A referida edição encontra-se à venda e disponível, aqui
"The Brussels Commission has just suspended its senior economist, Bernard Connolly, for writing a book savaging the prospects for a common currency.
There are many who now believe he should be lauded as a prophet."
Observer, Editorial, 1 October 1995
"Mr. Connolly's longstanding proposition that the foisting of a common currency upon so many disparate nations would end in ruin is getting a much wider hearing..."
New York Times, 17 November 2011
5 de Setembro (de 1995)
"Dentro de poucos dias será publicado em Inglaterra um livro explosivamente polémico, se a fazenda de dentro vier a corresponder à amostra de fora, isto é, ao título anunciado: O Carcomido Coração da Europa: a Guerra Suja pela Europa Monetária. O autor chama-se Bernard Connolly e faz parte do certamente qualificado grupo de altos funcionários que estão encarregados de gerir a política monetária da União Europeia. Presume-se, portanto, que seja alguém que sabe o que diz. E que diz ele? Diz, por exemplo, que o Sistema Monetário Europeu é uma «monstruosidade económica» e a união monetária um «perigoso logro». E vai mais longe: prenuncia que a união monetária levará a uma batalha aberta entre a França e a Alemanha para conseguir a hegemonia na União Europeia. A Comissão não gostou de vaticínios e opiniões tão contrários aos seus gostos e entregou o caso ao Comité de Disciplina. Ora, independentemente da substância e do mérito dos fundamentos objectivos que assistam ao funcionário rebelde (aliás, seguidor declarado de Margaret Thatcher) para ter formulado tão sombrios prognósticos (chega mesmo ao ponto de dizer que tais conflitos e contradições poderão vir a resultar numa guerra), aquilo que, a meu ver, deveria merecer toda a nossa atenção é a emergência cada vez mais exigente da questão em que toda a gente pensa, mas de que pouquíssimos têm a coragem de falar sem disfarces: a hegemonia sobre a Europa. Que a Alemanha se tenha tornado, por assim dizer, em candidato «natural» a essa hegemonia, é algo tão flagrante que parece já ter adquirido um estatuto de fatalidade inelutável; que a França comece a reagir desesperadamente à perspectiva de continuar, no quadro europeu, a ser o que é hoje, apenas o maior dos menores, e ver agravada a sua dependência política - tudo isto é mais um episódio do velho jogo chamado «quem-manda-na-Europa», a que, ingenuamente, alguns políticos «integracionistas» pensaram poder mudar as regras. E se, como dizia o Eduardo Guerra Carneiro dos antigos tempos, «isto anda tudo ligado», é caso para nos perguntarmos se as bombas atómicas que Paris vai fazer explodir no Pacífico não se destinam, afinal, a ser ouvidas em Bona." (...)
in, "Cadernos de Lanzarote Diário III"
Caminho, páginas 149 e 150 (5/9/1995)
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