(Caligrafia da capa por José Mattoso)
Aqui, o link da editora,
«Um romance histórico inovador. Personagem principal, o Convento de Mafra. O escritor aparta-se da descrição engessada, privilegiando a caracterização de uma época. Segue o estilo: "Era uma vez um rei que fez promessas de levantar um convento em Mafra... Era uma vez a gente que construiu esse convento... Era uma vez um soldado maneta e uma mulher que tinha poderes... Era uma vez um padre que queria voar e morreu doido". Tudo, "era uma vez...". Logo a começar por "D. João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D. Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa a até hoje ainda não emprenhou (...). Depois, a sobressair, essa espantosa personagem, Blimunda, ao encontro de Baltasar. Milhares de léguas andou Blimundo, e o romance correu mundo, na escrita e na ópera (numa adaptação do compositor italiano Azio Corghi). Para a nossa memória ficam essas duas personagens inesquecíveis, um Sete Sóis e o outro Sete Luas, a passearem o seu amor pelo Portugal violento e inquisitorial dos tristes tempos do rei D. João V.» (Diário de Notícias, 9 de outubro de 1998).
(Fotografia de José Saramago, nas imediações do Convento de Mafra)
Aqui, link da notícia, em http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=749930
«Memorial do Convento», de José Saramago (Porto Editora)
A Porto Editora continua a lançar as obras de José Saramago, com novas capas e novas revisões. O mais recente livro desta nova etapa é “Memorial do Convento”, um dos livros mais marcantes da carreira do Prémio Nobel da Literatura, em 1998. Desta vez, cabe ao historiador José Mattoso “assinar” a caligrafia da capa (recorde-se que todos os títulos das obras editadas são assinadas por grandes figuras da literatura e da cultura portuguesa, além de amigos de Saramago). Editado em 1982 (já vai na sua 55.º edição, a primeira na Porto Editora), “Memorial do Convento” apresenta como nenhum outro o equilíbrio entre a História, a ficção e o imaginário. É verdade que Blimunda (que tem a aptidão de ver o interior das pessoas aquando em jejum) e Baltazar (ex-militar que perdeu uma mão) assumem os papéis principais do livro, mas não podemos ficar indiferentes, por exemplo, ao Padre Bartolomeu de Gusmão (que abençoa o amor infiel de Baltazar e Blimunda), mas também ao povo, faminto devido aos caprichos de um Rei e de uma Igreja que não olham a meios para alcançarem os seus desejos, muitas vezes irreais. Um livro absolutamente obrigatório!
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