Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

domingo, 21 de junho de 2015

Pilar del Río - "Prospectiva del Mundo - México 2015" e a conferência "Carta das Obrigações do Ser Humano"


Todas as informações podem ser consultadas aqui,

"Pensemos que ninguno de los derechos humanos podría subsistir sin la simetría de los deberes que les corresponden... Tomemos entonces, nosotros, ciudadanos comunes, la palabra, con la misma vehemencia con que reivindicamos los derechos, reivindiquemos también el deber de nuestros deberes. Tal vez así el mundo pueda ser un poco mejor."
José Saramago
Premio Nobel de literatura
Octubre, 1998

Realizada pela
Universidad Nacional Autónoma de México
World Future Society Capítulo Mexicano A.C.

Associados
Fundação José Saramago
Consejo Coordinador Empresarial

"BIENVENIDA POR PARTE DE LA UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE MÉXICO
MENSAJE DE LA WORLD FUTURE SOCIETY CAPÍTULO MEXICANO A.C."
"En los últimos años hubo un reconocimiento de los derechos de diferentes grupos o minorías, que hicieron a las sociedades más plurales y tolerantes. Ahora es momento de establecer los deberes, obligaciones, y responsabilidades, que los seres humanos tenemos para que las sociedades puedan prosperar justa e igualitariamente, que nos permitan preservar el medio ambiente, respetar al resto de los seres vivos que nos acompañan en el planeta. En fin, creemos que ha llegado el momento de establecer los deberes que son la contraparte de los derechos por lo que tantos han luchado.
Es por ello que la Universidad Nacional Autónoma de México y la World Future Society Capítulo Mexicano A.C. han convocado a académicos, intelectuales, y pensadores de varias partes del mundo, a un encuentro que pretende establecer ideas concretas, que den forma a una Carta de las obligaciones del ser humano, carta que posteriormente presentaremos ante la Organización de las Naciones Unidas.
Acompaña esta iniciativa, como institución asociada, La Fundación José Saramago, pues fue el ilustre escritor portugués, quien, en su discurso de recepción del Premio Nobel de Literatura en 1998, expresó por primera vez la necesidad de establecer esas obligaciones a la que hombres y mujeres de todos los países deben atenerse.
De igual manera, El Consejo Coordinador Empresarial de México, ha sumado sus esfuerzos, y es consciente de que es responsabilidad de la iniciativa privada colaborar para lograr un mundo mejor.
Derivado de la entusiasta respuesta que hemos recibido de quienes asistirán al encuentro, estamos seguros de que tendremos un coloquio relevante, del que saldrá un documento definitivo."


"CARTA DE LAS OBLIGACIONES DEL SER HUMANO (Por Pilar del Río)"

Dia 24/06 - 9h40m/10h30m (Hora Local)

"Antes de morir, José Saramago concibió la idea de conjuntar a un grupo de sabios –intelectuales, científico, humanistas, académicos— que pudieran sentar las bases para una carta que plasmara la responsabilidad que tiene cada ser humano en el desarrollo de su entorno. Hasta el día de hoy, todo mundo habla de los derechos de los seres los humanos independientemente de su condición, y así, se han publicado diversos documentos que proponen derechos para niños, mujeres o grupos homosexuales. Sin embargo, poco se habla de las obligaciones y los deberes que tienen los seres humanos con la sociedad, con el planeta, con los animales, etc. Este encuentro retoma la idea original de José Saramago, y Pilar del Río, quien fue su esposa, nos explica su propósito."


Pilar del Río, no passado dia 18 de Junho, data que assinalou os cinco anos da morte de José Saramago, elaborou o artigo de opinião que o jornal "Folha de São Paulo" - Brasil
Pode ser consultado e lido aqui,
em http://app.folha.uol.com.br/site/noticia/564253

"Reivindicar os nossos deveres"

"Foi-nos proposta uma Declaração Universal de Direitos Humanos, e com isso julgámos ter tudo, sem repararmos que nenhuns direitos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem, o primeiro dos quais será exigir que esses direitos sejam não só reconhecidos, mas também respeitados e satisfeitos", disse José Saramago no banquete de recepção do Prêmio Nobel de Literatura, em 10 de dezembro de 1998, em Estocolmo.

Era para ser apenas um brinde, mas o escritor português preferiu usar a palavra para lançar um desafio no dia em que se completavam os 50 anos da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos: e se começássemos a exigir que se respeitem, também, os deveres humanos?

José Saramago morreu em 18 de junho de 2010, aos 87 anos, combativo e lúcido como poucos. Até os últimos dias de vida escreveu. Esteve às voltas com a história de um empregado de uma fábrica de armas, um sujeito pacato e apagado, que nunca disparou uma arma, que vive entre papéis e carimbos, e que de repente vê-se diante da possibilidade (ou seria do dever?) de insurgir-se, de levantar-se, de dizer não.

Em "Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas", livro publicado postumamente, o autor que já havia feito com que, a partir de uma cegueira branca, enxergássemos e reparássemos no próximo, desta vez assalta a consciência dos leitores com a possibilidade de construção de um futuro distinto edificado sobre um não.

"Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é a única coisa efectivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer não", declarou em entrevista a esta Folha em 1991.

Na Suécia, na mesma ocasião em que recebeu o Prêmio Nobel, Saramago pediu aos cidadãos comuns, grupo no qual se incluiu, que tomassem a palavra e a iniciativa. "Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor."

Mais de 15 anos depois desse chamamento, a Fundação José Saramago, em parceria com a UNAM (Universidade Autónoma do México) e com a World Future Society, entidade que reúne especialistas em prospectar as tendências da economia e da sociedade para o futuro, convoca um encontro na capital mexicana com o intuito de dar corpo à ideia lançada pelo autor de "Ensaio sobre a Cegueira".

Entre 24 e 25 de junho meia centena de académicos, intelectuais e pensadores de várias nacionalidades estarão reunidos na Cidade do México com o objetivo de criar uma proposta de Carta dos Deveres Humanos a ser encaminhada à ONU (Organização das Nações Unidas).

Ratificada há quase 70 anos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos está longe de ser uma realidade para muitos habitantes deste nosso planeta, infelizmente. Dizia José Saramago que quem efetivamente governa o mundo são as empresas "multinacionais e pluricontinentais", e o fazem a partir de um poder tirânico que reduziu "a uma casca sem conteúdo" o que ainda havia do ideal de democracia.

Mas se é certo que os governos e as grandes corporações não respeitam os direitos básicos dos cidadãos, nós também não estamos a cumprir com o dever de cidadão que somos, acrescentou.

Com esperança de que a elaboração de um documento que estabeleça obrigações significará, ao mesmo tempo, o fortalecimento da proteção dos direitos humanos é que estaremos reunidos com a sociedade civil na Cidade do México nos próximos dias.

Dizer não, mais do que um direito, é nos dias de hoje também um dever. Sobre isso escreveu José Saramago. Sobre isso falaremos na capital mexicana, deixando neste espaço também um apelo ao debate e à discussão de propostas.

PILAR DEL RÍO, 50, tradutora e jornalista, é presidente da Fundação José Saramago"

Fotogaleria que o "El País" mantém on-line num especial sobre José Saramago

O "El País", influentíssimo meio de comunicação social mundial, com forte influência na Europa e nos países onde se fala o Castelhano, nomeadamente na América Latina, sempre mostrou uma enorme proximidade com a obra de José Saramago.
Ao longo da sua vida literária, entre notícias, entrevistas e vários destaques, estão disponíveis no site elpais.com inúmeras entradas. Não é pois de estranhar, a existência de um belíssimo trabalho biográfico, sob o nome "José Saramago El escritor que nunca se escondió", onde se podem encontrar diversos elementos. São entrevistas, fotografias (que aqui se reproduz com as legendas originais), dados biográficos e uma compilação de artigos sobre o homem e a sua obra, que aqui não posso deixar de elencar.

"Cuando la atmósfera tiembla", por MANUEL RIVAS
"Agujero sin fondo", por JUAN GELMAN
"De literatura e ideología", por CARLOS FUENTES
"La fuerza de la palabra", por MARIANO RAJOY
"Memoria del árbol", por JOSÉ LUIS RODRÍGUEZ ZAPATERO
"Lanzarote al pie de los volcanesl", por FERNANDO GÓMEZ AGUILERA
"En el día de la muerte de José", por LAURA RESTREPO
"Estás y de pronto no estás", por GAEL GARCÍA BERNAL
"Juez severo, juez sensible", por SERGIO RAMÍREZ
"Un mundo más burro", por FERNANDO MEIRELLES
"La felicidad era una isla para Saramago", por JUAN CRUZ
"En lucha titánica con Dios", por JUAN JOSE TAMAYO
"El escritor que abrazaba hombres", por RAMÓN LOBO
"Saramago, el agnóstico místico", por ENRIQUE BARÓN
Dario Fo recuerda a Saramago

Qualquer amante da obra de José Saramago, não pode perder a visita a este documento. 
O trabalho do "El País" prova que os homens, a sua vida e obra não têm fronteiras. 
As fronteiras são levantadas pelos próprios homens.



Reflexión
AP - José Saramago, pensativo, espera a ser recibido por los líderes zapatistas en Aguas Calientes de Oventic (San Andrés de Larraínzar, Chiapas, México), donde el premio acudió en labores de mediación a finales de 1999.

Máquina de escribir
La vieja máquina de José Saramago y sus gafas en la sala a la que da nombre en la Fundación César Manrique de Lanzarote, con motivo de una exposición dedicada a su obra. (Foto de Adriel Perdomo)

(Foto de Daniel Mordzinski)

Abrazo entre dos escritores
José Saramago y Arturo Pérez-Reverte se saludan en la Feria del Libro del año 2002

José Saramago
El escritor José Saramago, en la presentación de su libro "El hombre duplicado". 
(Foto de Gorka Lejarcegi)

Entrega del Nobel
José Saramago recoge el primer premio Nobel de Literatura 
concedido a un escritor de habla portuguesa.

Dos nobeles
Saramago y García Márquez, durante la ceremonia del cuarenta aniversario de la Revolución Cubana.
(Foto Agência Reuters)

Junto a Mario Vargas
Llosa El premio Nobel de Literatura charla con el escritor Mario Vargas Llosa en la 
Feria del Libro de Madrid, en 2002. (Foto de Gorka Lajarcei)

Traductora y esposa
La periodista sevillana Pilar del Río fue su mujer los últimos 20 años de su vida. Ella trabajaba en el centro territorial de TVE en Andalucía cuando, impresionada por Memorial del convento, propuso entrevistarlo. Así nació su relación. Luego, ella se convertiría también en la traductora al castellano de sus obras. En la foto aparecen ambos este pasado julio. Antes, Saramago estuvo casado durante 25 años con la pintora Ilda Reis. (Foto Agência Reuters)

Doctor honoris causa
El escritor José Saramago junta al príncipe Felipe, durante su investidura como Doctor honoris causa por la Universidad de Castilla-La Mancha en 1997. (Foto de Bernardo Pérez)

El escritor y el comandante
José Saramago habla con Fidel Castro durante un acto de apoyo a Cuba celebrado en Oporto en octubre de 1998. El premio Nobel se distanció más tarde del régimen, con una celebre frase: "Hasta aquí llego con la revolución cubana". (Foto de Gorka Lajarcei)

Escenario de una novela
 José Saramago, escritor portugués, en el edificio en el que ambientó su novela 
Memorial de un convento. (Foto de Bernardo Pérez)

Junto a su esposa
Fotografía de archivo, del 27 de agosto de 2009, de Saramago, 
junto a su esposa, Pilar del Río, en su casa de Lanzarote. (Foto Agência EFE)

José Saramago
El escritor portugués acompaña al Subcomandante Marcos durante un acto celebrado 
en Ciudad de México, en marzo de 2001. (Foto Agência Reuters)

"Textos inéditos de Saramago: su creatividad íntima" de Ferran Bono no "El País" de 19/06/2015

Textos inéditos de Saramago: su creatividad íntima
El Nobel portugués anotaba sus dudas y el proceso de escritura de sus novelas
A los cinco años de su muerte, EL PAÍS publica el ‘making of’ de ‘Ensayo sobre la lucidez’

(José Saramago, na Playa Quemada de Lanzarote, 
2007 / Pedro Walter - El País)

Pode ser consultado e lido, aqui

"Anotaba cuándo se le ocurría una idea para empezar una novela. Podía ser de madrugada o viajando en tren. Expresaba sus dudas sobre la calidad de lo que llevaba escribiendo o manifestaba su desconfianza sobre el interés de una trama cuando él mismo se había hastiado urdiéndola. José Saramago solía apuntar todo, incluso cuando de repente decidía cambiar el título de una novela hasta que el juicio de su mujer, Pilar del Río, le hacía desistir y volvía a su plan original.

Así pasó con Ensayo sobre la lucidez, del que hoy, justo cuando se cumplen cinco años del fallecimiento del premio Nobel de Literatura de 1998, EL PAÍS publica en exclusiva una serie de textos inéditos en castellano (en portugués lo hace la revista Blimunda de la Fundación Saramago). Son notas del autor en 2003 durante la redacción del libro publicado un año después que muestran el proceso creativo del autor, la construcción del relato, el cómo se hizo la novela (lo que en el cine se denomina making of).

Saramago (Santarém, Portugal, 1922-Lanzarote, 2010) narra en Ensayo sobre la lucidez (publicado por Alfaguara) la historia de una ciudad cuyos habitantes deciden votar mayoritariamente en blanco, lo que provoca la reacción virulenta del Gobierno. Estos son algunos fragmentos de las notas del autor traducidas al castellano por Roser Vilagrassa [Los textos íntegros están publicados en un documento adjunto en esta información]:

4 de febrero de 2003
“La noche del 30 al 31 de enero me desperté a las tres de la madrugada con la idea repentina de que, por fin, ya tenía el tema para una nueva novela, que ya andaba buscando de manera más o menos consciente. Se trata de esa “revolución blanca" de la que hablé en Madrid y Barcelona durante la presentación de El hombre duplicado, del voto en blanco como única forma eficaz de protesta contra el loado sistema “democrático” que nos gobierna. Por si fuera poco, también tuve la súbita, la instantánea certeza de que dicho libro, en caso de que llegue a existir, tendría que llevar el título de Ensayo sobre la lucidez, como si el hecho de votar en blanco en la presente situación del mundo fuera un acto exactamente contrario a aquellos, o a la mayoría de aquellos, que se cometían en Ensayo sobre la ceguera. Durante esos días, la convicción de haber acertado de lleno era cada más fuerte (...)”.

17 de marzo
“(...) He llegado a la conclusión de que el título de la novela determina que los personajes sean los mismos que habitaron el otro Ensayo, el de la ceguera. Probablemente no todos. He pensado que la mujer del primer ciego se habría divorciado del marido y que la madre del niño estrábico aparecería y se ocuparía de él. Los demás, la mujer del médico y el marido, la chica con las gafas de sol y el viejo del parche negro se mantienen. También el perro de las lágrimas, que cerrará el libro con la mujer del médico muerta a su lado, asesinada por aquellos que decidieron que todo debía volver a ser como en los buenos viejos tiempos (...)”.

29 de marzo
“El primer capítulo empezará con la descripción (sumaria, claro está) de la tormenta y el viento que cae sobre el país. La televisión y la radio apelan a la conciencia cívica de los electores para que no se queden en casa pese al mal tiempo. Usar la palabrería insustancial propia de las ocasiones patrióticas. Entrar en casa de los personajes principales: la mujer del médico y el marido (también el perro, que vive con ellos), la mujer divorciada del primer ladrón, la chica de las gafas de sol y el viejo del parche negro, y el niño estrábico (la madre nunca llegó a aparecer, ¿o sí?), el escritor y la familia (¿toda?, recuerdo que estaba casado y creo que tenía hijas). A las cuatro de la tarde salen todos para ir a votar (también saldrán los habitantes que aún no habían votado). Descripción de la caminata bajo la lluvia. Barrios inundados, bomberos, barcos. La radio y la televisión se apresuran a transmitir la noticia del inopinado acontecimiento: los electores de la ciudad X están dando un extraordinario ejemplo de civismo, arrostrando la tormenta para cumplir con su sagrado deber (...)”.

19 de abril.
Sobrevolando el Mediterráneo.

“La idea de que los personajes de la Ceguera reaparezcan en Lucidez me parece cada vez mejor. Así como el título del nuevo libro ya sugiere una continuidad, la presencia de los personajes lo confirma definitivamente. En la mente de las autoridades perplejas surgirá la sospecha de que la mujer que no perdió la vista en la Ceguera podría tener algo que ver con el nuevo ‘fenómeno’. Como consecuencia lógica, esta sospecha se extenderá a aquellos a quienes ella había guiado. Así como la novela anterior obedecía escrupulosamente a ‘cierta lógica’, esta no podrá quedar atrás (...)”.

3 de junio.
Día en que Sophia de Mello Breyner gana el Premio Reina Sofía de poesía iberoamericana

“El final no será como se ha descrito más arriba. La mujer del médico será asesinada, pero no en el balcón de la parte de atrás de su casa. La matarán en un jardín donde había llevado a pasear al perro de las lágrimas. El perro empezará a aullar y también lo matarán. Los ciegos se preguntarán: ¿Has oído algo? Dos tiros, Pero también un perro que aullaba, Ya se ha callado, habrá sido el segundo tiro, Menos mal, porque el aullido de los perros me afecta a los nervios”.

Las obras y las ideas del Nobel siguen vivas

JAVIER MARTÍN, LISBOA
A los cinco años de su desaparición, José Saramago está muy presente. En todo el mundo han aumentado los libros sobre él, las representaciones teatrales, las traducciones, las cátedras y las muestra y hasta se publicó, póstumamente, Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas. “Nos llama la atención”, explicó ayer Pilar del Río, viuda del escritor y directora de la Fundación Saramago en Lisboa, “que, sin iniciativa nuestra, muchas televisiones recuerdan esta fecha”. En Italia se prepara una ópera a partir de Las intermitencias de la muerte, y en São Paulo, la mayor muestra sobre el autor en el Museo de la Lengua Portuguesa. Hoy, la Fundación estrena el documental Un humanista por casualidad escritor, del brasileño Leandro Lopes. Y se ultima un guion sobre El fin de la paciencia, una obra jamás representada.
Sus ideas tampoco han muerto. En 1998, el primer premio Nobel portugués propuso en su brindis en la cena de la Academia sueca crear la Declaración Universal de los Deberes Humanos. “No parece que los Gobiernos hayan hecho por los derechos humanos todo aquello a lo que, moralmente, cuando no por fuerza de ley, estaban obligados. Las injusticias se multiplican en el mundo, las desigualdades se agravan, la ignorancia crece, la miseria se extiende”.
Aquel brindis al sol lo ha recogido, 17 años después, la Universidad Autónoma de México, que el próximo miércoles organiza un congreso sobre su idea de los Deberes Humanos. La web Prospectivas del Mundo de la UNAM ha recogido ideas, e intelectuales de todo el mundo debatirán sobre el futuro que nos aguarda o, en su defecto, que nos guardan. “A José no le gustaba que lo clasificaran como intelectual”, recordó Pilar del Río, “él era un humanista, pero un humanista compasivo”."


#cincoanos - Memória da Data - "La Consistencia de los Sueños" documentário sobre a exposição

#cincoanos
Memória da Data 
"La Consistencia de los Sueños" documentário sobre a exposição


( Pode ser visualizado aqui, via YouTube,

#cincoanos - Memória da Data - "Un optimista informado y memorioso" de J. Ignacio Chaves G. (Nueva Tribuna)

"Un optimista informado y memorioso"

"En recuerdo a José Saramago, un gran novelista, un buen periodista y un ciudadano comprometido."

Pode ser consultado e lido, aqui
em http://www.nuevatribuna.es/articulo/cultura---ocio/optimista-informado-y-memorioso/20150619100609117330.html



"El dieciocho de junio de dos mil diez nos dejaba una de las personas que más y mejor entendió el papel de la ciudadanía en la construcción de la democracia. En fechas repletas de movimientos estratégicos por detentar el poder, uno, el que sea, porque en el fondo a la mayoría lo que les importa es tenerlo, conviene no perder de vista algunas de sus palabras:

“Ésta es una sociedad falsa. Quiero decir... inexistente. Pienso que para que una sociedad exista, debe darse una cierta unión entre sus miembros, no un continuo estado de competencia. Lo que hoy vivimos es la tiranía de un sistema que ha conseguido que el hombre que se mueve dentro de él sea fácilmente desechable.”

Sus reflexiones sobre la lucidez y la ceguera son profundas muestras sobre el conocimiento de una política hueca en una sociedad huera, al menos esa mitad mal llamada desarrollada que parece no tener más afán que consumir y morir enriquecida por el empobrecimiento de la otra mitad. Las enfermedades mentales transmutan en físicas para narrar lo débil y falso de un sistema que ha convertido en incompetentes las relaciones humanas y sus instituciones. Tal como él decía: “Creo que no nos quedamos ciegos, creo que estamos ciegos, ciegos que ven, ciegos que, viendo, no ven.”Un revolucionario pacífico que era lo que Edward Said, otro de los grandes pensadores éticos, llamaba un intelectual comprometido, que tienen que usar su lugar destacado en la sociedad para luchar contra el statu quo, para criticar a los poderes y a los medios que intentan moldear a la ciudadanía a través de conformar la mal llamada opinión pública.

Como miembro del Parlamento Internacional de Escritores se atrevió a comparar la situación de la población palestina en los territorios ocupados con el campo de concentración nazi en Auschwitz, declarando tras una visita a Ramala que "Un sentimiento de impunidad caracteriza hoy al pueblo israelí y a su ejército. Se han convertido en rentistas del holocausto. Con todo el respeto por la gente asesinada, torturada y gaseada.”

José de Sousa Saramago nació en Azinhaga (Portugal) el 16 de noviembre de 1922 y murió en Tías (España) el 18 de junio de 2012. Le concedieron el premio Nobel de Literatura en 1998 “por permitirnos, a través de parábolas sostenidas por la imaginación, la compasión y la ironía, aprehender una realidad esquiva”.

Hace cinco años que se fue y su memoria, sus ideas y sus acciones siguen tan vivas y actuales como cuando estaba entre nosotros. Podemos conocerle más y mejor leyéndole o visitando la exposición permanente en la Fundación José Saramago (Casa dos Bicos en Lisboa), la Biblioteca Saramago en Tías (Lanzarote) o la delegación en su Azinhaga natal.

En 2010, le dediqué un tardío y póstumo homenaje en el número 12 deTribuna, órgano de expresión de la Federación de Servicios a la Ciudadanía del sindicato español Comisiones Obreras, curiosamente esa ciudadanía a la que él tan bien leyó y a la que tanto sirvió.

Su literatura nos enriqueció, “era capaz de poner el universo en movimiento apenas con dos palabras”. Sus discursos nos motivaron, como el que ofreció hace diez años, el 17 de junio de 2005, en la Casa de las Américas en La Habana (Cuba). Tras explicar cómo en España, unos años antes, le habían reunido junto a un grupo de personas para que presentaran propuestas para el milenio, que se convirtieron en puro delirio, Saramago nombró la décima suya: “regresar a la filosofía”. Todo eso para invitar a los asistentes a pensar: “Regreso a la filosofía no en el sentido absurdo de que ahora nos vamos a convertir todos en filósofos. Filosofía aquí podría significar exactamente todo lo que esperamos encontrar en la filosofía, es decir, la reflexión, el análisis, el espíritu crítico, libre. Es decir, circular dentro del universo humano donde conceptos de otro tipo se enfrentan, se encuentran, se juntan, se separan, es lo que pasa todos los días, pero apuntar la idea de que si el hombre es un ser pensante, pues entonces que piense.”

Fue un comunista de pura cepa, un ateo militante, un defensor de la justicia social y de las causas justas, aunque pudieran parecer utópicas, que no significa que estuvieran perdidas.

Fue una simiente que dio muchos frutos, sus más de cuarenta obras publicadas, que nos han llevado a tierras de pecado; al cerco de Lisboa; a la caverna; a releer la existencia de Jesucristo o la vida errante de Caín; a la isla desconocida; a viajar con un elefante o en una balsa de piedra; a levantarnos del suelo; al memorial de un convento; a pensar en el hombre duplicado, en la lucidez o en la ceguera, ocupan, por mérito propio, las más destacadas bibliotecas contemporáneas.  

Yo quisiera recomendarles, al margen de esos grandes ensayos que son sus novelas, esa pequeña metáfora, obra maestra sobre el derecho de soñar y de libertad, que es El cuento de la isla desconocida y el texto que sirvió de guión a un hermoso cortometraje de animación, que yo utilizo en clase para hablar de educación, comunicación y ciudadanía,La flor más grande del mundo, “¿Y si las historias para niños fueran de lectura obligatoria para los adultos? ¿Seríamos realmente capaces de aprender lo que, desde tanto tiempo venimos enseñando?”.

A este mundo insolidario, materialista, grosero y jodón le hacen falta personas como Saramago, gente ética, comprometida y con criterio que piense, que nos haga pensar y que nos invite a la acción tras la reflexión.

Hoy le seguimos pensando."

#cincoanos - Memória da Data - José Saramago - "Il racconto dell'isola sconosciuta" (Leitura de "O Conto da Ilha Desconhecida")

#cincoanos 
Memória da Data - José Saramago 
"Il racconto dell'isola sconosciuta" (Leitura de "O Conto da Ilha Desconhecida")


( Pode ser visualizado e ouvido, aqui

"Il racconto dell'isola sconosciuta"
Einaudi, Torino, 1998, tradução de Paolo Collo e Rita Desti
"O conto da ilha desconhecida" Caminho, edição de 1999

Lettura di Luigi Maria Corsanico

#cincoanos - Memória da Data - Antena1 - Reposição da entrevista Pilar del Río (Março de 2011)

#cincoanos 
Memória da Data - Antena1 - Reposição da entrevista Pilar del Río (Março de 2011)

( Pode ser visualizado, aqui

#cincoanos - Memória da Data - "Relembrar Saramago" de Pedro Reis (PT Jornal)

#cincoanos 
Memória da Data 
"Relembrar Saramago" de Pedro Reis (PT Jornal)

Pode ser consultado e lido, aqui
em http://ptjornal.com/relembrar-saramago-42647

"Relembrar Saramago" de Pedro Reis

"“Aprendamos um pouco, isso e o resto, o próprio orgulho também, com aqueles que do chão se levantaram e a ele não tornam, porque do chão só devemos querer o alimento e aceitar a sepultura, nunca a resignação”.




Começo esta crónica com esta citação retirada de “Levantado do Chão”. Não foi fácil a escolha, poderia ter começado com outra qualquer. O leitor deve então estar a questionar-se o porquê desta escolha. Bem, penso que o principal motivo – para além de ser retirada de uma das minhas obras preferidas do autor – deve-se ao facto desta demonstrar uma linha do pensamento de José Saramago que tanto me inspira: a ideia de não nos resignarmos seja em que circunstância for. Talvez esteja a incorrer no erro de ser demasiado simplista, mas há nesta citação uma certa inquietação e desassossego que definem muito daquilo que Saramago pretendia transmitir com a sua escrita e que, enquanto leitor, muito me influencia.

Existem escritores assim, que através do que escrevem passam-nos mais do que simplesmente uma boa história. São capazes de criar uma ligação de proximidade entre escritor e leitor, onde este último – o aprendiz -, retira das palavras do primeiro – o mestre -, lições de vida, formas de a encarar, de a enfrentar. Através da leitura, o aprendiz obtém uma fonte de inspiração que acaba por moldar a forma como vê o mundo que o rodeia. “As palavras são apenas pedras postas a atravessar a corrente de um rio (…) para que possamos chegar à outra margem”, diz-nos Saramago algures em “A Caverna”.

Mas de onde nasce, afinal, o meu gosto por este escritor? O primeiro livro que li de José Saramago foi “As Intermitências da Morte”. Bem, não será totalmente verdade, uma vez que o primeiro contacto que tive com o autor foi no 12o ano através do “Memorial do Convento”, mas confesso que na altura – e aqui faço o mea culpa – passou-me um bocado ao lado. Outra idade, outra mentalidade, outra forma de encarar a vida. Portanto o meu contacto com Saramago foi um bocado mais tardio do que aquilo que seria suposto, mas sinceramente ainda bem que assim foi. Sugeriram-me “As Intermitências da Morte” e decidi dar uma nova oportunidade ao autor, e em boa hora o fiz. Confesso que li aquela página final perto de dez vezes de seguida, sem exagero. Para além do livro em si me ter fascinado, aquele final deixou-me completamente rendido. Percebi imediatamente que José Saramago tinha algo de especial, que havia ali algo de maior que eu podia retirar daquilo que este me tinha para ensinar. Seguiu-se o “Caim”, que tanto me fez rir pela crítica implacável e irónica sobre Deus e sobre a religião. Mas a confirmação de que Saramago seria um escritor que tinha aparecido para mudar a forma como encaro a literatura deu-se com duas obras em particular: “Ensaio sobre a Cegueira” e “Levantado do Chão”. A primeira, ainda hoje me deixa perplexo com a brutalidade, com a violência, e com a maldade do Ser Humano, mas ao mesmo tempo com um sorriso de esperança perante personagens tão marcantes como a “mulher do médico” ou o “cão das lágrimas”. A segunda deixa-me inspirado pela força retratada através de várias gerações de uma família, e a forma como um povo, oprimido pela ditadura política e religiosa, foi capaz de se erguer e lutar por uma vida melhor. Um retrato ímpar do povo português, principalmente o povo alentejano, desde o início do século XX até à Revolução de Abril.

Dei então por mim a ler Saramago compulsivamente. “O caos é uma ordem por decifrar” e “Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam”, citações retiradas das epígrafes de “O Homem Duplicado” e “A Viagem do Elefante” respectivamente foram os livros seguintes, e ainda hoje são provavelmente duas das frases do autor que mais me marcam, e que com tão poucas palavras conseguem dizer tanto. Depois de uma pequena pausa, voltei a pegar na sua obra com “O Ano da Morte de Ricardo Reis”, que me fez perceber porque é que não nos podemos contentar em observar o espectáculo do mundo como o heterónimo pessoano nos dizia, com o “Ensaio sobre a Lucidez” que gira à volta de um tema tão actual (a abstenção) e que demonstra o quão perversos e maldosos podem ser os nossos governantes, com a releitura do “Memorial do Convento” que desta vez fez tanto sentido, e com o “Evangelho Segundo Jesus Cristo”, um livro único onde somos presenciados com uma outra forma de ver a religião católica, com Jesus a ser apresentado sob uma perspectiva humana, uma vítima nas mãos de um Deus maldoso: “Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez”. De destacar ainda que foi com este livro que Saramago abandonou o país, mudando-se para Lanzarote depois da polémica com o subsecretário de Estado da Cultura, Sousa Lara. Uma obra e um autor demasiado grandes para um governo com uma mentalidade tão pequena.

Mas ainda havia muito da obra de Saramago para conhecer. Seguiram-se “A Jangada de Pedra” que me prendeu pela viagem e pelo relacionamento entre as personagens, “A Caverna” que pela sua simplicidade é uma das histórias mais bonitas que já li (Cipriano Algor pela sua humildade é das personagens que mais me marcou até hoje), assim como uma grande crítica às consequências das transformações provenientes do capitalismo, onde cada vez somos menos humanos e mais sombras e, por fim, “Todos os Nomes”, o último livro de Saramago que li, sendo uma grande abordagem ao sentido da nossa existência, aquilo que fazemos, aquilo que somos, e à procura constante pelo outro.

Apesar de já ter lido muito da obra de Saramago, ainda há muito para ler e descobrir.

Quando hoje me perguntam qual o meu livro favorito do autor, nunca consigo responder. Penso que isso depende muito do momento, do estado de espírito. Em certas alturas poderia responder “Ensaio sobre a Cegueira”, noutras “Levantado do Chão” ou “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”. Ou até mesmo “O Ano da Morte de Ricardo Reis” ou “Memorial do Convento”. Cada livro de Saramago marcou-me de determinada forma. Ensinou-me algo, mudou a minha percepção sobre o mundo. Portanto, é sempre complicado responder a essa questão. O que é comum em todas as suas obras é a forma como o autor não é simplesmente um narrador, uma vez que a sua personalidade está bastante presente em cada um dos seus livros. Quando lemos Saramago não se trata apenas de conhecer uma história e as respectivas personagens. Trata-se, acima de tudo, de entrar num diálogo que o autor constrói connosco leitores, fazendo observações constantes que nos dizem quem ele é, no que acredita e o que nos pretende transmitir.

Não há melhor sensação na leitura do que ficar preso numa frase para de seguida tirar os olhos da página, olhar para cima, e reflectir sobre aquilo que acabamos de ler. E ao ler Saramago isto acontece-me frequentemente, normalmente seguindo um gigante sorriso.

Mais do que um escritor, José Saramago era um humanista. Através das suas personagens, parábolas e da sua ironia tão própria, conseguia analisar o Ser Humano de uma forma única, realçando os seus maiores defeitos, mas invocando também as suas melhores qualidades. Uma tarefa e luta constantes para melhorarmos enquanto humanos que somos, dotados de direitos mas também de deveres. “Vivo desassossegado, escrevo para desassossegar”, dizia-nos.

Através do seu olhar crítico e lúcido – que tanta falta nos faz nos dias de hoje – batia-se através de uma inquietação constante para mudar o mundo que o rodeava, sempre movido por valores éticos e morais de uma enorme grandeza e bondade. Ontem (quinta-feira, 18 de Junho) assinalaram-se os cinco anos da morte de José Saramago, que nos disse que “o que extingue a vida e os seus sinais, não é a morte, mas o esquecimento”. A morte pode ter levado o autor, mas a sua obra é eterna, e continuar a ler o que escreveu manterá para sempre viva a sua memória e o enorme legado que nos deixou. “Mas não subiu para as estrelas, se à terra pertencia”. E aos leitores, sobretudo aos leitores."