Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sábado, 9 de dezembro de 2017

Apresentação Pública da "Rota do Memorial do Convento" apresentação pública na Fundação José Saramago (11/12)


Informação via Fundação José Saramago aqui
em https://www.josesaramago.org/11-12-apresentacao-publica-da-rota-do-memorial-do-convento/

"Na segunda-feira (11), às 11h30, na sede da Fundação José Saramago, será apresentada a Rota do Memorial do Convento, iniciativa conjunta das Câmaras Municipais de Lisboa, Loures e Mafra. A criação desta rota tem como objetivo “valorizar a notoriedade e a atratividade dos recursos patrimoniais e culturais dos concelhos e dos sítios onde os monumentos históricos e arquitetónicos classificados se localizam” e “criar uma oferta de novos nichos de turismo de cultura, com enfoque na componente literária”.

A apresentação da Rota está inserida na comemoração dos 19 anos da entrega do Prémio Nobel de Literatura a José Saramago."
Via "Observador", aqui
"O romance “Memorial do Convento”, de José Saramago, publicado em 1982, inspira uma rota cultural a estabelecer por Lisboa, Loures e Mafra, “resgatando importantes elementos do património religioso, estético e turístico”, anunciou a organização.

“Pela primeira vez em Portugal, um livro dá origem a uma rota cultural, abarcando três municípios”, afirma a organização, em comunicado enviado à agência Lusa, referindo que este itinerário literário envolve as personagens do romance, nomeadamente os protagonistas, Blimunda e Baltasar, “o sonho utópico de voar de Bartolomeu de Gusmão e a devoção à música de Domenico Scarlatti, fazendo o passado histórico ganhar vida no presente”.

A Rota Memorial do Convento segue a narrativa de Saramago, que se torna um “ponto literário aglutinador de momentos e monumentos históricos e paisagísticos do século XVIII, entre Lisboa e Mafra, passando por Loures”, unindo “pontos de interesse patrimonial situados em Sacavém, Santo António dos Cavaleiros, Unhos, Santo Antão do Tojal, Fanhões, Malveira, Mafra e Cheleiros”.

O percurso, assinala a organização, cruza a rota da pedra e a dos materiais estéticos e religiosos de Lisboa para o Convento de Mafra, assinalando outros pontos históricos dos três concelhos, como o miradouro sobre o rio Trancão, o Palácio dos Arcebispos, em Santo Antão do Tojal, a igreja de Alcainça e o seu portal gótico, ou o passado histórico de Cheleiros, cuja produção vinícola foi famosa até ao século XIX.

A criação da rota celebra os 35 anos da publicação do “Memorial do Convento”, um “romance que revolucionou a literatura portuguesa” na época (1982), e homenageia José Saramago, único escritor de Língua Portuguesa distinguido com o Prémio Nobel da Literatura (1998).

A Rota do Memorial do Convento é apresentada como “um projeto intermunicipal”, envolvendo Lisboa, Loures e Mafra, em que um dos parceiros estratégicos é a Fundação José Saramago. O projeto enquadra-se no Programa Operacional Regional de Lisboa 2014/2020, tendo um financiamento total de 392.397,20 euros, parcelado pelos três municípios: Lisboa, com a contribuição mais baixa, 41.272,94 euros, Loures, com 179.592,69 euros, e Mafra, com 171.531,57 euros.

A Rota segue através de bens imóveis classificados, da Praça do Comércio à Casa dos Bicos/Fundação José Saramago, em Lisboa, passa pelo Palácio dos Arcebispos, em Santo Antão do Tojal, no concelho de Loures, e pelo Palácio e Convento de Mafra.

O percurso previsto é o seguinte: em Lisboa, praça da Figueira e praça do Comércio, Casa dos Bicos, na rua dos Bacalhoeiros.

Em Loures, passa pela Biblioteca Municipal Ary dos Santos, onde está instalado um ponto de informação sobre a rota, pelo Miradouro sobre o Rio Trancão, em Sacavém, a Igreja de Unhos, o Centro de Acolhimento da Rota Memorial do Convento, no Museu Municipal de Loures, a Quinta do Conventinho, em Santo António dos Cavaleiros, o Centro de Acolhimento Turístico e Interpretativo da Rota Memorial do Convento, na Biblioteca Municipal José Saramago, na cidade de Loures, a praça Monumental, em Santo Antão do Tojal, e os largos do Coreto, em Fanhões, da Feira, na Malveira, e a Igreja de São Miguel, em Alcainça.

Em Mafra, a rota abarca a capela do Espírito Santo, Palácio Nacional, Miradouro de Vila da Velha, antigas Casas da Câmara e Pelourinho de Mafra e, finalmente, em Cheleiros, o largo da Igreja Matriz.

O estabelecimento da Rota prevê, com a coordenação do escritor Miguel Real, a produção de conteúdos de interpretação em suporte digital, multimédia (‘website’ e aplicativo móvel, ‘APP’) e, em papel, ações de ‘marketing’ turístico-cultural, realização de eventos de caráter internacional e diversas iniciativas de divulgação e promoção de índole técnico-científica.

Está previsto a colocação de sinalética explicativa nos pontos de interesse nos três concelhos, bem como o desenvolvimento de “cinco ações, dirigidas a diferentes tipos de público”, para a divulgação da Rota, designadamente no Congresso Internacional sobre a Obra de Saramago e no Festival Internacional de Música Barroca.

O itinerário pode começar ou terminar na Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago, em frente à qual foi plantada a oliveira trazida de Azinhaga do Ribatejo, terra natal do escritor, cujas raízes acolhem as suas cinzas.

A rota terá uma apresentação pública, na segunda-feira, na Fundação José Saramago, em Lisboa."

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