Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Livro de Visitas de "A Casa" com musica de Luis Pastor... as páginas e os testemunhos


"Llegar cada mañana a La Casa de José Saramago en ‪#‎Tias‬, ‪#‎Lanzarote‬, abrir puertas y ventanas, arreglar las flores y colocar en pequeños jarrones, cortar alguna ramita del olivo del jardín y dejarla sobre la mesa de José en el despacho, poner un disco y dejar que la música nos envuelva, encender la cafetera y que toda la casa huela de nuevo a vida y a café, es uno de los mayores placeres que nos regala el día a quienes amamos a ‪#‎Saramago‬ y trabajamos por mantener siempre viva su obra y su memoria. Ahora bien, igual que los libros no se entienden sin sus lectores, La Casa Museo de José Saramago no tendría sentido sin sus visitantes, las personas que la recorren y habitan cada día, las que leen el fragmento de un libro en su despacho, las que después se sientan en la cocina disfrutando un aromático café portugués, pasean por el jardín, acarician los libros en la Biblioteca, y a veces, además de su respeto, admiración y cariño, nos dejan sus impresiones en el libro de visitas.
Es gracias a estas personas que nos visitan que A Casa de José Saramago sigue estando tan viva, con este pequeño vídeo queremos transmitir nuestro cariño y gratitud a todas las que nos visitaron a lo largo del año 2014, e invitar a las que aún no han podido venir, o se quedaron con ganas de volver, la casa de José Saramago, A Casa, está abierta para ustedes. Les esperamos!"

Para consulta do texto original, em 

Para consulta da página "José Saramago A Casa", e todos os conteúdos, em

"Janela Aberta" do antigo RCP de Aurélio Gomes - ...quando Saramago apareceu de surpresa no programa

Já aqui tinha mencionado (abrir link abaixo) o episódio em que José Saramago e Pilar del Río, surpreenderam com a sua visita, Aurélio Gomes e restante equipa, numa emissão do programa "Janela Aberta" do extinto Rádio Clube Português. Esta emissão, dizia respeito à estreia do filme "Blindness", baseado na obra "Ensaio sobre a Cegueira", e que a dupla radiofónica que conduzia o programa, interagia com o seu auditório com vendas colocadas, criando uma simbologia e paralelismo metamorfoseado com a história principal do filme e da obra.
Este post, vem agora recuperar e completar o meu anterior, com a inserção das palavras de Saramago a propósito da visita e que estão inscritas no blog do "Caderno" e no livro. Também não podia de deixar a minha palavra de admiração ao trabalho desenvolvido por Aurélio Gomes, e que faço por acompanhar. 

Aqui, link do post anterior
em, http://desaramago.blogspot.pt/2014/11/aurelio-gomes-teve-surpresa-de-receber.html

Aqui, link da inserção do texto de Saramago no blog,
em, http://caderno.josesaramago.org/11750.html

(fotografia com Aurélio Gomes e Teresa Gonçalves, recolhida do blog de Laurinda Alves)

"R.C.P."
"As iniciais significam Rádio Clube Português, creio que não deverá haver um português que o ignore. Hoje, dia 13 de Novembro, que é quando escrevo estas breves linhas, resolveu o R. C. P. dedicar parte da sua emissão à estreia de Blindness, o filme dirigido pelo realizador brasileiro Fernando Meirelles a partir do meu Ensaio sobre a Cegueira. Pilar, que só produz ideias boas, achou que deveríamos fazer uma visita de cortesia à estação e aos apresentadores da «Janela Aberta», que assim se chama o programa em causa. Lá fomos a coberto do mais absoluto sigilo e certos de ir causar uma surpresa que não seria desagradável. O que não imaginávamos era que a nossa surpresa poderia ser ainda melhor. Os dois apresentadores estavam cegos, tinham os olhos vendados por um pano preto… Há momentos que logram ser, ao mesmo tempo, emocionantes e prazeirosos. Foi o caso deste. Deixo aqui a expressão da minha gratidão e do meu profundo reconhecimento pela prova de amizade que nos deram."

Quinta-feira, 13 de Novembro de 2008

em, "O Caderno"
Caminho, 2.ª edição