"Estar sentado frente ao mar.
Pensar que já não restam muitos anos de vida.
Compreender que a felicidade é apenas uma questão pessoal, que o mundo, esse, não será feliz nunca. Recordar o que se fez e achá-lo tão pouco.
Dizer: «Se eu tivesse mais tempo...» - e encolher os ombros
com ironia porque são palavras insensatas.
Olhar a pedra vulcânica que está no meio do jardim,
bruta, áspera e negra, e pensar que é um bom sítio para não pensar em mais nada.
Debaixo dela, claro."
in, "Cadernos de Lanzarote Diário II
Caminho, página 193 - (08/09/1994)
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