Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sábado, 3 de março de 2018

«De alguna forma, Saramago se quedó para siempre en Vigo con su cátedra» de Mariá Jesús Fuente, no "La Voz de Galicia" (Vigo 29/06/2017)

La exposición de La Voz sobre 50 personajes ilustres que pasaron por la ciudad recuerda tres con la Universidad: el nobel portugués, Carlos Fuentes y Ferrán Adriá

De Mariá Jesús Fuente, no "La Voz de Galicia" (Vigo 29/06/2017)
Pode ser recuperado e consultado aqui




"Alguna de las visitas más ilustres que ha tenido Vigo en el último medio siglo se deben a su Universidad. De ello da fe la exposición del 50 aniversario de la edición local de La Voz de Galicia. Miles de ciudadanos están viendo las imágenes en la calle del Príncipe, recordando entre otros a José Saramago, Carlos Fuentes y Ferrán Adriá. 

El premio Nobel de literatura portugués clausuró el 5 de noviembre del 2005 el Congreso Internacional sobre Memoria y Cine en la Facultad de Filología. «Aceptó y vino sin cobrar ni un duro, lo que dice mucho de su calidad humana. Le interesaba el tema y le gustaba estar en contacto con la gente joven. Fue un auténtico acontecimiento, el salón de actos estaba abarrotado. Pese a que el avión se retrasó, la gente esperó», comenta Carmen Becerra, amiga personal y profesora de Teoría de la Literatura y Literatura Comparada de la Facultad de Filología. 

La escritora y periodista Pilar del Río, viuda de Saramago, lo recordaba ayer: «Viajero por tierras gallegas, estuvo varias veces en Vigo y, de alguna manera, se quedó para siempre con la cátedra que lleva su nombre». Elogia el interés de la Universidad por la publicación de otros autores dentro de esa cátedra, que «agiliza y mueve el conocimiento de la cultura gallega y portuguesa».

Buena muestra de la oferta heterogénea de la institución académica viguesa fue la visita de Ferrán Adriá el 23 de febrero del 2010. En este caso se enmarcaba dentro del acto que cada dos o tres años dedica la Universidad a las empresas que colaboran con ella a través de becas o másteres. Para ello se busca un ponente estrella. El primer año fue Ana Patricia Botín. 

«Hicimos las gestiones para traer a Ferrán Adriá. Nos dijo que sí y nos marcó la fecha. Solo nos pidió que hiciésemos público que no cobraba», explica el impulsor, entonces vicepresidente y en la actualidad presidente del Consello Social de la Universidad, Ernesto Pedrosa. «Nos pidió que le llevásemos a un restaurante tradicional gallego y fuimos a cenar al Mosquito. Fue una revolución, allí apareció Carmiña y todo el personal», añade.

Sobre la personalidad de Adriá apunta: «Es una persona muy normal, con ciertas dotes de genio, de los que no hay muchos, unas ideas que trascienden de la cocina. Me contó su vida, que vivía en un piso normalito, que hacía cinta todo los días... Con él los cocineros pasaron de estar denostados a elevarlos a la categoría de estrellas», comenta Pedrosa. 

Otra muestra de ese interés de la Universidad por el mundo literario fue el nombramiento como doctor honoris causa de Carlos Fuentes en el 2001. La propuesta partió de un profesor de la Facultad de Filología. Al entonces rector, Domingo Docampo, el acto le supo a poco. «Tengo un recuerdo de él extraordinario, de una persona encantadora y con un trato exquisito. Pero me quedó un poco la sensación de que no estuvimos a la altura, no había el lleno que esperaba. Por aquella época estuve en un acto en la Universidad de Nuevo México, en Alburquerque, al que asistí, y había más de quinientas personas, hubo que habilitar tres salas adyacentes. Y eso que es una universidad norteamericana en la que no todo el mundo habla perfectamente español», indica el exrector. 

El profesor Manuel Candelas, entonces decano de Filología y padrino de Fuentes en el acto, corrobora las palabras de Docampo: «Era dicharachero, simpático, entretenido. Yo estaba interesado en saber cosas de su vida y me contaba. Hablamos de México, de literatura... Era muy curioso porque nadie se le acercaba a charlar. Y yo tuve que ser padrino del acto a última hora. En la facultad el aforo era de unas 250 personas y habría algo más de tres cuartos de entrada», apunta."



"À mesa com a ficção de José Saramago: casa onde não há pão, todos ralham (quase) sempre com razão" de Ana Paula Arnaut

Recuperação do trabalho de Ana Paula Arnaut, publicado em edição electrónica pela Fundação José Saramago no dia em que se assinalaram os 10 anos do seu aniversário.
Pode ser descarregada aqui

"No dia em que se cumpre o 10.º aniversário da Fundação José Saramago, publicamos em edição electrónica, de acesso livre, o livro À mesa com a ficção de José Saramago: casa onde não há pão, todos ralham (quase) sempre com razão, de Ana Paula Arnaut:

Partindo de vários romances de José Saramago, propomo-nos verificar o modo como a inscrição da temática da comida na tessitura narrativa permite aumentar o seu grau de credibilidade, criando o efeito de real de que fala Roland Barthes, e, em concomitância, pretendemos avaliar a forma como se põem em cena intenções ideológicas precisas, relativas à denúncia das diferenças sociais e à tentativa de alertar o leitor para a necessidade de colaborar na construção de um mundo mais justo e fraterno."
Via FJS, 29/06/2017

(...) Sardinhas, mas agora salgadas e sobre “pão grosseiro e
duro”, mais “uma fritada de ovos” e uma “infusa de água”, são a ceia
partilhada pelo mesmo Baltasar com Blimunda Sete-Luas e com o
em breve proscrito padre Bartolomeu Lourenço (p. 171). Em outras
ocasiões, juntam-se às sardinhas “as couves e o feijão da horta” ou
“um pedaço de carne enquanto foi tempo dela” (p. 209). Sardinhas,
fritas desta vez, mas sempre acompanhadas apenas por um pedaço
de pão (que, em Caim, também será dado por abraão ao filho de
adão, para que mate a fome na jornada, depois de lhe ter sido servido
vitelo, manteiga e leite (p. 94), levará Baltasar no alforge na sua
última inspeção à Passarola (p. 334). Do farnel de Sete-Sóis, tornado
“sardinha ressequida” e “côdea duríssima” (p. 343), alimentar-se-á
Blimunda quando for o tempo de por ele procurar. Antes disso,
porque ainda existia caridade, ocasiões houve em que puderam
contar com as sobras do açougue em que trabalhava Baltasar: “um
pé de porco, uma franja de dobrada, e, querendo Deus e o humor do
açougueiro, a apara de vazia, de alcatra ou pojadouro, embrulhados
numa crespa folha de couve (p. 69) (...)
Página 7
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Congresso Internacional "José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel" - Informação do Professor Carlos Reis

"Por ocasião dos 20 anos da atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, realiza-se em Coimbra, de 8 a 10 de outubro próximo, um congresso internacional que assinalará a efeméride. 
O Congresso Internacional “José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel” é organizado pelo Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, em coorganização com a Câmara Municipal de Coimbra. 
Mais informação no site do Centro de Literatura Portuguesa.
Por favor, partilhe."
Mensagem do Professor Carlos Reis publicada no Facebook


Congresso Internacional
"José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel"

"A 10 de dezembro próximo, cumprem-se 20 anos sobre a entrega do  Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, o único escritor de língua portuguesa a quem, até agora, foi concedido o mais  prestigiado de todos os galardões literários.  

Por ocasião desta efeméride, terão lugar diversas iniciativas que constituirão também uma oportunidade privilegiada para se reler e estudar a obra saramaguiana, bem como a trajetória cívica e cultural que o seu autor protagonizou,  na segunda metade do século XX e nos primeiros anos  do século XXI.   

Entende-se, por isso, ser pertinente organizar uma reunião científica com a projeção  que as circunstâncias justificam.  Assim,  o Congresso Internacional  “José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel” terá lugar de 8  a 10 de outubro  do corrente ano, no Convento São Francisco, em Coimbra. 

Aceda aqui à primeira circular e também à ficha de inscrição.

O Congresso Internacional “José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel” é organizado pelo Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, em coorganização com a Câmara Municipal de Coimbra.  Apoios: Reitoria da Universidade de Coimbra; Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; Fundação José Saramago; Porto Editora."

Informação constante na primeira circular e que está disponível, aqui 
"Congresso Internacional
“José Saramago: 20 anos com o Prémio Nobel”
Primeira circular
A 8 de outubro, cumprem-se 20 anos sobre o anúncio da atribuição do Prémio
Nobel da Literatura a José Saramago. A 10 de dezembro de 1998, José Saramago recebia
em Estocolmo o Prémio Nobel da Literatura.
Lembrando a efeméride, terão lugar diversas iniciativas que constituirão também
uma oportunidade privilegiada para se reler e estudar a obra saramaguiana, bem como a
trajetória cívica e cultural do seu autor.
Entende-se, por isso, ser pertinente organizar uma reunião científica com a
projeção que as circunstâncias justificam. Assim, terá lugar em Coimbra, de 8 a 10 de
outubro do corrente ano, no Convento São Francisco, o Congresso Internacional “José
Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel”. O congresso incluirá conferências, mesasredondas
e comunicações subordinadas ao seguinte temário:
 Representações da História em José Saramago
 A personagem saramaguiana: figuração e sobrevida
 Alegorias saramaguianas
 A poesia de José Saramago
 O teatro de José Saramago
 Representações transmediáticas da obra saramaguiana
 José Saramago polemista e doutrinador literário
 José Saramago cronista e jornalista
 A fortuna crítica de José Saramago
Convida-se a comunidade científica a apresentar propostas de comunicações
subordinadas aos temas referidos, bem como a formular inscrição, de acordo com o
seguinte calendário e preços:
 Primeira fase: até 15 de abril
o € 25.00: participantes sem comunicação
o € 35.00: participantes com comunicação
 Segunda fase: até 31 de julho
o € 35.00: participantes sem comunicação
o € 45.00: participantes com comunicação
o € 15.00: estudantes
As fichas de inscrição e propostas de comunicação (máximo: 300 palavras) devem
ser enviadas para congressosaramago@gmail.com. O resultado da arbitragem das
propostas apresentadas será comunicado até 31 de julho (primeira fase) e até 31 de agosto
(segunda fase). Pagamento de inscrições através da Loja Virtual da UC.
Como atividade paralela ao Congresso, será lançado um concurso de ensaios
destinado a estudantes do Ensino Secundário e incidindo sobre os romances Memorial do
Convento e O Ano da Morte de Ricardo Reis.
O Congresso Internacional “José Saramago: 20 Anos com o Prémio Nobel” é
organizado pelo Centro de Literatura Portuguesa da Universidade de Coimbra, em
coorganização com a Câmara Municipal de Coimbra. Apoios: Reitoria da Universidade de
Coimbra; Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra; Fundação José Saramago;
Porto Editora."