Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

domingo, 28 de junho de 2015

XXIII edição do Festival Sete Sóis Sete Luas 2015

(Cartaz da XXIII edição do Festival Sete Sóis Sete Luas 2015)

Toda a informação do evento pode ser consultada aqui 


Breve história via site do festival

"A história

COMO NASCE

Pela curiosidade e audácia de um grupo de estudantes da Toscana e o apoio de um escritor português nasce a experiência do Festival Sete Sóis Sete Luas.

Jovens sonhadores, com uma grande paixão pelo teatro, fundam o Gruppo Teatrale Immagini (Grupo Teatral Imagens) em 1987. Ansiosos por atravessar a fronteira italiana, em 1991, voam até ao Alentejo. Aqui apresentam vários espectáculos com muito sucesso e entram em contacto com José Saramago, convidando-o a visitar Pontedera. O escritor português não só aceita o convite, como também lhes oferece os direitos de autor em Itália do seu livro “O ano de 1993”. Em 1993 nasce o Festival Sete Sóis Sete Luas, dirigido por Marco Abbondanza desde a sua primeira edição, e começa  o original e rico intercâmbio cultural entre Itália e Portugal que, ao longo dos seus 21 anos (1993-2013), já viu aderir muitos outros países: Grécia (1993), Espanha (1997), Cabo Verde (1998), França e Marrocos (2005), Israel (2006), Croácia (2008), Brasil (2009), Roménia (2012), Eslovénia e Tunísia (2013), privilegiando sempre as localidades periféricas e não os grandes centros.



UM PRESIDENTE HONORÁRIO MILITANTE E UM SÍMBOLO ILUMINISTA

José Saramago deu ao Festival SSSL os instrumentos, filosóficos e práticos, para começar esta fantástica viagem pelo Mediterrâneo e pelo mundo lusófono. O Festival inspira-se nos valores presentes na sua obra “Memorial do Convento”, cujas personagens são sonhadores de alma visionária, que vivem numa Europa medieval, oprimidos por uma intolerante e tenebrosa Inquisição. Baltazar Sete Sóis e Blimunda Sete Luas criam a “passarola”, uma máquina voadora, que é o símbolo do Festival pelo seu poder evocativo e simbólico, representando a metáfora do sonho e da liberdade utópica. O Festival serve-se da capacidade da arte, da música e da literatura de ver para além da realidade do nosso tempo.



O QUE É

– Uma Rede cultural de 30 cidades de 13 Países – Brasil, Cabo Verde, Croácia, Eslovénia, Espanha, França, Grécia, Israel, Itália, Marrocos, Portugal, Roménia e Tunísia – que privilegia relações vivas e directas com os pequenos centros e os artistas;

– Uma viagem pelo Mediterrâneo e pelo mundo lusófono: uma viagem feita de encontros. Os artistas, os operadores culturais e os espectadores participam nas acções de mobilidade internacional ;

– Um Festival que vai ao encontro das pessoas, não das praças e dos monumentos;

– Um Festival da criação musical: cada ano produz uma ou mais orquestra multicultural;

– Promotor de turismo cultural: o público pode seguir o Festival nas várias paragens da sua viagem pelo mundo lusófono e mediterrâneo;



PRÉMIOS E DISTINÇÕES INTERNACIONAIS

– 2 vezes o apoio do Programa Caleidoscópio da Comissão Europeia

– 6 vezes o apoio do Programa Cultura2000 da Comissão Europeia e 1 vez o apoio do Programa Interreg Medocc

– a 20 de Janeiro de 2009 e de 2013, o Festival SSSL foi apresentado no Parlamento Europeu em Bruxelas, numa audição especial;

– a 16 de Abril de 2009 recebeu o prestigioso prémio espanhol “Caja Granada” para a Cooperação internacional. O prémio de 50.000€ foi investido na construção de um novo Centrum SSSL na Ribeira Grande, na ilha de Santo Antão em Cabo Verde."

“E agora, José?”, crónica de José Saramago inspirada no poema homônimo de Drummond - Via "CONTI outra"


A presente crónica foi publicada através do site "CONTI outra", e que merece ser assiduamente seguido, não só pela diversidade de temas que aborda, como pelo profissionalismo que apresente.

O texto, pode ser consultado e lido aqui,

(Capa da Editorial Futura, 1973, 1.ª edição)

"Há versos célebres que se transmitem através das idades do homem, como roteiros, bandeiras, cartas de marear, sinais de trânsito, bússolas — ou segredos. Este, que veio ao mundo muito depois de mim, pelas mãos de Carlos Drummond de Andrade, acompanha-me desde que nasci, por um desses misteriosos acasos que fazem do que viveu já, do que vive e do que ainda não vive, um mesmo nó apertado e vertiginoso de tempo sem medida. Considero privilégio meu dispor deste verso, porque me chamo José e muitas vezes na vida me tenho interrogado: «E agora?» Foram aquelas horas em que o mundo escureceu, em que o desânimo se fez muralha, fosso de víboras, em que as mãos ficaram vazias e atónitas. «E agora, José?» Grande, porém, é o poder da poesia para que aconteça, como juro que acontece, que esta pergunta simples aja como um tónico, um golpe de espora, e não seja, como poderia ser, tentação, o começo da interminável ladainha que é a piedade por nós próprios.

Em todo o caso há situações de tal modo absurdas (ou que o pareceriam vinte e quatro horas antes), que não se pode censurar a ninguém um instante de desconforto total, um segundo em que tudo dentro de nós pede socorro, ainda que saibamos que logo a seguir a mola pisada, violentada, se vai distender vibrante e verticalmente armar. Nesse momento veloz tocara-se o fundo do poço.

Mas outros Josés andam pelo mundo, não o esqueçamos nunca. A eles também sucedem casos, desencontros, acidentes, agressões, de que saem às vezes vencedores, às vezes vencidos. Alguns não têm nada nem ninguém a seu favor, e esses são, afinal, os que tornam insignificantes e fúteis as nossas penas. A esses, que chegaram ao limite das forças, acuados a um canto pela matilha, sem coragem para o último ainda que mortal arranco, é que a pergunta de Carlos Drummond de Andrade deve ser feita, como um derradeiro apelo ao orgulho de ser homem: «E agora, José?»

Precisamente um desses casos me mostra que já falei demasiado de mim. Um outro José está diante da mesa onde escrevo. Não tem rosto, é um vulto apenas, uma superfície que treme como uma dor contínua. Sei que se chama José Júnior, sem mais riqueza de apelidos e genealogias, e vive em São Jorge da Beira. É novo, embriaga-se, e tratam-no como se fosse uma espécie de bobo. Divertem-se à sua custa alguns adultos, e as crianças fazem-lhe assuadas, talvez o apedrejem de longe. E se isto não fizeram, empurraram-no com aquela súbita crueldade das crianças, ao mesmo tempo feroz e cobarde, e o José Júnior, perdido de bêbedo, caiu e partiu uma perna, ou talvez não, e foi para o hospital. Mísero corpo, alma pobre, orgulho ausente — «E agora, José?»

Afasto para o lado os meus próprios pesares e raivas diante deste quadro desolado de uma degradação, do gozo infinito que é para os homens esmagarem outros homens, afogá-los deliberadamente, aviltá-los, fazer deles objecto de troça, de irrisão, de chacota — matando sem matar, sob a asa da lei ou perante a sua indiferença. Tudo isto porque o pobre José Júnior é um José Júnior pobre. Tivesse ele bens avultados na terra, conta forte no banco, automóvel à porta — e todos os vícios lhe seriam perdoados. Mas assim, pobre, fraco e bêbedo, que grande fortuna para São Jorge da Beira. Nem todas as terras de Portugal se podem gabar de dispor de um alvo humano para darem livre expansão a ferocidades ocultas.

Escrevo estas palavras a muitos quilómetros de distância, não sei quem é José Júnior, e teria dificuldade em encontrar no mapa São Jorge da Beira. Mas estes nomes apenas designam casos particulares de um fenómeno geral: o desprezo pelo próximo, quando não o ódio, tão constantes ali como aqui mesmo, em toda a parte, uma espécie de loucura epidémica que prefere as vítimas fáceis. Escrevo estas palavras num fim de tarde cor de madrugada com espumas no céu, tendo diante dos olhos uma nesga do Tejo, onde há barcos vagarosos que vão de margem a margem levando pessoas e recados. E tudo isto parece pacífico e harmonioso como os dois pombos que pousam na varanda e sussurram confidencialmente. Ah, esta vida preciosa que vai fugindo, tarde mansa que não será igual amanhã, que não serás, sobretudo, o que agora és.

Entretanto, José Júnior está no hospital, ou saiu já e arrasta a perna coxa pelas ruas frias de São Jorge da Beira. Há uma taberna, o vinho ardente e exterminador, o esquecimento de tudo no fundo da garrafa, como um diamante, a embriaguez vitoriosa enquanto dura. A vida vai voltar ao princípio. Será possível que a vida volte ao princípio? Será possível que os homens matem José Júnior? Será possível?

Cheguei ao fim da crónica, fiz o meu dever. «E agora, José?»

Cronica do livro “A bagagem do viajante”, de 1973.
Edição Caminho, 4.ª edição, página 35 a 37

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Entrega dos prémios do concurso "Quem conta um conto... ao modo de Saramago?!" no Palácio Nacional de Mafra

Hoje é anunciado o prémio do concurso, e pode ser consultado aqui, 
nas páginas do Facebook da Fundação José Saramago e da Revista Blimunda, em:

https://www.facebook.com/revistablimunda?fref=nf
https://www.facebook.com/fjsaramago?fref=ts

"Hoje, às 14h30, entregam-se os Prémios do concurso "Quem conta um conto... ao modo de Saramago?!". A sessão terá lugar no Palácio Nacional de Mafra e é de entrada livre. Aos vencedores, os nossos parabéns, a todos os que concorreram, o nosso obrigado!"


Destaque do "Herald Tribune Latin American" na notícia "João Vilhena Brings Photo Chronicle of Saramago to Chile"

(Imagem de João Vilhena em destaque na notícia) 

A notícia pode ser consultada e lida, aqui
em http://www.laht.com/article.asp?ArticleId=2391039&CategoryId=13003

"SANTIAGO – Fifteen years after traveling to the island of Lanzarote to photograph writer Jose Saramago (1922-2010), artist and photographer João Vilhena returned to retrace the steps he and the Nobel laureate took during their earlier strolls around the isle off the African coast.

“To Jose, Lanzarote was the place that allowed him to think about his work and his way of looking at life, and made it possible for him to reconnect with himself,” Vilhena said in an interview with EFE.

The Portuguese artist’s exhibit, “Lanzarote: Jose Saramago’s Window,” recently opened at the Spain Cultural Center in Santiago.

The show includes 29 photographs from both of Vilhena’s visits to the Spanish island, arranged to provide a visual counterpart to the words of Saramago’s diary of his life there, “Cadernos de Lanzarote.”

Portugal’s most prominent man of letters settled on Lanzarote in 1993 with his second wife, Spanish journalist Pilar del Rio.

Vilhena, whose first visit to Lanzarote in 1998 coincided with the announcement of Saramago’s Nobel Prize in Literature, went back to the volcanic island three years after the writer’s death to capture the echoes of the author’s voice in the untamed landscape that inspired him so much.

“This magic island was an adopted homeland that completely transformed Saramago, not only in the way he lived and communicated, but also in the style of his writing,” Vilhena said.

The intense hues of clouds, the whistling of the wind and the sound of steps on volcanic ground led Saramago into a new, more philosophical phase that produced novels such as “Todos os Nomes” (All the Names), “Ensaio sobre a Cegueira” (Blindness) and “O Homen Duplicado” (The Double).

Far from being solemn and distant, on the island of volcanoes Vilhena found a Saramago who was approachable and of “incommensurable sweetness.”

Lanzarote became a second homeland for Saramago, a silent refuge where he could isolate himself from a world he had often denounced as cynical and cowardly."

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Revista "Blimunda" #25 edição de Junho de 2014... faz um ano e sabe bem sempre recordar...

(Capa da edição #25 Junho de 2014)

Está a terminar o mês de Junho, mês da edição #37, com a publicação de textos inéditos sobre a preparação do "Ensaio sobre a Lucidez", entre outras matérias. Mas para trás, não podemos deixar as anteriores edições da revista. Aqui se recorda o #25, referente a Junho de 2014.

Via Fundação José Saramago, pode ser descarregada e lida, aqui 
em, http://www.josesaramago.org/blimunda-25-junho-2014/

Sinopse da edição
"No mês em que completa dois anos de existência, a Blimunda chega aos seus leitores em duas plataformas. Além da já tradicional publicação em formato digital, esta edição de junho pode ser lida também em papel. Ao disponibilizar a revista também como objeto físico oferece-se aos leitores uma Blimunda diferente, que pode ser manuseada e guardada, ao mesmo tempo que se mantém o compromisso de publicar, de forma gratuita e mensal, uma revista cultural. Para assinalar este segundo aniversário da revista foi produzida uma edição especial que recupera textos publicados desde o seu início, acrescida de um artigo inédito. Julio Cortázar, Carlos Fuentes, Gabriel García Márquez, Jorge Amado, Clarice Lispector e, claro, José Saramago, são alguns dos personagens que fizeram parte desses dois anos de vida da Blimunda, e esta edição extraordinária da revista tem por objetivo homenageá-los.

A revista em papel está à venda na loja/livraria da Fundação José Saramago, em Lisboa, e, a partir do dia 27 de junho, nas principais livrarias do país. Pode também ser adquirida aqui.

Boa leitura, e até julho, mês em que a Blimunda volta a ser publicada exclusivamente em formato digital e com algumas novidades gráficas.

José Saramago disse várias vezes que o que pedia à vida era tempo. E depois, se o privilégio do tempo lhe fosse concedido, gostaria de reunir-se com leitores de todo o mundo e com eles falar interminavelmente de livros. Faltou-lhe tempo, os 87 anos de vida não foram suficientes para celebrar todos os encontros, mas a fundação que leva o seu nome abre as suas portas todos os dias para que os leitores se reconheçam em títulos e autores diferentes. Esta Blimunda também pretende recordar, uma vez mais, a impressionante estatura daqueles a que chamamos mestres e o nível que alcançamos, os leitores, quando nos aproximamos dos livros. A cultura salva-nos da mediocridade e do desânimo, as revista culturais são pontos de apoio quando a confusão nos aturde."

Entrevista de Pilar del Río à "TV Creadores Universitarios", a propósito da "Prospectiva del mundo México 2015"

Colaboran la UNAM y fundación Saramago
Pilar del Río, viuda del escritor José Saramago, hablan de prospectiva al hablar del futuro para no olvidar el pasado

Aqui o link da entrevista de Pilar del Río à TV Creadores Universitarios
http://noticieros.televisa.com/foro-tv-creadores-universitarios/1506/colaboran-unam-fundacion-saramago/

Entrevista ao "Primero Noticias" Pilar del Río e Amy Zalman CEO 'The World Future Societyb', falam da conferência 'Perspectivas del Mundo'

"En entrevista en Primero Noticias, Pilar del Río, presidenta de la Fundación José Saramago y Amy Zalman de CEO 'The World Future Societyb', hablan del Foro 'Perspectivas del Mundo'"

Aqui o link da entrevista
http://noticieros.televisa.com/programas-primero-noticias/1506/foro-perspectivas-mundo-arrancara-mexico/

No livro/blog "O Caderno 2" Saramago recordava a personalidade de Jorge Sampaio, agora agraciado com o Prémio Nelson Mandela

Notícia de 24/06/2015
"Jorge Sampaio venceu, em conjunto com a ativista natural da Namíbia Helena Ndume, o Prémio Nelson Mandela.
O antigo Presidente da República portuguesa é o responsável pelo programa de receção em Portugal de estudantes sírios. Foi durante seis anos alto-representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, foi enviado especial do secretário-geral da ONU para o combate à tuberculose e já recebeu uma distinção Organização Mundial da Saúde."


(José Saramago e Jorge Sampaio em acto político)

Pode ser consultado e lido, aqui

"Sampaio"
"Gostei de o ver. É o mesmo homem, sóbrio, inteligente, sensível. Há vinte anos estivemos juntos na campanha para as eleições autárquicas que então se iam celebrar e que ganhámos, ele para o exercício inovador e competente da sua função de presidente da Câmara Municipal de Lisboa, eu para o desempenho pouco afortunado do cargo de presidente de uma Assembleia Municipal de má memória. Calcorreámos corajosamente ruas, praças e mercados de Lisboa pedindo votos, mesmo quando, creio que por pudor, não o fazíamos explicitamente. Como já ficou dito, ganhámos, mas quem ganhou realmente foi a cidade de Lisboa que pôde rever-se com orgulho no seu máximo representante na Câmara. Tivemo-lo depois como presidente da República durante dois mandatos em que deixou a marca de uma personalidade nascida para o diálogo civilizado, para a procura livre de consensos, sem nunca esquecer que a política, ou é serviço da comunidade, serviço leal e coerente, ou acaba por tornar-se em mero instrumento de interesses pessoais e partidários nem sempre limpos. Ficámos de ver-nos com tempo e vagar, promessa mútua que espero ver cabalmente cumprida no futuro, apesar da intensa actividade no projecto da Aliança de Civilizações, de que é Alto Representante. Com Jorge Sampaio não há palavras falsas, podemos fiar-nos no que diz porque é o retrato do que pensa." (5 de Fevereiro de 2009)

"Debaten expertos sobre ciudadanía y democracia a partir de las ideas de Saramago" via "Notícias MVS" México

Mais notícias da conferência mundial "Prospectiva del Mundo" México 2015


Pode ser consultado e lido, aqui
em http://www.noticiasmvs.com/#!/noticias/debaten-expertos-sobre-ciudadania-y-democracia-a-partir-de-las-ideas-de-saramago-260.html

"Debaten expertos sobre ciudadanía y democracia a partir de las ideas de José Saramago"

"En un debate abierto por la Universidad Nacional Autónoma de México y la World Future Society, el rector de la UNAM, José Narro Robles apuntó que "las asimetrías de nuestro mundo no tienen parangón. Las diferencias son tan grandes que resulta poco probable su existencia... La desigualdad que ahora vive el mundo resulta del rezago de lo social en la acción de los gobiernos y de la concentración de la riqueza en muy pocos individuos."


En un mensaje leído por Enrique Balp, Secretario de servicios a la comunidad UNAM, el Dr. Narro subrayó que los actuales modelos de desarrollo "han provocado una gran desigualdad económica y social que prevalece en todo el mundo, que ha mantenido en la miseria a cientos y cientos de millones de personas, algunos que llegan incluso al grado de carecer de los nutrientes indispensables para subsistir."

Ante científicos, intelectuales, académicos, artistas, periodistas y jóvenes estudiantes reunidos en el encuentro "Prospectiva del Mundo México 2015. El encuentro de pensadores para crear la carta de las obligaciones del ser humano", el Dr. Narro alertó que "lo que aquí se argumentará tiene que ver con el porvenir de la humanidad."

"Necesitamos cambiar de enfoques para imaginarnos un mundo distinto donde el hambre, la ignorancia y las muertes prevenibles no tengan cabida; donde no exista marginación por motivos raciales, religiosos, de género o económicos; donde el planeta Tierra y sus recursos se utilicen de manera racional y se respete; donde nadie quede excluido de los beneficios que generan los grandes adelantos científicos y tecnológicos de nuestra era," señaló.

Frente a Julio A. Millán, creador del encuentro y Pilar del Río, viuda del escritor José Saramago, se recordó la voz del maestro lusitano quien el 10 de diciembre de 1998, en coincidencia con el cincuentenario de la Declaración Universal de los Derechos Humanos, durante la celebración que se organizó en su honor por el Premio Nobel de Literatura que recibiría al día siguiente, apuntó que “con la misma vehemencia con que reivindicamos los derechos, reivindiquemos también el deber de nuestros deberes. Tal vez así el mundo pueda ser un poco mejor".

"Hoy día el llamado de Saramago sigue vigente --recordó el rector Narro en su mensaje-- el concepto de ciudadanía debe ser discutido y reelaborado para avanzar hacia lo que la UNESCO ha denominado la Ciudadanía Mundial. Un mundo global requiere de un ciudadano global."

"Ser ciudadano significa que se tiene un conjunto de derechos, pero también de obligaciones como miembro de una colectividad. Falta ahora, como proponía Saramago, avanzar en una declaración de las obligaciones del ser humano."

Cuando un porcentaje significativo de individuos en el mundo padecen los efectos de la ignorancia, el rezago y la exclusión, apuntó el rector de la UNAM en su mensaje, No hay respuestas simples. Lo cierto es que no podemos seguir sin hacer nada en un mundo donde, como decía Saramago: “Las injusticias se multiplican, las desigualdades se agravan, la ignorancia crece, la miseria se expande”.

Julio A. Millán subrayó que México "si quiere democracia; así lo demostramos en las pasadas elecciones, si fuimos a votar; derrotamos el terrorismo político pero lo que no hemos podido cambiar son las estructuras de las designaciones de quienes nos van a gobernar. Los independientes son simbologías aún muy pequeñas y la partidocracia sigue siendo quien controla el sistema democrático."

Pero, advirtió el experto, "México no debe caer en el cinismo de que aceptamos que la democracia propicie la criminalidad y la falta de un estado de derecho; la democracia tiene que propiciar precisamente el estado de derecho."

Posteriormente, Pliar del Río dio lectura a las ideas de José Saramago sobre "las obligaciones" del ser humano."

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Post intitulado "Laicismo" no livro/blog "O Caderno 2" (4 de Junho de 2009)

No dia em que o escritor Manuel Frias Martins, foi galardoado com o "Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho 2014", pela obra «A Espiritualidade Clandestina de José Saramago», trago aqui a entrevista de Mário Crespo (SicNotícias) ao Padre Dr. Joaquim Carreira das Neves e José Saramago, a propósito do lançamento da obra "Caim", e também, o post "Laicismo" de 4 de Junho de 2009.

(Pode ser visualizado aqui via YouTube,


O post, pode ser consultado e lido aqui,
em http://caderno.josesaramago.org/44956.html

"Laicismo"
"Anda acesa a questão do laicismo, a meu ver em termos não muito claros, porquanto parece querer ignorar-se a questão fundamental que subjaz ao debate: crer ou não crer na existência de um deus que, não só terá criado o universo e portanto a espécie humana, como virá a ser, no fim dos tempos, o juiz dos nossos cometimentos na terra, premiando as boas acções com a admissão num paraíso em que os eleitos contemplarão a face do Senhor durante toda a eternidade, enquanto, também por toda a eternidade, os culpados de acções más arderão no inextinguível fogo do inferno. Esse juízo final não será fácil, nem para deus nem para os que vão ter de prestar contas, pois não se conhece um único caso de alguém que, em vida, tenha cometido exclusivamente boas acções ou más acções. O próprio do homem é a inconstância nos propósitos e nos actos, sempre a contradizerem-se de uma hora para a outra. No meio de tudo isto, o laicismo aparece-me mais como uma posição política determinada mas prudente que como a emanação de uma convicção profunda da não existência de deus e portanto da impertinência lógica das instituições e dos instrumentos que pretendem impor o contrário à consciência da gente. Discute-se o laicismo porque, no fundo, se teme discutir o ateísmo. O interessante do caso, porém, é que a Igreja Católica, na sua velha tradição de fazer o mal e a caramunha, anda por aí a queixar-se de ser vítima de um suposto laicismo “agressivo”, nova categoria que lhe permite insurgir-se contra o todo fingindo atacar apenas a parte. A duplicidade sempre foi inseparável das tácticas e das estratégias diplomáticas e doutrinais da cúria romana.

Seria de agradecer que a Igreja Católica Apostólica Romana deixasse de meter-se naquilo que não lhe diz respeito, isto é, a vida civil e a vida privada das pessoas. Não devemos, porém, surpreender-nos. À Igreja Católica importa pouco ou nada o destino das almas, o seu objectivo sempre foi controlar os corpos, e o laicismo é a primeira porta por onde começam a escapar-lhe esses corpos, e de caminho os espíritos, já que uns não vão sem os outros aonde quer que seja. A questão do laicismo não passa, portanto, de uma primeira escaramuça. A autêntica confrontação chegará quando finalmente se opuserem crença e descrença, indo esta à luta com o seu verdadeiro nome: ateísmo. O mais são jogos de palavras." (4 de Junho de 2009)

"Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho 2014" atribuído a Manuel Frias Martins pela obra «A Espiritualidade Clandestina de José Saramago»

O detalhe da notícia pode ser consultada e lida, aqui
em http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=779004

"«Há mais mistérios entre Saramago e Deus do que possamos prever». 
A frase é da investigadora brasileira Selma Ferraz, que José Tolentino Mendonça citou, em Fevereiro último, na crítica que assinou no semanário Expresso ao livro «A Espiritualidade Clandestina de José Saramago». A obra, vista pelo crítico como um «interessantíssimo ensaio», acaba de valer ao autor, Manuel Frias Martins, o Grande Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho 2014."

(Montagem cénica, da obra de Manual Frias Martins, 
conjuntamente, com o "Evangelho Segundo Jesus Cristo" e "Caim", 
obras abordando a temática de Deus e religão)  


Nesta sua sexta edição, o galardão, promovido em parceria pela Associação Portuguesa de Escritores e a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, distinguiu por unanimidade a obra escrita pelo crítico, professor universitário e ensaísta português.

O livro, editado pela Fundação José Saramago, choca com o assumido ateísmo de Saramago, conforme se percebe com uma rápida leitura do prólogo: «(…) as obras de Saramago se dirigem inequivocamente aos interesses e às necessidades práticas dos leitores (…) apontando ao mesmo tempo para a espiritualidade como expressão intensa da verdade.»  

O Prémio de Ensaio Eduardo Prado Coelho foi instituído em 2010 e distingue, anualmente, uma obra de ensaio literário, publicada em livro, com o valor monetário de 7.500 euros.

«Trata-se de uma homenagem que pretende perpetuar o grande ensaísta Eduardo Prado Coelho, falecido em 2007, que doou ao nosso município o seu espólio bibliográfico de 12.500 títulos, disponível para consulta na Biblioteca Municipal Camilo Castelo Branco», explica a propósito o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha.

O Grande Prémio de Ensaio premiou em 2014, José Gil; em 2013, Rosa Maria Martelo; em 2012, João Barrento; em 2011, Manuel Gusmão e em 2010, Vítor Aguiar. A data da cerimónia de entrega do prémio será divulgada oportunamente.

Sinopse de «A Espiritualidade Clandestina de José Saramago»
Saramago pertence àquele grupo de escritores que parecem ter lido em toda a parte ou vivido em todo o lado, mapeando o humano por sinais identificáveis por todos ao mesmo tempo e decifrados por cada um à sua maneira. Tanto as suas construções ficcionais das atmosferas judaica e cristã como as observações subsidiárias que encontramos dispersas por entrevistas e artigos refletem uma amplitude de referências culturais onde se abriga um extraordinário ecletismo filosófico e religioso ou, dito de outra maneira, um conhecimento amplo do fundo cultural e religioso da humanidade, o qual é não raras vezes encarado como desafio à razão e à imaginação do próprio escritor. Possuidor de um espírito inquieto quando à humana condição e de um coração ávido de justiça, o homem José Saramago é uma espécie de abrigo intelectual de um escritor que mistura criativamente os inúmeros conseguimentos do pensamento humano independentemente da sua proveniência histórica ou geográfica.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Saramago no Festival de Cinema Europeu de Guanajuato (GUCE) - México (Evento ocorrido no início de Junho)

Informação sobre o detalhe do evento aqui
em http://www.guce.ugto.mx/index.php/proyecciones/17-saramago-y-el-cine

Via Instituto Camões (http://www.instituto-camoes.pt/agenda/event?id=4682)
"O cineasta Manoel de Oliveira será homenageado postumamente na 5ª edição do Festival de Cinema Europeu de Guanajuato, que decorrerá entre 1 e 7 de junho de 2015.
José Saramago e o cinema será o tema para outra sessão do certame que tem Portugal como país convidado.
O Camões, I.P. apoia este evento.
Sofia Marques é a cineasta e realizadora portuguesa convidada deste festival onde irá apresentar uma conferência sobre o Cinema Português do Século XXI. Será ainda projetado o seu filme Ilusão.
Consulte aqui o programa: http://www.guce.ugto.mx/"

"Saramago en el cine. Enfoque semiótico
Luis Palacios Hernández / México
2 de junio de 2015, 18:00 hrs.
Galería Hermenegildo Bustos"

"GUANAJUATO CINE EUROPEO"
El Festival de Cine Europeo en Guanajuato (GUCE) es un festival universitario anual realizado en Guanajuato capital, que posibilita el disfrute del cine europeo de calidad y la sinergia entre las industrias cinematográficas de Europa y México. Ofrece realizaciones de cine europeo que han constituido grandes éxitos de crítica y público, han sido premiadas por las academias de cine de sus respectivos países y que representan ejemplos relevantes de la realidad cinematográfica de las naciones europeas.

Además, brinda espacios para el análisis de la realidad cinematográfica europea y mexicana, y posibilita el disfrute de otras manifestaciones culturales a través de su relación con el cine, que proponen vivir intensamente el cine en general y el cine europeo en particular, orientados a reafirmar que el cine, a más de un siglo de existencia, es un fenómeno social y cultural de primer orden.

GUCE celebrará su quinta edición en Guanajuato capital y Campus universitarios del 1 al 7 de junio de 2015, tomando como sedes la escalinata de la Universidad de Guanajuato, el Teatro Principal, el auditorio Euquerio Guerrero, el Mesón de San Antonio, el Museo Iconográfico del Quijote, la sala de cine municipal en la Plaza Juárez, así como diversos espacios universitarios en Campus."

Revista "El Ciervo" - «Aquí yace José Saramago, indignado» Francesc Ponsa (Jul./Agosto 2010)


Recuperação de um texto, da revista "El Ciervo", edição de Julho/Agosto de 2010.
Pode ser consultada e lida, aqui 
em http://www.elciervo.es/index.php/archivo/3078-2010/numero-712-713/834-alias_920

Capa da edição #712/713 (Julho/Agosto de 2010)


«Aquí yace José Saramago, indignado», Francesc Ponsa

"Un amigo me guardaba todas las noticias publicadas en la prensa que hablaban de José Saramago. El día de la muerte del escritor portugués, me vino a la cabeza un recorte de una revista hispanoamericana que mi amigo sacó de un viaje y que citaba una frase del escritor: “Cuando me muera, quiero que pongan en la lápida ‘Aquí yace José Saramago, indignado’. Primero, por estar muerto. Segundo, por no haber hecho todo lo que debía hacer”. Estas palabras muestran el carácter vitalista y inconformista del primer Nobel de las letras portuguesas. Saramago esperaba la muerte pacientemente. Nunca rehuía hablar de ella. Al contrario. De hecho, en dos de sus obras aparece explícitamente en el título: El año de la muerte de Ricardo Reis y Las intermitencias de la muerte. Recuerdo un pasaje de sus Cuadernos de Lanzarote I (1993– 1995) donde reflexionaba sobre la felicidad y el paso del tiempo: “Estar sentado frente al mar. Pensar que ya no quedan muchos años de vida. Comprender que la felicidad es apenas una cuestión personal, que el mundo, ése, no será feliz nunca. Recordar lo que se hizo y parecer tan poco. Decir: ‘Si tuviese más tiempo…’ y encoger los hombros con ironía porque son palabras insensatas. Mirar la piedra volcánica que está en mitad del jardín, bruta, áspera y negra, y pensar que es un buen sitio para no pensar en nada más. Debajo de ella, claro”.
Mi aproximación a la obra de Saramago fue completamente azarosa. Buscando recepciones actuales del mito de la caverna de Platón para mi proyecto de final de carrera topé con la novela La caverna. Hasta ese momento, la única referencia que tenía del escritor portugués era aquella leyenda urbana atribuida a Esperanza Aguirre, en aquel entonces ministra de Educación y Ciencia, que decía así: “Sara Mago, fantástica escritora”.
Cuando empecé a leer La caverna accedí a una literatura diferente que tenía un estilo revolucionario de escritura, sin puntos y aparte, donde la voz del narrador se mezclaba con la de los personajes y con el propio lector. Justo cuando acabé de leer La caverna, Saramago publicó la novela Ensayo sobre la lucidez. Rápidamente la leí. Seguidamente, para comprender la evolución de los personajes, leí Ensayo sobre la ceguera; una historia claustrofóbica pero amargamente bella y sensible. Sin duda, una auténtica obra de arte.
A partir de ese momento, leí otras de sus obras, también de gran calidad, y descubrí que en todas ellas se repetía una dicotomía metafórica entre “ceguera” y “lucidez”. Es decir: entre las sombras de la caverna y la luz de la realidad. Esta constante también la vi en la crítica al capitalismo que Saramago explicitaba en entrevistas, en conferencias y en todo tipo de actos públicos. Aproveché este hallazgo intelectual para situar el estudio de la obra de Saramago en el centro de mi investigación doctoral.
Así fue como me introduje en su particular universo. Leí y leí su prosa, su teatro, su poesía y sus crónicas periodísticas publicadas en el Diario de Lisboa. Analicé sus opiniones en los medios de comunicación. Me entrevisté con otras personas que también estudiaban la obra de Saramago.
Recuerdo una breve estancia en Sevilla para charlar con José Joaquín Parra Bañón, un arquitecto sevillano que acababa de publicar una tesis doctoral sobre el pensamiento arquitectónico del Nobel portugués. Motivado por Parra, meses más tarde emprendía un viaje en coche a Portugal para conocer Azinhaga, el pueblo que vio nacer a Saramago. Lo primero que se ve al llegar a Azinhaga es un gran local del Partido Comunista. Allí comprendí cómo la infancia y los orígenes nutren el compromiso, la literatura y la vida. De hecho, la autobiografía de José Saramago titulada Las pequeñas memorias sólo alcanza hasta los doce años porque el escritor considera que la infancia es la que marca la trayectoria de una persona y todo lo demás es consecuencia de ella. En este sentido, Saramago dijo en diversas ocasiones que el niño que fue es el hombre que es. Por este motivo, nunca ha perdido de vista sus orígenes humildes, como demuestra la frase con la que arrancó el discurso de aceptación del Premio Nobel en 1998: “El hombre más sabio que he conocido en toda mi vida no sabía leer ni escribir”. Se refería a su abuelo, Jerónimo Melrinho; alma y espejo de muchos de los personajes populares de las primeras novelas de Saramago.
A diferencia de su abuelo, Saramago fue a la escuela. Primero en Azinhaga y luego en Lisboa, dónde estudió de cerrajero en una escuela mecánica. Por la noche acudía a una biblioteca para leer a Kafka, Gogol, Marx, Pessoa, Camões. Paradójicamente, no pasó por la universidad pero fue nombrado honoris causa por diferentes instituciones académicas. Su capacidad autodidacta es otra de las características esenciales del Saramago que más admiro. En palabras de Carlos Reis, el “tránsito de la imposibilidad aparente a la posibilidad irrestricta”. Esta posibilidad ilimitada reside hoy, latente, en su obra y en la fundación que lleva su nombre. Esta última trabaja incansablemente a favor de los derechos humanos y en contra de todas las injusticias. Este es el legado de Saramago que nos compromete como lectores y ciudadanos libres. Saramago: intelectual comprometido, autodidacta y comunista militante; descansa en paz bajo esa piedra volcánica."

#cincoanos - Recordação da "Aula José Saramago" - "Cruci-Verba di Azio Corghi - 2012"

"Aula José Saramago" assinalou com esta preciosidade, com adaptação de Azio Corghi, baseado na obra "Evangelho segundo Jesus Cristo"

Pode ser visualizado aqui, em

"per voce recitante, coro e orchestra
Orchestra della Svizzera italiana
diretta da Enrique Mazzola
voce recitante: Sonia Bergamasco"

domingo, 21 de junho de 2015

Pilar del Río - "Prospectiva del Mundo - México 2015" e a conferência "Carta das Obrigações do Ser Humano"


Todas as informações podem ser consultadas aqui,

"Pensemos que ninguno de los derechos humanos podría subsistir sin la simetría de los deberes que les corresponden... Tomemos entonces, nosotros, ciudadanos comunes, la palabra, con la misma vehemencia con que reivindicamos los derechos, reivindiquemos también el deber de nuestros deberes. Tal vez así el mundo pueda ser un poco mejor."
José Saramago
Premio Nobel de literatura
Octubre, 1998

Realizada pela
Universidad Nacional Autónoma de México
World Future Society Capítulo Mexicano A.C.

Associados
Fundação José Saramago
Consejo Coordinador Empresarial

"BIENVENIDA POR PARTE DE LA UNIVERSIDAD NACIONAL AUTÓNOMA DE MÉXICO
MENSAJE DE LA WORLD FUTURE SOCIETY CAPÍTULO MEXICANO A.C."
"En los últimos años hubo un reconocimiento de los derechos de diferentes grupos o minorías, que hicieron a las sociedades más plurales y tolerantes. Ahora es momento de establecer los deberes, obligaciones, y responsabilidades, que los seres humanos tenemos para que las sociedades puedan prosperar justa e igualitariamente, que nos permitan preservar el medio ambiente, respetar al resto de los seres vivos que nos acompañan en el planeta. En fin, creemos que ha llegado el momento de establecer los deberes que son la contraparte de los derechos por lo que tantos han luchado.
Es por ello que la Universidad Nacional Autónoma de México y la World Future Society Capítulo Mexicano A.C. han convocado a académicos, intelectuales, y pensadores de varias partes del mundo, a un encuentro que pretende establecer ideas concretas, que den forma a una Carta de las obligaciones del ser humano, carta que posteriormente presentaremos ante la Organización de las Naciones Unidas.
Acompaña esta iniciativa, como institución asociada, La Fundación José Saramago, pues fue el ilustre escritor portugués, quien, en su discurso de recepción del Premio Nobel de Literatura en 1998, expresó por primera vez la necesidad de establecer esas obligaciones a la que hombres y mujeres de todos los países deben atenerse.
De igual manera, El Consejo Coordinador Empresarial de México, ha sumado sus esfuerzos, y es consciente de que es responsabilidad de la iniciativa privada colaborar para lograr un mundo mejor.
Derivado de la entusiasta respuesta que hemos recibido de quienes asistirán al encuentro, estamos seguros de que tendremos un coloquio relevante, del que saldrá un documento definitivo."


"CARTA DE LAS OBLIGACIONES DEL SER HUMANO (Por Pilar del Río)"

Dia 24/06 - 9h40m/10h30m (Hora Local)

"Antes de morir, José Saramago concibió la idea de conjuntar a un grupo de sabios –intelectuales, científico, humanistas, académicos— que pudieran sentar las bases para una carta que plasmara la responsabilidad que tiene cada ser humano en el desarrollo de su entorno. Hasta el día de hoy, todo mundo habla de los derechos de los seres los humanos independientemente de su condición, y así, se han publicado diversos documentos que proponen derechos para niños, mujeres o grupos homosexuales. Sin embargo, poco se habla de las obligaciones y los deberes que tienen los seres humanos con la sociedad, con el planeta, con los animales, etc. Este encuentro retoma la idea original de José Saramago, y Pilar del Río, quien fue su esposa, nos explica su propósito."


Pilar del Río, no passado dia 18 de Junho, data que assinalou os cinco anos da morte de José Saramago, elaborou o artigo de opinião que o jornal "Folha de São Paulo" - Brasil
Pode ser consultado e lido aqui,
em http://app.folha.uol.com.br/site/noticia/564253

"Reivindicar os nossos deveres"

"Foi-nos proposta uma Declaração Universal de Direitos Humanos, e com isso julgámos ter tudo, sem repararmos que nenhuns direitos poderão subsistir sem a simetria dos deveres que lhes correspondem, o primeiro dos quais será exigir que esses direitos sejam não só reconhecidos, mas também respeitados e satisfeitos", disse José Saramago no banquete de recepção do Prêmio Nobel de Literatura, em 10 de dezembro de 1998, em Estocolmo.

Era para ser apenas um brinde, mas o escritor português preferiu usar a palavra para lançar um desafio no dia em que se completavam os 50 anos da promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos: e se começássemos a exigir que se respeitem, também, os deveres humanos?

José Saramago morreu em 18 de junho de 2010, aos 87 anos, combativo e lúcido como poucos. Até os últimos dias de vida escreveu. Esteve às voltas com a história de um empregado de uma fábrica de armas, um sujeito pacato e apagado, que nunca disparou uma arma, que vive entre papéis e carimbos, e que de repente vê-se diante da possibilidade (ou seria do dever?) de insurgir-se, de levantar-se, de dizer não.

Em "Alabardas, Alabardas, Espingardas, Espingardas", livro publicado postumamente, o autor que já havia feito com que, a partir de uma cegueira branca, enxergássemos e reparássemos no próximo, desta vez assalta a consciência dos leitores com a possibilidade de construção de um futuro distinto edificado sobre um não.

"Chega sempre um momento na nossa vida em que é necessário dizer não. O não é a única coisa efectivamente transformadora, que nega o status quo. Aquilo que é tende sempre a instalar-se, a beneficiar injustamente de um estatuto de autoridade. É o momento em que é necessário dizer não", declarou em entrevista a esta Folha em 1991.

Na Suécia, na mesma ocasião em que recebeu o Prêmio Nobel, Saramago pediu aos cidadãos comuns, grupo no qual se incluiu, que tomassem a palavra e a iniciativa. "Com a mesma veemência e a mesma força com que reivindicarmos os nossos direitos, reivindiquemos também o dever dos nossos deveres. Talvez o mundo possa começar a tornar-se um pouco melhor."

Mais de 15 anos depois desse chamamento, a Fundação José Saramago, em parceria com a UNAM (Universidade Autónoma do México) e com a World Future Society, entidade que reúne especialistas em prospectar as tendências da economia e da sociedade para o futuro, convoca um encontro na capital mexicana com o intuito de dar corpo à ideia lançada pelo autor de "Ensaio sobre a Cegueira".

Entre 24 e 25 de junho meia centena de académicos, intelectuais e pensadores de várias nacionalidades estarão reunidos na Cidade do México com o objetivo de criar uma proposta de Carta dos Deveres Humanos a ser encaminhada à ONU (Organização das Nações Unidas).

Ratificada há quase 70 anos, a Declaração Universal dos Direitos Humanos está longe de ser uma realidade para muitos habitantes deste nosso planeta, infelizmente. Dizia José Saramago que quem efetivamente governa o mundo são as empresas "multinacionais e pluricontinentais", e o fazem a partir de um poder tirânico que reduziu "a uma casca sem conteúdo" o que ainda havia do ideal de democracia.

Mas se é certo que os governos e as grandes corporações não respeitam os direitos básicos dos cidadãos, nós também não estamos a cumprir com o dever de cidadão que somos, acrescentou.

Com esperança de que a elaboração de um documento que estabeleça obrigações significará, ao mesmo tempo, o fortalecimento da proteção dos direitos humanos é que estaremos reunidos com a sociedade civil na Cidade do México nos próximos dias.

Dizer não, mais do que um direito, é nos dias de hoje também um dever. Sobre isso escreveu José Saramago. Sobre isso falaremos na capital mexicana, deixando neste espaço também um apelo ao debate e à discussão de propostas.

PILAR DEL RÍO, 50, tradutora e jornalista, é presidente da Fundação José Saramago"

Fotogaleria que o "El País" mantém on-line num especial sobre José Saramago

O "El País", influentíssimo meio de comunicação social mundial, com forte influência na Europa e nos países onde se fala o Castelhano, nomeadamente na América Latina, sempre mostrou uma enorme proximidade com a obra de José Saramago.
Ao longo da sua vida literária, entre notícias, entrevistas e vários destaques, estão disponíveis no site elpais.com inúmeras entradas. Não é pois de estranhar, a existência de um belíssimo trabalho biográfico, sob o nome "José Saramago El escritor que nunca se escondió", onde se podem encontrar diversos elementos. São entrevistas, fotografias (que aqui se reproduz com as legendas originais), dados biográficos e uma compilação de artigos sobre o homem e a sua obra, que aqui não posso deixar de elencar.

"Cuando la atmósfera tiembla", por MANUEL RIVAS
"Agujero sin fondo", por JUAN GELMAN
"De literatura e ideología", por CARLOS FUENTES
"La fuerza de la palabra", por MARIANO RAJOY
"Memoria del árbol", por JOSÉ LUIS RODRÍGUEZ ZAPATERO
"Lanzarote al pie de los volcanesl", por FERNANDO GÓMEZ AGUILERA
"En el día de la muerte de José", por LAURA RESTREPO
"Estás y de pronto no estás", por GAEL GARCÍA BERNAL
"Juez severo, juez sensible", por SERGIO RAMÍREZ
"Un mundo más burro", por FERNANDO MEIRELLES
"La felicidad era una isla para Saramago", por JUAN CRUZ
"En lucha titánica con Dios", por JUAN JOSE TAMAYO
"El escritor que abrazaba hombres", por RAMÓN LOBO
"Saramago, el agnóstico místico", por ENRIQUE BARÓN
Dario Fo recuerda a Saramago

Qualquer amante da obra de José Saramago, não pode perder a visita a este documento. 
O trabalho do "El País" prova que os homens, a sua vida e obra não têm fronteiras. 
As fronteiras são levantadas pelos próprios homens.



Reflexión
AP - José Saramago, pensativo, espera a ser recibido por los líderes zapatistas en Aguas Calientes de Oventic (San Andrés de Larraínzar, Chiapas, México), donde el premio acudió en labores de mediación a finales de 1999.

Máquina de escribir
La vieja máquina de José Saramago y sus gafas en la sala a la que da nombre en la Fundación César Manrique de Lanzarote, con motivo de una exposición dedicada a su obra. (Foto de Adriel Perdomo)

(Foto de Daniel Mordzinski)

Abrazo entre dos escritores
José Saramago y Arturo Pérez-Reverte se saludan en la Feria del Libro del año 2002

José Saramago
El escritor José Saramago, en la presentación de su libro "El hombre duplicado". 
(Foto de Gorka Lejarcegi)

Entrega del Nobel
José Saramago recoge el primer premio Nobel de Literatura 
concedido a un escritor de habla portuguesa.

Dos nobeles
Saramago y García Márquez, durante la ceremonia del cuarenta aniversario de la Revolución Cubana.
(Foto Agência Reuters)

Junto a Mario Vargas
Llosa El premio Nobel de Literatura charla con el escritor Mario Vargas Llosa en la 
Feria del Libro de Madrid, en 2002. (Foto de Gorka Lajarcei)

Traductora y esposa
La periodista sevillana Pilar del Río fue su mujer los últimos 20 años de su vida. Ella trabajaba en el centro territorial de TVE en Andalucía cuando, impresionada por Memorial del convento, propuso entrevistarlo. Así nació su relación. Luego, ella se convertiría también en la traductora al castellano de sus obras. En la foto aparecen ambos este pasado julio. Antes, Saramago estuvo casado durante 25 años con la pintora Ilda Reis. (Foto Agência Reuters)

Doctor honoris causa
El escritor José Saramago junta al príncipe Felipe, durante su investidura como Doctor honoris causa por la Universidad de Castilla-La Mancha en 1997. (Foto de Bernardo Pérez)

El escritor y el comandante
José Saramago habla con Fidel Castro durante un acto de apoyo a Cuba celebrado en Oporto en octubre de 1998. El premio Nobel se distanció más tarde del régimen, con una celebre frase: "Hasta aquí llego con la revolución cubana". (Foto de Gorka Lajarcei)

Escenario de una novela
 José Saramago, escritor portugués, en el edificio en el que ambientó su novela 
Memorial de un convento. (Foto de Bernardo Pérez)

Junto a su esposa
Fotografía de archivo, del 27 de agosto de 2009, de Saramago, 
junto a su esposa, Pilar del Río, en su casa de Lanzarote. (Foto Agência EFE)

José Saramago
El escritor portugués acompaña al Subcomandante Marcos durante un acto celebrado 
en Ciudad de México, en marzo de 2001. (Foto Agência Reuters)

"Textos inéditos de Saramago: su creatividad íntima" de Ferran Bono no "El País" de 19/06/2015

Textos inéditos de Saramago: su creatividad íntima
El Nobel portugués anotaba sus dudas y el proceso de escritura de sus novelas
A los cinco años de su muerte, EL PAÍS publica el ‘making of’ de ‘Ensayo sobre la lucidez’

(José Saramago, na Playa Quemada de Lanzarote, 
2007 / Pedro Walter - El País)

Pode ser consultado e lido, aqui

"Anotaba cuándo se le ocurría una idea para empezar una novela. Podía ser de madrugada o viajando en tren. Expresaba sus dudas sobre la calidad de lo que llevaba escribiendo o manifestaba su desconfianza sobre el interés de una trama cuando él mismo se había hastiado urdiéndola. José Saramago solía apuntar todo, incluso cuando de repente decidía cambiar el título de una novela hasta que el juicio de su mujer, Pilar del Río, le hacía desistir y volvía a su plan original.

Así pasó con Ensayo sobre la lucidez, del que hoy, justo cuando se cumplen cinco años del fallecimiento del premio Nobel de Literatura de 1998, EL PAÍS publica en exclusiva una serie de textos inéditos en castellano (en portugués lo hace la revista Blimunda de la Fundación Saramago). Son notas del autor en 2003 durante la redacción del libro publicado un año después que muestran el proceso creativo del autor, la construcción del relato, el cómo se hizo la novela (lo que en el cine se denomina making of).

Saramago (Santarém, Portugal, 1922-Lanzarote, 2010) narra en Ensayo sobre la lucidez (publicado por Alfaguara) la historia de una ciudad cuyos habitantes deciden votar mayoritariamente en blanco, lo que provoca la reacción virulenta del Gobierno. Estos son algunos fragmentos de las notas del autor traducidas al castellano por Roser Vilagrassa [Los textos íntegros están publicados en un documento adjunto en esta información]:

4 de febrero de 2003
“La noche del 30 al 31 de enero me desperté a las tres de la madrugada con la idea repentina de que, por fin, ya tenía el tema para una nueva novela, que ya andaba buscando de manera más o menos consciente. Se trata de esa “revolución blanca" de la que hablé en Madrid y Barcelona durante la presentación de El hombre duplicado, del voto en blanco como única forma eficaz de protesta contra el loado sistema “democrático” que nos gobierna. Por si fuera poco, también tuve la súbita, la instantánea certeza de que dicho libro, en caso de que llegue a existir, tendría que llevar el título de Ensayo sobre la lucidez, como si el hecho de votar en blanco en la presente situación del mundo fuera un acto exactamente contrario a aquellos, o a la mayoría de aquellos, que se cometían en Ensayo sobre la ceguera. Durante esos días, la convicción de haber acertado de lleno era cada más fuerte (...)”.

17 de marzo
“(...) He llegado a la conclusión de que el título de la novela determina que los personajes sean los mismos que habitaron el otro Ensayo, el de la ceguera. Probablemente no todos. He pensado que la mujer del primer ciego se habría divorciado del marido y que la madre del niño estrábico aparecería y se ocuparía de él. Los demás, la mujer del médico y el marido, la chica con las gafas de sol y el viejo del parche negro se mantienen. También el perro de las lágrimas, que cerrará el libro con la mujer del médico muerta a su lado, asesinada por aquellos que decidieron que todo debía volver a ser como en los buenos viejos tiempos (...)”.

29 de marzo
“El primer capítulo empezará con la descripción (sumaria, claro está) de la tormenta y el viento que cae sobre el país. La televisión y la radio apelan a la conciencia cívica de los electores para que no se queden en casa pese al mal tiempo. Usar la palabrería insustancial propia de las ocasiones patrióticas. Entrar en casa de los personajes principales: la mujer del médico y el marido (también el perro, que vive con ellos), la mujer divorciada del primer ladrón, la chica de las gafas de sol y el viejo del parche negro, y el niño estrábico (la madre nunca llegó a aparecer, ¿o sí?), el escritor y la familia (¿toda?, recuerdo que estaba casado y creo que tenía hijas). A las cuatro de la tarde salen todos para ir a votar (también saldrán los habitantes que aún no habían votado). Descripción de la caminata bajo la lluvia. Barrios inundados, bomberos, barcos. La radio y la televisión se apresuran a transmitir la noticia del inopinado acontecimiento: los electores de la ciudad X están dando un extraordinario ejemplo de civismo, arrostrando la tormenta para cumplir con su sagrado deber (...)”.

19 de abril.
Sobrevolando el Mediterráneo.

“La idea de que los personajes de la Ceguera reaparezcan en Lucidez me parece cada vez mejor. Así como el título del nuevo libro ya sugiere una continuidad, la presencia de los personajes lo confirma definitivamente. En la mente de las autoridades perplejas surgirá la sospecha de que la mujer que no perdió la vista en la Ceguera podría tener algo que ver con el nuevo ‘fenómeno’. Como consecuencia lógica, esta sospecha se extenderá a aquellos a quienes ella había guiado. Así como la novela anterior obedecía escrupulosamente a ‘cierta lógica’, esta no podrá quedar atrás (...)”.

3 de junio.
Día en que Sophia de Mello Breyner gana el Premio Reina Sofía de poesía iberoamericana

“El final no será como se ha descrito más arriba. La mujer del médico será asesinada, pero no en el balcón de la parte de atrás de su casa. La matarán en un jardín donde había llevado a pasear al perro de las lágrimas. El perro empezará a aullar y también lo matarán. Los ciegos se preguntarán: ¿Has oído algo? Dos tiros, Pero también un perro que aullaba, Ya se ha callado, habrá sido el segundo tiro, Menos mal, porque el aullido de los perros me afecta a los nervios”.

Las obras y las ideas del Nobel siguen vivas

JAVIER MARTÍN, LISBOA
A los cinco años de su desaparición, José Saramago está muy presente. En todo el mundo han aumentado los libros sobre él, las representaciones teatrales, las traducciones, las cátedras y las muestra y hasta se publicó, póstumamente, Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas. “Nos llama la atención”, explicó ayer Pilar del Río, viuda del escritor y directora de la Fundación Saramago en Lisboa, “que, sin iniciativa nuestra, muchas televisiones recuerdan esta fecha”. En Italia se prepara una ópera a partir de Las intermitencias de la muerte, y en São Paulo, la mayor muestra sobre el autor en el Museo de la Lengua Portuguesa. Hoy, la Fundación estrena el documental Un humanista por casualidad escritor, del brasileño Leandro Lopes. Y se ultima un guion sobre El fin de la paciencia, una obra jamás representada.
Sus ideas tampoco han muerto. En 1998, el primer premio Nobel portugués propuso en su brindis en la cena de la Academia sueca crear la Declaración Universal de los Deberes Humanos. “No parece que los Gobiernos hayan hecho por los derechos humanos todo aquello a lo que, moralmente, cuando no por fuerza de ley, estaban obligados. Las injusticias se multiplican en el mundo, las desigualdades se agravan, la ignorancia crece, la miseria se extiende”.
Aquel brindis al sol lo ha recogido, 17 años después, la Universidad Autónoma de México, que el próximo miércoles organiza un congreso sobre su idea de los Deberes Humanos. La web Prospectivas del Mundo de la UNAM ha recogido ideas, e intelectuales de todo el mundo debatirán sobre el futuro que nos aguarda o, en su defecto, que nos guardan. “A José no le gustaba que lo clasificaran como intelectual”, recordó Pilar del Río, “él era un humanista, pero un humanista compasivo”."


#cincoanos - Memória da Data - "La Consistencia de los Sueños" documentário sobre a exposição

#cincoanos
Memória da Data 
"La Consistencia de los Sueños" documentário sobre a exposição


( Pode ser visualizado aqui, via YouTube,

#cincoanos - Memória da Data - "Un optimista informado y memorioso" de J. Ignacio Chaves G. (Nueva Tribuna)

"Un optimista informado y memorioso"

"En recuerdo a José Saramago, un gran novelista, un buen periodista y un ciudadano comprometido."

Pode ser consultado e lido, aqui
em http://www.nuevatribuna.es/articulo/cultura---ocio/optimista-informado-y-memorioso/20150619100609117330.html



"El dieciocho de junio de dos mil diez nos dejaba una de las personas que más y mejor entendió el papel de la ciudadanía en la construcción de la democracia. En fechas repletas de movimientos estratégicos por detentar el poder, uno, el que sea, porque en el fondo a la mayoría lo que les importa es tenerlo, conviene no perder de vista algunas de sus palabras:

“Ésta es una sociedad falsa. Quiero decir... inexistente. Pienso que para que una sociedad exista, debe darse una cierta unión entre sus miembros, no un continuo estado de competencia. Lo que hoy vivimos es la tiranía de un sistema que ha conseguido que el hombre que se mueve dentro de él sea fácilmente desechable.”

Sus reflexiones sobre la lucidez y la ceguera son profundas muestras sobre el conocimiento de una política hueca en una sociedad huera, al menos esa mitad mal llamada desarrollada que parece no tener más afán que consumir y morir enriquecida por el empobrecimiento de la otra mitad. Las enfermedades mentales transmutan en físicas para narrar lo débil y falso de un sistema que ha convertido en incompetentes las relaciones humanas y sus instituciones. Tal como él decía: “Creo que no nos quedamos ciegos, creo que estamos ciegos, ciegos que ven, ciegos que, viendo, no ven.”Un revolucionario pacífico que era lo que Edward Said, otro de los grandes pensadores éticos, llamaba un intelectual comprometido, que tienen que usar su lugar destacado en la sociedad para luchar contra el statu quo, para criticar a los poderes y a los medios que intentan moldear a la ciudadanía a través de conformar la mal llamada opinión pública.

Como miembro del Parlamento Internacional de Escritores se atrevió a comparar la situación de la población palestina en los territorios ocupados con el campo de concentración nazi en Auschwitz, declarando tras una visita a Ramala que "Un sentimiento de impunidad caracteriza hoy al pueblo israelí y a su ejército. Se han convertido en rentistas del holocausto. Con todo el respeto por la gente asesinada, torturada y gaseada.”

José de Sousa Saramago nació en Azinhaga (Portugal) el 16 de noviembre de 1922 y murió en Tías (España) el 18 de junio de 2012. Le concedieron el premio Nobel de Literatura en 1998 “por permitirnos, a través de parábolas sostenidas por la imaginación, la compasión y la ironía, aprehender una realidad esquiva”.

Hace cinco años que se fue y su memoria, sus ideas y sus acciones siguen tan vivas y actuales como cuando estaba entre nosotros. Podemos conocerle más y mejor leyéndole o visitando la exposición permanente en la Fundación José Saramago (Casa dos Bicos en Lisboa), la Biblioteca Saramago en Tías (Lanzarote) o la delegación en su Azinhaga natal.

En 2010, le dediqué un tardío y póstumo homenaje en el número 12 deTribuna, órgano de expresión de la Federación de Servicios a la Ciudadanía del sindicato español Comisiones Obreras, curiosamente esa ciudadanía a la que él tan bien leyó y a la que tanto sirvió.

Su literatura nos enriqueció, “era capaz de poner el universo en movimiento apenas con dos palabras”. Sus discursos nos motivaron, como el que ofreció hace diez años, el 17 de junio de 2005, en la Casa de las Américas en La Habana (Cuba). Tras explicar cómo en España, unos años antes, le habían reunido junto a un grupo de personas para que presentaran propuestas para el milenio, que se convirtieron en puro delirio, Saramago nombró la décima suya: “regresar a la filosofía”. Todo eso para invitar a los asistentes a pensar: “Regreso a la filosofía no en el sentido absurdo de que ahora nos vamos a convertir todos en filósofos. Filosofía aquí podría significar exactamente todo lo que esperamos encontrar en la filosofía, es decir, la reflexión, el análisis, el espíritu crítico, libre. Es decir, circular dentro del universo humano donde conceptos de otro tipo se enfrentan, se encuentran, se juntan, se separan, es lo que pasa todos los días, pero apuntar la idea de que si el hombre es un ser pensante, pues entonces que piense.”

Fue un comunista de pura cepa, un ateo militante, un defensor de la justicia social y de las causas justas, aunque pudieran parecer utópicas, que no significa que estuvieran perdidas.

Fue una simiente que dio muchos frutos, sus más de cuarenta obras publicadas, que nos han llevado a tierras de pecado; al cerco de Lisboa; a la caverna; a releer la existencia de Jesucristo o la vida errante de Caín; a la isla desconocida; a viajar con un elefante o en una balsa de piedra; a levantarnos del suelo; al memorial de un convento; a pensar en el hombre duplicado, en la lucidez o en la ceguera, ocupan, por mérito propio, las más destacadas bibliotecas contemporáneas.  

Yo quisiera recomendarles, al margen de esos grandes ensayos que son sus novelas, esa pequeña metáfora, obra maestra sobre el derecho de soñar y de libertad, que es El cuento de la isla desconocida y el texto que sirvió de guión a un hermoso cortometraje de animación, que yo utilizo en clase para hablar de educación, comunicación y ciudadanía,La flor más grande del mundo, “¿Y si las historias para niños fueran de lectura obligatoria para los adultos? ¿Seríamos realmente capaces de aprender lo que, desde tanto tiempo venimos enseñando?”.

A este mundo insolidario, materialista, grosero y jodón le hacen falta personas como Saramago, gente ética, comprometida y con criterio que piense, que nos haga pensar y que nos invite a la acción tras la reflexión.

Hoy le seguimos pensando."