Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

domingo, 13 de setembro de 2015

Recordar a edição da revista Blimunda de Setembro passado - #28 (09/2014)

Capa da edição #28

Enquanto o mês corre e não chega a próxima edição, recordamos para consulta e descarregar gratuitamente, aqui
em http://blimunda.josesaramago.org/2014/09/18/blimunda-28-setembro-de-2014/

«A história acabou, não haverá nada mais que contar», escreveu Saramago na última linha de Caim. Em 2009, quando terminou o último romance que viu publicado, o escritor abriu um documento no seu computador e anotou: «Afinal, talvez ainda vá escrever outro livro.»

O livro que Saramago estava a escrever quando, em junho de 2010, deixou de estar – como definia a morte – tem como título Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas e agora é, finalmente, dado a conhecer. É sobre a publicação da última história que Saramago quis contar que se centra a Blimunda #28, no seu dossier central. Além de um texto sobre o romance inacabado e de uma entrevista com Luiz Eduardo Soares, antropólogo e especialista em segurança pública que assina o prefácio da edição brasileira de Alabardas, alabardas, a revista traz as palavras de quatro editores envolvidos no processo de publicação do romance.

Também em destaque na edição de setembro da Blimunda o registo fotográfico de João Pina sobre a Operação Condor, aliança forjada entre os regimes militares e ditatoriais de vários países do Cone Sul da América e a CIA, nos anos 70 do século passado. O texto sobre o livro do fotógrafo português é assinado por Sara Figueiredo Costa.

Na secção Cinema, João Monteiro apresenta a segunda parte do seu artigo sobre literatura negra e cinema negro.

Andreia Brites e Sérgio Machado Letria estiveram em Beja, nas Palavras Andarilhas, de onde trouxeram uma deliciosa conversa com a escritora e pedagoga colombiana Yolanda Reyes, que há mais de trinta anos se dedica à mediação e promoção da leitura.

Para fechar a revista, a Saramaguiana recupera o manifesto de José Saramago contra a Guerra no Iraque, apresentado publicamente na Porta do Sol – Madrid, em 2003, diante de centenas de milhares de pessoas que se manifestavam contra mais um episódio de uma história feita de guerra e de barbárie."

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