Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

segunda-feira, 25 de maio de 2015

"Palavras trocadas" inspiradas em algumas obras de José Saramago


"Palavras Trocadas"

... vivemos num autêntico "Ensaio sobre a Cegueira", 
que se repete num "Ensaio sobre a Lucidez"
... a alguns apetece partir numa "Jangada de Pedra", 
ou seguir na "Viagem do Elefante", 
porque as coisas que vivemos não são "Deste Mundo e do Outro".
Quando chegará de novo "A Noite", 
para que "Os Poemas Possíveis" possam ser de novo musicados?
Às vezes, sinto-me acabado de ser "Levantado do Chão", 
extenuado depois de uma "Viagem a Portugal", 
onde "Os Apontamentos" recolhidos, são peças soltas de uma passarola construída por um padre alucinado que vive num suposto estado de "Provavelmente Alegria". 
"O Ano da Morte de Ricardo Reis", que este, sendo "O Homem Duplicado" de Pessoa, 
viveu nas suas "Pequenas Memórias" 
as "Intermitências da Morte", 
dentro da "Caverna" em que este país se tornou, 
desde a famosa "História do Cerco de Lisboa".
Os censores andam aí, com a cara destapada ou com uma simples capa vestida, 
gritam e bramem aos céus "In Nomine Dei", "In Nomine Dei"!!!
... talvez em busca de outro "Evangelho Segundo Jesus Cristo"
... mas tenham atenção, que "Caim" marcado para sempre, 
dará outra oportunidade tal qual se tratasse de uma "Segunda Vida de Francisco de Assis".
Nesta "Terra do Pecado", onde falta a bondade ao homem, 
procuramos uma nova luz de esperança 
e que essa possa chegar sob o signo da "Maior Flor do Mundo".
"Que Farei com este Livro", 
onde constam todas as evangélicas atrocidades cometidas em nome de deuses, 
por homens raivosos e cegos de razão e moral... 
esses a quem lhe faltou sempre um "Manual de Pintura e Caligrafia" 
com os valores inscritos para a humanidade...

Miguel de Azevedo


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