Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

"A Casa José Saramago" em Tías - Lanzarote

Publicado na página do Facebook em 

INFORMAÇÃO DA PÁGINA
Morada - Calle Los Topes, 3, 35572 Tías, Canarias, Spain
Horário Seg-Sáb: 10:00 – 14:30

Casa Museo José Saramago en la Isla de Lanzarote 

Telefone +34 928 83 30 53
E-mail acasajosesaramago@gmail.com



21 de septiembre de 1996
"Esta mañana, todavía en la cama, entre las nebulosas del primer despertar, tal y como si ante mí fuesen fluctuando piezas sueltas de un mecanismo que, por sí mismas, buscasen sus lugares y se encajasen unas en otras, comencé a distinguir, de un extremo a otro, el desarrollo del enredo de Todos los nombres, esa novela cuyo título nació, en enero, en un avión que aterrizaba en Brasilia, y que, para mostrarse (¿definitivamente?), necesitó que otro avión me trajera hasta Amherst. Estaba pensando, de un modo vago, soñoliento, en los esfuerzos que vengo realizando para encontrar la pista de mi hermano, y de repente, sin ninguna relación aparente, comenzaron a desfilar en mi cabeza los personajes, las situaciones, los motivos, los lugares de una historia que no llegaría a existir (suponiendo que la escriba) si el óbito de Francisco de Sousa hubiera sido registrado en la Conservaduría de Golegã, como debería...".
José Saramago, Cuadernos de Lanzarote II.

Apresentação de «O Lagarto», de José Saramago e J. Borges – 22/09, no Festival Literário de Óbidos

A presente informação foi publicada pela Fundação José Saramago, e pode ser recuperada, aqui

Na quinta-feira (22), pelas 18h30, no âmbito do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos, será apresentado «O Lagarto», livro publicado pela Porto Editora e que une as palavras de José Saramago com o traço do artista popular brasileiro J. Borges.



"A sessão, que acontece no Museu Abílio, em Óbidos, contará com a presença de Pilar del Río, presidenta da Fundação José Saramago, Alejandro García Schnetzer, editor independente que concebeu o projeto, e Manuel Alberto Valente, editor responsável pela obra de José Saramago na Porto Editora. Pelas 17h45, o trio de música nordestina “Só Lapada” recepcionará os convidados à entrada da vila de Óbidos.

Também será inaugurada uma exposição com as xilogravuras feitas especialmente para o livro. A entrada é livre, sujeita à lotação da sala. Para ver o programa completo do FOLIO aceda: www.foliofestival.com/ "



"O Lagarto é um conto breve incluído em A Bagagem do Viajante (1973), volume que reuniu as crónicas escritas por José Saramago para o diário A Capital e para o semanário Jornal do Fundão. A história narra o aparecimento, no Chiado, de um misterioso lagarto, cuja presença surpreende os transeuntes e mobiliza os bombeiros, o exército e a aviação.

Quem é J.Borges:

Nasceu em Bezerros (Pernambuco, Brasil) no ano de 1935. Aos 20 anos começou a vender cordéis nas feiras. Em 1964 assinou o seu primeiro trabalho autoral. Tornou-se gravurista para ilustrar os cordéis que produzia. Durante a vida escreveu algumas centenas de cordéis. Ilustrou o livro As palavras Andantes, de Eduardo Galeano, e expôs o seu trabalho em vários lugares do mundo, entre eles EUA, Suíça, França, Alemanha, Venezuela, Itália e Cuba. Em 2006 recebeu o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco, outorgado pelo Governo do Estado. Atualmente vive na sua cidade natal, num local que foi transformado num espaço artístico, o Memorial J.Borges, onde ensina a arte da xilogravura aos mais novos."

* Foto: Alfeu Tavares/Folha de Pernambuco


Conto «A ilha desconhecida», no Festival Literário Internacional de Óbidos - Produção "Trigo Limpo teatro ACERT"

«A ilha desconhecida», no Festival Literário Internacional de Óbidos



http://www.josesaramago.org/ilha-desconhecida-no-festival-literario-internacional-obidos/

A segunda edição do FOLIO – Festival Literário Internacional de Óbidos contará com a estreia do espetáculo A Ilha Desconhecida, a partir d’ O Conto da Ilha Desconhecida, de José Saramago. Trata-se de uma coprodução da Fundação José Saramago e do Trigo Limpo teatro ACERT que será apresentada durante o festival e seguirá em digressão nos próximos meses.

A peça, que foi adaptada e encenada por José Rui Martins, do ACERT, será interpretada pelos actores e músicos Catarina Moura e Luis Pedro Madeira.

Exibida gratuitamente nos seguintes dias:  22, 23, 24, 25, 29, 30 de setembro, e 1 e 2 de outubro. Aceda à página do festival para ver os horários e local do espetáculo www.foliofestival.com/

Foto: Ricardo Chaves

Sinopse

COMO É QUE UMA ILHA PODERÁ SER A UTOPIA QUE HÁ EM CADA UM DE NÓS?

Como é que a utopia pode ser o desconhecido que se procura pelo prazer da navegação e o desprendimento pela calculista ancoragem?
Imagine-se um pensamento de uma Mulher da Limpeza: “Se não sais de ti, não chegas a saber quem és.”
Imagine-se que um Homem que Queria um Barco sonhou com a Mulher da Limpeza e lhe segredou: “Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar.”
Agora, imagine-se que estamos no lugar deste Homem e desta Mulher que temos diante de nós três portas: a dos obséquios, a das petições e a das decisões. Qual delas seremos tentados a abrir?
No seu conto, José Saramago convida-nos a uma viagem em “que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós”. Habitar teatralmente esta  aventura onde a metáfora se espraia na areia das palavras é desafiante. Parabolizar teatral e musicalmente uma narrativa que, sendo complexa, não se pode desligar da singeleza do pensamento que a originou, constitui um desafio artístico aliciante. A palavra teatral e musicada é o roteiro para a construção de personagens oníricas, fantasiosa e poético-amorosas. A música, território de eleição dos intérpretes, pisca o olho sedutor ao argumento, deixando-o fluir encantatoriamente. A cenografia e os figurinos são enxertias de uma só planta.
Esta adaptação teatral do conto de José Saramago são as palavras de um livro que é palco. O Trigo Limpo teatro ACERT, após ter compartilhado com a Fundação José Saramago a maravilhosa aventura de “A Viagem do Elefante” que, desde 2013, continua e continuará a circular junto das comunidades onde ancora, aceitou afectuosamente este convite para partilhar, em co-produção “O Conto da Ilha Desconhecida”.

(José Rui Martins)


Ficha Técnica

 Coprodução: Fundação José Saramago e Trigo Limpo teatro ACERT

A partir de “ O Conto da Ilha Desconhecida” de José Saramago

Adaptação e encenação: José Rui Martins

Interpretação: Catarina Moura e Luís Pedro Madeira

Música: Luís Pedro Madeira

Cenografia: ZéTavares

Desenho de Luz: Paulo Neto

Figurinos, tapeçaria e adereços: Cláudia Ribeiro | Casa de Figurinos

Adereços: Sofia Silva

Costureira: Marlene Rodrigues

Pesquisa e coordenação literária: Sérgio Letria e Sara Figueiredo

Montagem e operação de luz: Rui Sérgio Henriques

Assistentes de produção: Joana Cavaleiro e Ricardo Viel

Carpintaria de cena: Filipe Simões

Fotografia: Ricardo Chaves

Edição #52 da revista Blimunda - Setembro de 2016 - Já disponível para descarregar gratuitamente


Recorte da capa da presente edição

A edição pode ser consultada e descarregada gratuitamente, aqui
em http://www.josesaramago.org/blimunda-52-setembro-2016/

"No campo de refugiados de Jenin, na Palestina, faz-se teatro. Uma realidade que a Blimunda descobriu ao conversar com os diretores do Freedom Theatre, companhia que esteve em digressão por Portugal neste mês de Setembro e que aposta que o teatro pode ser uma alternativa para os jovens de uma zona tão castigada pela violência. A reportagem é assinada por Ricardo Viel.

Manifestação política e cultural, a Festa do Avante! viveu este ano a sua 40.ª edição. A Blimunda esteve lá e traz nas suas páginas uma crónica assinada por Sara Figueiredo Costa sobre a festa organizada pelo Partido Comunista Português.

A escritora e professora argentina María Teresa Andruetto marcou presença na XIV edição das Palavras Andarilhas. O programa incluía uma entrevista ao vivo à escritora vencedora do Prémio Andersen em 2012. Essa conversa, conduzida por Andreia Brites e Sérgio Machado Letria, ocupa agora o seu espaço nesta edição da Blimunda.

Na secção Saramaguiana recuperamos uma das primeiras críticas ao romance O Ano da Morte de Ricardo Reis, livro de José Saramago que este mês de setembro regressa às livrarias portuguesas na nova edição da Porto Editora. Escrito por Leonor Xavier e publicado em novembro de 1984, poucas semanas depois da chegada do romance às livrarias, o texto destaca o caráter inovador do romance ao propor um “jogo entre o real imaginário e o imaginário real”, tendo o leitor como parceiro.

A escritora Andréa Zamorano regressa ao seu espaço mensal com uma crónica que aborda a as vantagens e as dificuldades de viver meio cá, em Portugal, meio lá, no Brasil.

Como habitualmente, com muito para ler, as secções habituais da revista.

Boas leituras!"