Peça de Teatro "A Noite", encomendada por Luzia Maria Martins
Caminho, 2.ª edição - 1987
Um roteiro não nos mostra o local físico, porém,
nos orienta pelos caminhos a percorrer até ao seu destino.
São 36 pontos de interesse, de 2 actos e em sucessão, tal como se pode imaginar e idealizar num trajecto entre o ponto de partida e o de chegada. Pelo meio, um caminho percorrido.
O drama e tensão passados na redacção de um jornal afecto ao anterior regime.
Acção decorre no fim da noite de 24 de Abril de 1974.
(5 a 8 de Dezembro de 2015)
(Saramago junto do elenco)
Peça de teatro A Noite
Nota interna:
Valadares é um elemento central na facção de apoio ao Director juntamente com parte da redacção
Torres, Cláudia e Jerónimo da Tipografia serão a outra parte da força que se vai rebelando
Primeiro Acto
1 - Valadares e o exame prévio (Coronel Miranda), cordialidade e solidariedade
no trato
2 - Valadares lambe bota do Director (a propósito de uma nova 1.a página de
última hora)
3 - Director e a posição do jornal perante o regime (o jornal é uma força),
alusão ao caso do 16 de Março
4 - Torres o homem do trabalho da província e seus correspondentes,
tem um tom
de algum confronto com o Valadares
5 - Notícia da Guarda posta no prego. Torres confronta Valadares. Valadares usa
do poder.
Jerónimo acalma dizendo um manda os outros obedecem. Conformação
6 - Confronto entre Jerónimo e Valadares, ameaça de participação contra
Jerónimo
7 - Jerónimo conta com o Torres e a estagiária Cláudia,
os restantes estão com
Valadares. Agitação geral
8 - Valadares e Fonseca conversam sobre alguma inquietação
no parlamento ainda
no rescaldo do 16 de Março
9 -Valadares subserviente e o Director que lê o texto para a 1.a página
"Cultura e águas turvas"
10 - Valadares confidencia ao Director os casos/indisciplina de Torres e
Jerónimo
11 - Valadares faz a última chamada para o coronel. Não há mais cortes
12 - Pinto o redactor desportivo entra com a notícia do
jogo do Benfica e as
anedotas do Agostinho Neto e Samora Machel
13 - Josefina que acha o barulho da redacção algo reprovável e a estagiária
Cláudia que remata com uma alusão indirecta ao "quanto mais silêncio
melhor"
(Capa da edição original)
14 - 22:55 no rádio anuncia-se a música de Paulo de Carvalho "E depois do
adeus"
15 - Diálogo entre Valadares e Torres, este displicente e frio
o outro tentando
ser conciliador e capaz de exercer o poder
16 - Longo vai a conversa, Valadares tenta por todos os meios desmontar a
atitude de Torres.
Vem à baila os jornalistas que não cumprem o dever isento de
informar e a objectividade do jornal,
o dono do dinheiro é o dono do poder
17 - Depois desta conversa o rádio do Faustino passa a "Grândola Vila
Morena"
Nota interna:
Existem laivos de intimidade entre Valadares e Esmeralda, secretária da
Redacção.
Solidariedade ou subserviência de Valadares para com o Director e o jornal do
regime.
Quase toda a redacção tem o costume e a passividade solidária para com
Valadares.
(Imagem do cenário e do decorrer da peça)
Segundo Acto
18 - Diálogo entre Torres e Cláudia. Ela demonstra total solidariedade e
colagem à postura dele. Torres lança-lhe o aviso para não ser muito próxima,
pode ser queimada
19 - Cláudia é seriamente avisada pela redacção para não ser alinhada com
Torres
20 - Agitação. Torres recebe uma visita inesperada. As tropas estão a cercar
Lisboa.
Comenta com Cláudia. Nervosismo e dúvida quanto ao passo a dar
21 - Torres consegue falar com Jerónimo (Tipografia) e informar das
movimentações militares
22 - A Tipografia em peso sobe à Redacção e toma posição "O que é que o
jornal vai fazer?"
23 - Valadares apanhado de surpresa. Torres e Cláudia disfarçam. A Redacção
está em polvorosa
24 - Fonseca (redactor parlamentar) confronta os tipógrafos e quer respostas.
Valadares sente-se ultrapassado e toma palavra
25 - O jornal está dividido. Valadares, Fonseca e restantes de um lado,
contra,
Torres, Cláudia e Jerónimo. A Tipografia em festa
26 - Torres sai para a rua. Valadares tenta saber o que fazer. Telefona ao
Director e ao General.
Não há informações. Os outros jornais também estão sem
dados ou não os divulgam
27 - Novo confronto entre Jerónimo (oficina) e Valadares (alinhados),
este com
Cláudia que é ameaçada de despedimento. Torres na rua.
Fonseca num diálogo duro
com Valadares por não ter força perante os desalinhados
(Imagem da encenação da peça - 2013)
28 - Director e Administrador chegam e reúnem-se com Valadares para perceber o
ponto da situação
29 - Cláudia e Jerónimo com outros apoiantes da oficina exigem falar com o
Director.
Que pensa o jornal fazer com uma revolução na rua?
30 - Violenta intervenção de Jerónimo contra o Director e os interesses que
representa.
Cláudia alvo de ameaça por parte dos alinhados com Valadares
31 - Director e Administrador debatem a decisão de suspender ou não o jornal.
Decidem por duas tiragens, uma sem revolução e uma suposta segunda com os dados
a apurar
32 - Valadares e o medo da reacção da Oficina.
Director e Administrador
afrontam Jerónimo e o pessoal oficinal
33 - O Administrador comunica e Jerónimo recusa que a primeira edição não tenha
menção à revolução. Cláudia refere o jornal como estando ao serviço do
fascismo.
Leva ordem de despedimento
34 - Torres regressa exuberante. Confirma-se a revolução dos militares contra o
regime.
Escreve umas linhas que o Director pretende avaliar e Jerónimo não
permite.
Rolam as impressoras. As rotativas fazem o seu trabalho
35 - Director agarrado ao telefone faz contactos a avisar o que se passa.
Manda
queimar tudo para não serem comprometidos
36 - Os grupos reagem ao andamento. Não há-de parar
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