Além de escrever, e de fazê-lo da melhor forma que puder, [o escritor] não deve jamais esquecer que, além de escritor, ele é um cidadão; e, em sua atuação como cidadão, não deve esquecer que é um escritor. Não consigo entender o que leva um escritor a achar que seu compromisso pessoal se restringe exclusivamente à literatura e à sua obra. É o retorno ao egoísmo e à presunçosa torre de marfim. Talvez seja esse o maior dos erros dos últimos vinte anos, embora, por sorte, esses exercícios de autocomplacência estejam desaparecendo a partir da guerra da ex-Jugoslávia. O escritor não é um guia ou um político, e não pode viver, de forma esquizofrenica, separado do cidadão.
“José Saramago: ‘El mundo se está quedando ciego’”
"La Verdad", Murcia (15 de março de 1994) Entrevista a Gontzal Díez
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