Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sábado, 7 de março de 2015

"A Ti regreso a Mar" - "Mi voz en tu palabra" - Esperanza Fernández Canta a José Saramago

"A Ti regreso a Mar" - "Mi voz en tu palabra" - Esperanza Fernández Canta a José Saramago

"Suele ocurrir que la poesía nazca para ser leída en silencio, tal vez con pausas no marcadas en el poema aunque exigidas por la sensibilidad del lector, impelido a cerrar los ojos o mirar al infinito de una pared o al paisaje que se abre bajo las pinceladas de un cuadro. La poesía es caprichosa, unas veces fortalece el alma, otras se empeña en medir la humana dimensión o la consistencia de los sueños. Alguna rara vez, y este es el caso, demanda una voz que la ponga en el aire. Esperanza Fernández recogió el reto que al escribir lanzó José Saramago y, junto a grandes creadores, grabó con la voz más honda del flamenco los poemas suaves del escritor portugués."



Pilar del Río escreveu sobre este trabalho de Esperanza Fernández:

"A voz mais honda para os poemas mais suaves"
"Habitualmente a poesia nasce para ser lida em silêncio, talvez com pausas não marcadas no poema mas exigidas pela sensibilidade do leitor, impelido a fechar os olhos ou olhar o infinito de uma parede ou a paisagem que se abre sob as pinceladas de um quadro. A poesia é caprichosa, umas vezes fortalece a alma, outras empenha-se em medir a dimensão humana ou a consistência dos sonhos. Raramente, e este é o caso, pede uma voz que a ponha no ar. Esperanza Fernández acolheu o desafio que José Saramago lançou ao escrever, e em conjunto com alguns criadores, gravou com a voz mais honda do flamenco os poemas suaves do escritor português.
A harmonia fez-se possível e agora sabemos que José Saramago soa em flamenco com tanto duende y compás como Esperanza Fernández se faz poeta ao cantar. Um disco feliz para ouvir como se lê poesia: fechando os olhos, olhando o infinito de uma parede ou a paisagem que se abre sob as pinceladas de um quadro.
Esperanza Fernández e José Saramago, um dueto inesperado que desterra sombras e põe beleza na terra de todos, a nossa terra íntima."

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