Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

domingo, 18 de dezembro de 2016

"A crónica como aprendizagem: uma experiência pessoal" - texto ensaístico de José Saramago

O presente texto, faz parte da exposição permanente da Fundação José Saramago e pode ser recuperada aqui em http://www.josesaramago.org/a-cronica-como-aprendizagem-uma-experiencia-pessoal/

Detalhe do texto emoldurado ladeado por duas fotografas de José Saramago


"A crónica como aprendizagem: uma experiência pessoal"

"Algumas vezes, nestes acasos da escrita e de reflexão sobre ela, me tenho interrogado sobre a relação que haja entre o saber e os seus repositórios enciclopédicos e dicionarísticos. Refiro-me àquilo a que costumamos chamar «saber comum», não aos grandes temas que, pela sua complexidade e extensão, reclamam um tipo de tratamento informativo que pressupõe, por sua vez, da parte do leitor, um conhecimento básico relativamente desenvolvido. Não se passam assim as coisas com o «saber comum», em geral recolhido nessas obras de consulta de um modo que diríamos indiferente, não crítico, ao ponto de se tornar legítimo duvidar, afinal, se é para informar segundo critérios científicos que certas enciclopédias existem ou para instalar opiniões e juízos sumários nos espíritos curiosos que a elas recorrem.
Estas palavras de abertura, que seguramente comportam algum exagero e não pouca injustiça, ocorrem-me com toda a naturalidade a propósito do tema que aqui nos reuniu; «A crónica como género literário». É que, a acreditar na informação recebida agora mesmo de uma das enciclopédias com que me tenho ajudado para orientar-me neste vasto mundo, a crónica de que aqui falamos não pode ser classificada de género, porquanto não passa de um subgénero, e muito menos terá cabimento na literatura, sendo, como se afirma também, mero jornalismo e mera quotidianidade. Exceptua-se da redutora definição, claro está, a outra crónica, aquela, antiga, dos reinados, das dinastias e das instituições, durante muito tempo simples registo de acontecimentos, em anais e décadas, e, no caso português, a partir do século xv, acedendo, com Fernão Lopes, a um nível literário superior. Porém, a realidade é sempre mais forte do que as definições com que pretendemos discipliná-la, e este Encontro, embora pecando por uma aparente adesão aos critérios judicativos da enciclopédia (a ninguém ocorreria, por exemplo, propor a debate o tema «O romance como género literário»), virá homologar, sem dúvida, o que a mesma realidade nos mostra todos os dias e em todos os lugares do mundo; que a crónica, não só tem o seu lugar na literatura como é, em muitos casos, uma das suas mais completas e acabadas expressões.
Buscando uma definição mais adequada e simultaneamente mais ampla e específica da crónica, diríamos que ela corresponde, em geral, a um texto curto, consequência quer de uma inspiração imediata e não necessariamente aprofundada quer de um diálogo deliberado com o quotidiano ocasional, mas sempre exigindo do escritor, num caso como no outro, capacidade de medida e de concentração, a par de sensibilidade a estímulos que à primeira impressão poderão parecer de pouca relevância, mas que virão a ser, porventura, os que mais fundo hão-de penetrar no espírito do leitor. Dentro de um molde tão flexível, escusado seria dizê-lo, cabem todos os diversos modos e tons pelos quais se expressam habitualmente os cronistas do nosso planeta, desde o lírico ao patético, desde o sério ao irónico, desde a mais rigorosa preocupação objectivista ao abandono às subjectividades mais íntimas. E, quiçá tanto quanto o poema, a crónica será o género literário em que mais produtivamente é possível criar uma atmosfera propícia ao que denominaríamos, na falta doutra expressão mais rigorosa, a sempre activa tentação confessional do autor.
Feitas estas considerações gerais, evidentemente desprovidas de qualquer pretensão de originalidade, porém necessárias como introdução à abordagem pessoal do tema, a que estamos obrigados pelo próprio título desta comunicação – A crónica como aprendizagem: uma experiência pessoal –, e não obstante a dificuldade intransponível que representa o facto de nos referirmos a textos desconhecidos de quem nos escuta, é a altura de declarar que a nossa prática da crónica, exercida grosso modo ao longo de cinco anos, entre 1968 e 1972, veio a demonstrar-se factor decisivo na definição de uma das nossas actividades subsequentes – a de romancista. Seria tentador, mas sem dúvida especioso, imaginar agora que romances poderíamos haver escrito se durante todo aquele tempo não tivéssemos, regularmente, às vezes em dias sucessivos, composto, nas poucas folhas de papel convencionadas, um pequeno enredo, um comentário, uma reflexão, reconstituindo memórias, procurando o sentido último de um acontecimento, ou, para tudo resumir em três acções concomitantes, fixando o tempo, situando o sujeito, recriando a palavra. Porém, já sabemos que o único itinerário permitido é aquele que parte do que foi para o que veio a ser: a viagem para o que poderia ter sido é impossível. Com excepções, como veremos adiante…
É pois verdade que, interrogados sobre o significado e a importância que essas crónicas tiveram no nosso trabalho de romancista, mais de uma vez respondemos: «Tudo o que está nos romances pode ser encontrado nas crónicas.» E à pergunta, ingénua mas inevitável, de se ao escrever aqueles textos breves nos estávamos preparando, conscientemente, para o romance, a única resposta honesta que podíamos dar, e temos dado, foi a de que, então, nos encontrávamos tão longe da simples ideia de um dia virmos a escrever histórias de trezentas ou quatrocentas páginas como longe da Terra está hoje a sonda Voyager. De todo o modo, os factos estão à vista: entre a primeira linha da primeira crónica e a última linha do último romance, parece ser discernível um fio contínuo ligando tudo, ao mesmo tempo que se identifica uma lógica condutora que em tudo reconhece um sentido.
Vários pontos, nessas crónicas, poderão ser retidos se se quiser caracterizar, no seu autor, tanto uma forma de escrever como um modo de sentir: em primeiro lugar, certa coincidência de atitude entre a crónica e o poema lírico (articulação com o momento presente, brevidade do texto, possibilidade de captação das ressonâncias evocativas do seu sentido); em segundo lugar, a prática constante de uma prosa medida, susceptível de criar no escritor um treino dos recursos estilísticos em função da densidade e da economia expressivas; em terceiro lugar, o hábito de colocar em conjunção de interesses a dinâmica do tempo que se vive, a sensibilidade do sujeito que o vive e as potencialidades verbais susceptíveis de definirem essa mesma expressão.
É a partir destes pontos, por assim dizer fundadores, que se vão orientar as manifestações mais explícitas da actividade do cronista, não só no que diz respeito à temática: a relação identidade/alteridade, a articulação entre o homem e a terra, o projecto humano e a sua transposição ou transcendência, a concepção do homo viatora e a sua incidência temporal; não só também no que diz respeito à constelação de motivos preferenciais ou tendenciais que preenchem essa temática: a água, a embarcação, a estreia, o silêncio, a pedra, o rumor – mas também nas atitudes dominantes: um cepticismo radical, no limite do desengano, mas apesar de tudo permeável à esperança; uma frase que se quer tensa, mas que não se fecha à irrupção lírica; uma mordacidade que não exclui a ternura, uma ironia quase sempre cúmplice dessa outra que o cronista dirige contra si mesmo.
Diversíssimas foram as áreas cobertas por estas crónicas, dependentes das naturais sugestões do quotidiano e da vida interior, mas também, não o esqueçamos, condicionadas na sua comunicação essencial e formal por uma situação de censura, de diminuição da liberdade de expressão. É a partir dessa múltipla teia de factores, ora restritivos ora estimulantes, que se articulam, adicionam e potencializam as áreas de observação e de evocação que, numa derradeira análise, definem esses textos. Neles tem lugar a actualidade (parte-se por vezes duma notícia de jornal), a memória (regressa-se à infância, suas marcas, suas recordações, suas nostalgias), o ambiente (evoca-se a cidade, outras cidades conhecidas, o campo, os vários tipos de ruralidade), a tipologia humana (o amola-tesouras, o sapateiro, o cego do harmónio, os frequentadores de café, etc.), a sugestão frásica e vocabular (um verso, uma frase), a cultura (domínios da arte, vultos de escritores, leituras, etc.), e, finalmente, certas efabulações de tipo onírico, maravilhoso ou fantástico que mais tarde virão a concretizar-se na obra ficcional do cronista.
Do ponto de vista estrutural, parece possível identificar quase sempre nestes textos a presença de duas partes distintas: uma primeira parte de tratamento genérico do tema, sucedendo-se a sua especificação parcelar – sendo esta divisão submetida a variantes, que podem revestir as seguintes formas: enunciado de um tema/derivação para um tema afim; enunciado de um tema/derivação para um tema contrário ou contraditório; narração de um caso, ou fábula, ou história/considerações moralizantes (ou por ordem inversa); e outras. Quase sempre a arquitectura discursiva se bipolariza, mantendo como resultado uma tensão ideológica, ou a sua conversão através da ironia ou da conclusão (ou abertura) claramente moralizante. Esta construção dual do texto aponta igualmente para uma oscilação de soluções, para um compromisso incómodo, para a necessidade de escolha, e outras atitudes humanas definidas pela tensão, pela incerteza, ou mesmo pela incompatibilidade.
Chegado a esta altura da nossa exposição, eis que nos enfrentamos com a já mencionada dificuldade (se impossibilidade não é a palavra mais exacta) de falar de obras que são desconhecidas da grande maioria dos que nos escutam. Referimo-nos, precisamente, a esses romances para os quais a crónica foi insciente aprendizagem, que sem ela não teriam existido, ou teriam existido de outra maneira, para nós inimaginável. No entanto, cremos ser possível tornar evidente a todos vós essa espécie de indirecta relação de causa e efeito, se pusermos em paralelo o que antes apontámos (oscilação de soluções, compromisso incómodo, necessidade de escolha, tensão, incerteza, incompatibilidade) e os temas de dois ou três dos nossos romances, escritos nos anos mais recentes.
Vejamos, por exemplo, O Ano da Morte de Ricardo Reis, cujo protagonista é aquele heterónimo de Fernando Pessoa que tem o mesmo nome, e que fomos buscar ao imaginário exílio no Rio de Janeiro para o fazer regressar a Portugal depois da morte do seu criador, em 1935, e mostrar-lhe, a ele que um dia escrevera; «Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo» – mostrar-lhe esse mundo nas vésperas dos anos trágicos, ao mesmo tempo que fazíamos ressuscitar, não em fantasma, mas em corpo carnal e em espírito lúcido, o próprio Fernando Pessoa, para um impossível diálogo entre o que já não existe (Fernando Pessoa) e o que não existira nunca (Ricardo Reis).
Vejamos igualmente História do Cerco de Lisboa, um falso romance histórico, situado duplamente nos nossos dias e no século xii, e no qual simultaneamente se reconstituem e negam as circunstâncias de uma batalha e de uma conquista – a de Lisboa, no ano de 1147, quando, com o auxílio de cruzados que navegavam para a Terra Santa, os portugueses tomaram a cidade, depois de um assédio de cinco meses. O protagonista, um revisor de imprensa, ao fazer a correcção tipográfica de um livro que igualmente se intitula História do Cerco de Lisboa e que é obra de um historiador, introduz uma palavra no texto, a palavra «não», invertendo assim a verdade histórica e passando o livro a dizer que os cruzados não ajudaram os portugueses a cercar e tomar Lisboa. No lugar do sim o não, no lugar do não o talvez.
E finalmente A Jangada de Pedra, essa Península Ibérica que se separa da Europa e sobre as águas do Atlântico voga para o Sul, a caminho do sonho ainda possível, de um novo encontro com a história, de uma esperança e de um projecto para um humanismo recuperado. Sim, não, talvez…
Deveria terminar pedindo desculpa de ter ocupado tanto do vosso tempo, e mais ainda por havê-lo ocupado tão egoistamente, falando de mim e do que tenho escrito. Mas o aviso estava feito desde o princípio; uma experiência pessoal. Deixo-vo-la por aquilo que valha: sim, não, talvez…"
José Saramago

Cátedra Libre José Saramago (Marzo 2017 - Facultad de Lenguas da Universidad Nacional de Córdoba (Argentina)


Sitio oficial de la Facultad de Lenguas - Universidad Nacional de Córdoba - Argentina
Valparaíso s/n, Ciudad Universitaria, Córdoba, Argentina • Tel.: +54 (0351) 434-3214 /15 /16 /17 /18

Del Diario al Blog: Los Cuadernos de José Saramago
Inicia: marzo 2017 

La propuesta programática del año 2017 pone el acento en la producciones discursivas construidas por el autor a lo largo de los cinco Cuadernos de Lanzarote y los posteos en el blog que dieron cuerpo a los libros El cuaderno y El úlitmo cuaderno. A partir del concepto de «semiosis social» elaborado por Eliseo Verón, el planteo teórico recorrerá cada una de esas inscripciones textuales y las pondrá en conjunción con la producción narrativa de cada uno de esos períodos discutiendo la noción misma de «fundaciones» en el marco de la red semiótica social.

Clases: comienzan en Marzo 2017 ( fecha a confirmar) 1 viernes por mes, de 17.30 a 20.30 h)
Lugar: Facultad de Lenguas, sede Valparaíso, Aula 4
Inscripción: Personalmente en la 1ª clase
Destinatarios: Público en general, alumnos, egresados y docentes de la FL y otras instituciones
Organiza: Cátedra Libre José Saramago, Facultad de Lenguas
ACTIVIDAD GRATUITA. SE ENTREGARÁN CERTIFICADOS
Programa disponible aquí 
Más información: catedrasaramago@gmail.com


La cátedra abierta José Saramago
La Facultad de Lenguas de la Universidad Nacional de Córdoba cuenta, entre sus logros de los últimos años, haber creado una Cátedra de Derechos Humanos que tiene como propósito ser una usina permanente de reflexión sobre memoria, verdad y justicia.<

La Cátedra Libre José Saramago se propone coadyuva a la misma intención pero se encuadra en otra dimensión epistemológica. Pretende operar intelectivamente sobre la obra del escritor José Saramago –Premio Nobel de Literatura 1998- para articular una reflexión literaria y política enmarcada en la discusión sobre el lenguaje, la interculturalidad y los derechos humanos.

Estudiar su obra, concederle un lugar privilegiado en las currícula universitaria es dotar este pensamiento de una fuerza transformadora que aviva la reflexión, la discusión crítica y el debate siempre bienvenido sobre temas que nos convocan para ser protagonistas de la historia y no meros reproductores.

La Cátedra Libre José Saramago propone estudiar la obra del escritor José Saramago propiciando una reflexión interdisciplinaria que articula preocupaciones de orden social, político y literario persiguiendo los siguientes objetivos:

1. Fortalecer y sistematizar la dimensión ético-política presente en la obra ficcional y ensayística de José Saramago.
2. Explorar las potencialidades significativas de los textos saramaguianos a partir del marco teórico elegido.
3. Potenciar los procedimientos heurísticos de análisis literario desde la mirada de universitarios latinoamericanos en un aquí y ahora.



Asignatura: CATEDRA LIBRE JOSE SARAMAGO

Profesor: Titular: Dr. Miguel Alberto Koleff
     
Régimen de cursado: Anual

Carga horaria semanal: 4 horas mensuales.

Los textos se leen en el idioma original o en idioma español si hay traducciones accesibles.

Docentes Invitados en 2017:

  Prof. Clara Ryfenholz (Facultad de Lenguas, UNC)
  Prof. Alejandra Britos (Facultad de Lenguas, UNC)
  Lic. Prof. Ximena Rodríguez (Facultad de Lenguas, UNC)
  Lic. Marisa Piehl (UNLaR)
  Lic. Graciela Castañeda
  Lic. Victoria Ferrara (UNLaR)



1. FUNDAMENTACION 

La Cátedra Libre José Saramago pretende operar intelectivamente sobre la obra del escritor José Saramago –Premio Nobel de Literatura 1998- para articular una reflexión literaria y política enmarcada en la discusión sobre el lenguaje, la interculturalidad y los derechos humanos. El escritor portugués en cuestión ha sido una de las voces más incisivas en el horizonte histórico-social del siglo XX y del entrado siglo XXI al denunciar la expansión de un neoliberalismo feroz que crea hondas desigualdades y mayor exclusión en el mundo contemporáneo, las formas del horror y la violencia que perpetúa la fe religiosa encarnada en la idea de un «factor Dios»  y la potenciación de las fuerzas de des-humanización que conspiran contra la dignidad humana y el derecho a la libertad y a la paz.

2. SINTESIS CONCEPTUAL

La propuesta programática del año 2017 se organiza en torno del siguiente eje temático: «Del diario al blog: los Cuadernos de José Saramago» y pone el acento en las producciones discursivas construidas por el autor a lo largo de los cinco Cadernos de Lanzarote [Cuadernos de Lanzarote] y los posteos en el blog que dieron cuerpo a los libros O caderno [El cuaderno] y O último caderno [El último cuaderno]. A partir del concepto de «semiosis social» elaborado por Eliseo Verón el planteo teórico recorrerá cada una de esas inscripciones textuales y las pondrá en conjunción con la producción narrativa de cada uno de esos períodos discutiendo la noción misma de «fundaciones» en el marco de la red semiótica social.
3. OBJETIVOS

Generales
Al finalizar el curso, el alumno estará en condiciones de:

1. Fortalecer y sistematizar la dimensión ético-política presente en la obra ficcional y ensayística de José Saramago.
2. Explorar las potencialidades significativas de los textos saramaguianos a partir del marco teórico elegido.
3. Potenciar los procedimientos heurísticos de análisis literario desde la mirada de universitarios latinoamericanos en un aquí y ahora.

Específicos 
Al finalizar el curso, el alumno estará en condiciones de:

- Ocuparse del lenguaje y del «subconsciente» de los textos literarios para revelar el papel que éstos tienen en la construcción ideológica de una comunidad interpretante;
- Potenciar hermenéuticamente estos textos articulando su disponibilidad discursiva con los contextos políticos de su emergencia socio-histórica.

4. CONTENIDOS CONCEPTUALES 

Pero se le confirma también, y no en menor medida, por la
clave que dota a ese instante del poder para abrir un 
determinado recinto del pasado, completamente clausurado 
hasta entonces. El ingreso en este recinto coincide estrictamente
con la acción política
(Benjamin, 2009, p. 30) [Tesis 17a]


Unidad Propedéutica: Presentación. Introducción al estudio de la literatura de José Saramago y las investigaciones sobre el autor. Presentación del programa anual y construcción del marco teórico.

Unidad 1:  Cadernos de Lanzarote: Diário I (1993) [Cuadernos de Lanzarote: Diario I] Lectura, análisis e interpretación de los textos. Crítica literaria. Contexto de producción y condiciones discursivas de recepción. Intertextos sociales y literarios. Interdiscursividad (es). 

Unidad 2: Cadernos de Lanzarote: Diário II (1994) [Cuadernos de Lanzarote: Diario II] Lectura, análisis e interpretación del texto. Crítica literaria. Contexto de producción y condiciones discursivas de recepción. Intertextos sociales y literarios. Interdiscursividad (es). 

Unidad 3: Cadernos de Lanzarote: Diário III (1995) [Cuadernos de Lanzarote: Diario III] Lectura, análisis e interpretación del texto. Crítica literaria. Contexto de producción y condiciones discursivas de recepción. Intertextos sociales y literarios. Interdiscursividad (es). 

Unidad 4: Cadernos de Lanzarote: Diário IV (1996) [Cuadernos de Lanzarote: Diario IV] Lectura, análisis e interpretación del texto. Crítica literaria. Contexto de producción y condiciones discursivas de recepción. Intertextos sociales y literarios. Interdiscursividad (es). 

Unidad 5: Cadernos de Lanzarote: Diário V (1997) [Cuadernos de Lanzarote: Diario V] Lectura, análisis e interpretación del texto. Crítica literaria. Contexto de producción y condiciones discursivas de recepción. Intertextos sociales y literarios. Interdiscursividad (es). 

Unidad 6: O caderno (2008-2009)  [El cuaderno] Lectura, análisis e interpretación del texto. Crítica literaria. Contexto de producción y condiciones discursivas de recepción. Intertextos sociales y literarios. Interdiscursividad (es). 

Unidad 7: O último caderno (2009-2010) [El último cuaderno] y Notas de trabajo de Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas (2010) [Alabardas] Lectura, análisis e interpretación del texto. Crítica literaria. Contexto de producción y condiciones discursivas de recepción. Intertextos sociales y literarios. Interdiscursividad (es). 


5. METODOLOGIA Y PROCEDIMIENTOS DIDACTICOS 

El trabajo áulico potenciará los procesos reflexivos de análisis, interpretación y crítica del texto literario. Las clases teóricas abrirán las perspectivas de abordaje y puntualizarán los líneas de lectura pausibles de los textos escogidos. Las clases prácticas estarán ceñidas a la investigación de los contextos referenciales y el estudio orgánico de las obras seleccionadas.

6. EVALUACION

La Cátedra prevé sólo una condición de cursado: regular, que se adquiere con la presencia y participación en el 80% de las clases. El examen final consistirá en la elaboración de un ensayo sobre alguno de los tópicos trabajados en clase.  

7. CRONOGRAMA TENTATIVO

Clase 1 Marzo Presentación de José Saramago y de la propuesta 2017. Marco teórico
Clase 2 Abril Análisis de Cadernos de Lanzarote I
Clase 3 Mayo Análisis de Cadernos de Lanzarote II
Clase 4 Junio Análisis de Cadernos de Lanzarote III
Clase 5 Julio Análisis de Cadernos de Lanzarote IV
Clase 6 Agosto Análisis de Cadernos de Lanzarote V
Clase 7 Setiembre Análisis de O caderno
Clase 8 Octubre Análisis de O último caderno y Notas de trabajo de Alabardas
Clase 9 Noviembre Evaluación


8. BIBLIOGRAFÍA GENERAL MINIMA

Arias, J. (1998). José Saramago: el amor posible. Buenos Aires: Planeta.
Benjamin, W. (2009). Tesis sobre la historia y otros fragmentos. (B. Echeverría, Trad.) Rosario: Prohistoria.
Bonito Couto Pereira, H. (2000). Literatura: toda a literatura portuguesa e brasileira. São Paulo: FTD.
Cury, J. J. (2007). Intertextualidad e identidad en Don Giovanni de José Saramago. In M. Koleff, III Apuntes Saramaguianos. José Saramago y el siglo XXI (pp. 53-68). Córdoba: EDUCC.
Ferrara, V. (2012). Benjamin y Saramago: resistencias finiseculares a la crisis de la experiencia de lo real. In M. Koleff, & F. Takahashi, VII Apuntes Saramaguianos. José Saramago y el capitalismo global (pp. 15-32). Córdoba: EDUCC.
Gómez Aguilera, F. (2010). José Saramago en sus palabras. Buenos Aires: Alfaguara.
Gomez de Silva, G. (1998). Breve Diccionario Etimológico de la lengua española. México: FCE.
Koleff, M. A. (7 de Marzo de 2013). Grândola, vila morena. Hoy Día Córdoba , p. Suplemento Magazine.
Koleff, M. A. (12 de Julio de 2012). La caverna de José Saramago: un cuento de hadas dialéctico. Hoy día Córdoba , p. 1 Magazine Cultural.
Koleff, M. A. (2013). La Caverna de José Saramago: una imagen dialéctica. Córdoba: EDUCC.
Koleff, M. (2008). Bajo el signo de la disidencia: José Saramago. In A. MAILHE, & E. REITANO, Pensar Portugal. Reflexión sobre el legado histórico y cultural del mundo luso en Sudamérica (pp. 291-301). Buenos Aires: FaHCE.
Koleff, M. (2009). De José Saramago a Imre Kertész: la rebelión de la indulgencia. In M. Koleff, El reconocimiento del otro en la cultura contemporánea (p. Versión digital sin paginar). Córdoba: EDUCC.
Koleff, M. (2005). José Saramago y el lugar de la lectura (Introducción a su novelística). In M. Koleff, II Apuntes Saramaguianos (pp. 17-26). Córdoba: EDUCC.
Koleff, M. (2005). José Saramago y el lugar de la lectura (Introducción a su novelística). In M. Koleff, II Apuntes Saramaguianos (pp. 17-26). Córdoba: EDUCC.
Koleff, M. (2004). La ceguera y la lucidez. José Saramago: la insurrección ética (Una polifonía crítica). In C. Schickendantz, Crisis cultural y derechos humanos (pp. 251-262). Córdoba: EDUCC.
Koleff, M. (2012). La dialéctica del sueño y del despertar. Consideraciones benjaminianas sobre La Caverna de José Saramago. In M. Koleff, & F. Takahashi, VII Apuntes Saramaguianos (pp. 57-68). Córdoba: EDUCC.
Koleff, Miguel;. (2004). Apuntes Saramaguianos. Aproximaciones a la narrativa de José Saramago. Córdoba: EDUCC.
Koleff, Miguel; Ferrara, María Victoria;. (2009). V Apuntes Saramaguianos. Etica y Política en Todos los Nombres de José Saramago. Córdoba: EDUCC.
Koleff, Miguel; Ferrara, María Victoria;. (2010). VI Apuntes Saramaguianos. José Saramago: memoria, voces, escrituras. Córdoba: EDUCC.
Koleff, Miguel; Ferrara, Victoria;. (2007). III Apuntes Saramaguianos. José Saramago y el siglo XXI. Córdoba: EDUCC.
Koleff, Miguel; Ferrara, Victoria;. (2008). IV Apuntes Saramaguianos. Córdoba: EDUCC.
Koleff, Miguel;. (2005). II Apuntes Saramaguianos. José Saramago: un acercamiento al lector. Córdoba: EDUCC.
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Moises, M. (1974). A literatura portuguesa. São Paulo: Cultrix.
Pires de Almeida, M. A. (2006). A Revolução no Alentejo: memórias e traumas da reforma agrária. Lisboa: ICS.
Ponce, M., Castañeda, G., & Piehl, M. (2006). Indagaciones. Ensayos sobre la alteridad en la narrativa de José Saramago. Córdoba: EDUCC.
Rancière, J. (2011). Política de la literatura. Buenos Aires: Libros del Zorzal.
Real, M. (2011). O romance português contemporâneo 1950-2010. Lisboa: Caminho.
Saramago, J. (2014). Alabardas. Buenos Aires: Alfaguara.
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Saramago, J. (2009). El cuaderno. Buenos Aires: Alfaguara.
Saramago, J. (2011). El último cuaderno. Buenos Aires: Alfaguara.
Saramago, J. (2009). O caderno. Lisboa: Caminho.
Verón, E. (1993). La semiosis social. Fragmento de una teoría de la discursividad. Barcelona: Gedisa.

"Editores" - Revisitar "Outros Cadernos de Saramago" (18/12/2008)

Revisitar "Outros Cadernos de Saramago"
http://caderno.josesaramago.org/17620.html

Quinta-feira, 18 de Dezembro de 2008

"Editores"
"Voltaire não tinha agente literário. Não o teve ele nem nenhum escritor do seu tempo e de largos tempos mais. O agente literário simplesmente não existia. O negócio, se assim lhe quisermos chamar, funcionava com dois únicos interlocutores, o autor e o editor. O autor tinha a obra, o editor os meios para publicá-la, nenhum intermediário entre um e outro. Era o tempo da inocência. Não quer isto dizer que o agente literário tenha sido e continue a ser a serpente tentadora nascida para perverter as harmonias de um paraíso que, verdadeiramente, nunca existiu. Porém, directa ou indirectamente, o agente literário foi o ovo posto por uma indústria editorial que havia passado a preocupar-se muito mais com um descobrimento em cadeia de best-sellers que com a publicação e a divulgação de obras de mérito. Os escritores, gente em geral ingénua que facilmente se deixa iludir pelo agente literário do tipo chacal ou tubarão, correm atrás de promessas de vultosos adiantamentos e de promoções planetárias como se disso dependesse a sua vida. E não é assim. Um adiantamento é simplesmente um pagamento por conta, e, quanto a promoções, todos temos a obrigação de saber, por experiência, que as realidades ficam quase sempre aquém das expectativas.Estas considerações não são mais que uma modesta glosa da excelente conferência pronunciada por Basílio Baltasar em finais de Novembro no México, com o título de “A desejada morte do editor”, na sequência de uma entrevista dada a “El País” pelo famoso agente literário Andrew Willie. Famoso, digo, embora nem sempre pelas melhores razões. Não me atreveria, nem seria este o lugar adequado, a resumir as pertinentes análises de Basilio Baltasar a partir da estulta declaração do dito Willie de que “O editor é nada, nada” e que me recorda as palavras de Roland Barthes quando anunciou a morte do autor… Afinal, o autor não morreu, e o ressurgimento do editor amante do seu trabalho está nas mãos do editor, se assim o quiser. E também nas mãos dos escritores a quem vivamente recomendo a leitura da conferência de Basilio Baltasar, que deverá ser publicada, e um seu consequente debate."