"O Senhor deteve no ar a mão da Sua justiça e a Sua voz disse: «Apressai-vos porque o tempo do sangue é chegado, já se ouve a lâmina do cutelo rangendo na pedra de amolar, o terror faz correr os animais condenados, mas o Meu braço os alcançará onde quer que se acolham, nem antes nem depois da hora marcada por Mim no princípio dos tempos»."
Voz de Matthys, apóstolo anabaptista
Segundo acto, quadro 1
"In Nomine Dei", Caminho, 3.ª edição, página 63
"Vídeo de apresentação da peça de teatro "In Nomine Dei",
representada no Centro Andaluz de Teatro - Sevilha, em Dezembro de 2007.
Direcção de José Carlos Plaza, em colaboração com o Teatro Nacional Dona Maria II.
Link da apresentação, na voz de José Saramago,
Via Wikipédia, em http://pt.wikipedia.org/wiki/In_Nomine_Dei
"In Nomine Dei" é uma peça de teatro de José Saramago, lançada em 1993. A acção decorre na cidade alemã de Münster, entre maio de 1532 e Junho de 1535. Retrata a história, baseada em factos reais, das lutas entre Protestantes e Católicos. Neste peça, Saramago expõe todo o seu potencial enquanto romancista, levando ao limite a linguagem das personagens, numa acção intensa capaz de prender o leitor do inicio ao fim. "
Sinopse da obra "In Nomine Dei"
Caminho, 3.ª edição, página 9
«”Entre o homem, com a sua razão, e os animais, com o seu instinto, quem, afinal, estará mais bem dotado para o governo da vida?” Não faz sentido? “Se os cães tivessem inventado um Deus, brigariam por diferenças de opinião quanto ao nome a dar-lhe, Perdigueiro fosse, ou Lobo-d’Alsácia? E no caso de estarem de acordo quanto ao apelativo, andariam, gerações após gerações, a morder-se mutuamente por causa da forma das orelhas ou do tufado do seu canino Deus? “Estas considerações podiam ser tomadas como ofensivas, mas José Saramago trata de se defender: “Não é culpa minha nem do meu discreto ateísmo se em Münster, no século XVI, como em tantos outros tempos e lugares, católicos e protestantes andaram a trucidar-se uns aos outros em nome de Deus – “In Nomine Dei” – para virem a alcançar, na eternidade, o mesmo Paraíso.” “Os acontecimentos descritos nesta peça representam, tão só, um trágico capítulo da longa e, pelos vistos, irremediável história da intolerância humana”, explica o autor. “Que o leiam assim, e assim o entendam, crentes e não crentes, e farão, talvez, um favor a si próprios. Os animais, claro está, não precisam.”»
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