Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Revista Blimunda #50 Julho de 2016 - para descarregar grátis e ler em qualquer plataforma digital

Capa da edição #50 - Julho 2016

Pode ser descarregada e consultada, via página da Fundação José Saramago. aqui

«O viajante viajou no seu país. Isto significa que viajou por dentro de si mesmo, pela cultura que o formou e está formando», aponta José Saramago em Viagem a Portugal. Nesse livro publicado em 1981, o escritor se coloca na pele de um viajante que percorreu o seu país a fim de descobri-lo e descobrir-se. Para isso, permite perder-se, demorar-se, conhecer pessoas e histórias, e andar por lugares cujos guias turísticos não conhecem.

A revista deste mês, através das palavras de Pilar del Río, revisita esse título de José Saramago. «O olhar delata o viajante nas suas opções, nas suas emoções e nos seus desgostos. O viajante não necessita de se explicar para estar explicado, e é por isso que este livro, que é uma viagem a Portugal, é também uma viagem a Saramago. Ainda que o autor não fale de si, ainda que não apareça nenhum dado pessoal, Viagem a Portugal é o retrato possível do homem que escreve e do país escrito», escreve a presidenta da Fundação José Saramago.

Neste número a Blimunda fez um passeio pelo universo das feiras de edição independentes e alternativas, como tradicional Feira Morta de Lisboa, e também percorreu o mundo dos livros Pop-Ups a partir de uma exposição patente na Biblioteca Nacional de Portugal. A revista foi até Proença–a-Nova para conhecer a biblioteca itinerante, um projeto que completa dez anos de existência. E visitou o traço de Eduardo Fonseca, jovem pintor brasileiro que neste mês de julho expõe o seu trabalho no Centro Cultural de Belém.

Ainda há espaço para conhecer os livros de António Mega Ferreira e para o texto ficcional da escritora Andréa Zamorano. «A felicidade, fique o leitor sabendo, tem muitos rostos. Viajar é, provavelmente, um deles», escreve José Saramago no final da Viagem a Portugal. Viajemos, pois, por esta Blimunda. Boas férias e bom verão, até Agosto!"

"1936, o Ano da morte de Ricardo Reis" um espectáculo de Hélder Mateus da Costa baseado na obra de José Saramago


Mais informações via página A Barraca aqui,



"1936, o Ano da morte de Ricardo Reis"
a partir do romance de José Saramago um espectáculo de Hélder Mateus da Costa

Este belo e profundo romance convida a uma reflexão dramatúrgica muito entusiasmante.
Começa pela invenção do encontro entre Fernando Pessoa já falecido e o heterónimo Ricardo Reis, com casos reais de sexo e paixão, também de ambiente surdo, falso e pesado, e porque fala com humor da relação criador / “obra / figura/personagem”.
Além disso, define como protagonista principal da obra, o ANO em que a trama se desenvolve.

E que ANO!!??

1936! Alguns dados... Comemoração dos 10 anos do golpe militar de 28 de Maio de 1926 que foi o pontapé de saída para o início do fascismo, especialização da polícia política com o apoio da Gestapo, fundação da Mocidade Portuguesa, Legião Portuguesa e campo de concentração do Tarrafal… Mussolini invade a Etiópia com o silêncio cúmplice das casas Reais Europeias, Hitler intensifica o ataque aos judeus, começo da guerra civil de Espanha…
Nos tempos de hoje, de frágil memória, menoridade cívica e ética, fundamentalismos, militarismos, imperialismo financeiro gerando miséria e horror Universais, renascendo a tenebrosa fénix nazi-fascista, aqui está uma obra que demonstra que as convulsões sociais nunca - infelizmente - , passaram a “coisa” datada e de dispensável interesse arqueológico.

Hélder Mateus da Costa

Em cena até 31 de Julho

Horário
De quinta a sábado às 21h30
Domingo às 17h00

Classificação Etária
M/12

Bilhetes
14€
10€ - Estudantes, Profissionais de Teatro, menores de 25 e maiores de 65 anos, Reformados e Grupos (+ 15 pessoas)
Quinta-feira - 7,50€ (preço único)

Informações e Reservas
Tel: 213965360 | 213965275 | 913341683 | 968792495 
e-mail: bilheteira@abarraca.com 

Duração Espectáculo
1h30 aprox.