunda vida)

(Momento de Pilar del Río aquando da instalação da FJS)

(Momento em que José Saramago recebe a distinção)

(O discurso que marcou uma nova etápa)