Pequena abordagem da evolução histórica da "Casa dos Bicos" (baseada na fotografia postada na página do Facebook da Fundação José Saramago), datada de 1951; de onde se recua até ao século XIX, e daí até aos nossos dias.
A página da Direcção-Geral do Património Cultural, classifica o edifício "Casa de Brás de Albuquerque (Casa dos Bicos)", e cuja informação histórica pode ser aqui consultada,
"A Casa dos Bicos é um dos raros exemplares da arquitectura renascentista que subsistiu da Lisboa manuelina. Foi mandada edificar por Brás de Albuquerque, cortesão de reconhecida e esmerada cultura humanista, devendo-se também ao seu patrocínio a construção da magnífica Quinta da Bacalhôa.
Em 1521 Brás de Albuquerque integrou a comitiva real que conduziu a Infanta D. Beatriz, filha de D. Manuel, a Itália para seu o casamento com o duque Carlos III de Sabóia; aí, o conselheiro do Venturoso terá contactado com os modelos eruditos da arquitectura renascentista italiana. Ao voltar a Portugal, cerca de 1523, mandou erguer nos terrenos fronteiros à Ribeira Velha e à Alfândega que haviam pertencido ao vice-rei Afonso de Albuquerque, seu pai, um edifício inspirado nos palácios dei diamanti italianos, com loja, sobreloja e dois andares nobres, havendo alguns autores que atribuem a obra ao arquitecto régio Francisco de Arruda.
A estrutura original ficou bastante danificada devido ao terramoto de 1755 e ao incêndio que se lhe seguiu. A fachada principal, que ficava virada à actual Rua Afonso de Albuquerque, caiu, e os dois andares cimeiros de todo o edifício ruíram. Em 1772 o edifício foi parcialmente reconstruído, mas a estrutura quinhentista ficou irremediavelmente alterada. Ao longo do século XIX a casa sofreu as mais variadas vicissitudes, chegando a ser utilizada como armazém de bacalhau por largas dezenas de anos.
Cerca de 1960 a Câmara de Lisboa adquiriu a Casa dos Bicos, contratando em 1968 o arquitecto Raul Lino para executar um projecto de adaptação do espaço a museu. No entanto, a obra foi adiada, e somente em 1981 foi desenhado o plano de recuperação da Casa dos Bicos, pela mão do arquitecto Santa Rita. O espaço foi então adaptado às novas funções museológicas, sendo acrescentados ao edifício os dois andares que perdera com o terramoto. A fachada foi reconstruída segundo imagens antigas de Lisboa que mostram a estrutura original da casa de Brás de Albuquerque.
De planta rectangular, o edifício distingue-se pela sua invulgar fachada, em que o aparelho de pontas de diamante de gosto renascentista - que originou a designação popular de Casa dos Bicos - se conjuga com as janelas contemporâneas inspiradas na linguagem decorativa manuelina, cuja distribuição irregular imprime ritmo à fachada. No piso térreo foram abertas portas de moldura regular com diferentes dimensões. A disposição original do espaço interior foi profundamente alterada para poder albergar os núcleos de museologia.
Entre 1986 e 2002 o edifício albergou a extinta Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos Portugueses. Actualmente, é a sede da Fundação José Saramago.
Catarina Oliveira - DGPC, Julho de 2012"
A fachada da Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago
Nas janelas, obra do artista plástico José Santa-Bárbara, baseada no "Memorial do Convento"
"Edição especial de Memorial do Convento, de José Saramago, comemorativa
do vigésimo aniversário da sua primeira edição, em Outubro de 1982.
É ilustrada com pinturas de José Santa-Bárbara que se incluem no ciclo «Vontades.
Uma leitura de Memorial do Convento»." (Fonte: Bibliografia FJS)
Casa dos Bicos e a Oliveira transplantada da
Azinhaga, terra natal de José Saramago
Ponto de encontro e de acesso aos visitantes da Fundação José Saramago
(Na foto, a criança e a continuidade - Fotografia Helena Mesquita)
"Lisboa 1951 - Casa dos Bicos - Fotografia de Alfred Franz Adolf Ehrhardt"
Fotografia colocada na página do Facebook da Fundação José Saramago, aqui
Do blog "Lisboa de Antigamente" é feita uma abordagem histórica
à construção e história da conhecida "Casa dos Bicos" Pode ser consultado, aqui
e blog em http://lisboadeantigamente.blogspot.pt/
(Rua dos Bacalhoeiros, 10/10F (Século XIX)
Paulo Guedes, in Arquivo Municipal de Lisboa
(Rua dos Bacalhoeiros, 10/10F (Século XIX)
José Artur Leitão Bárcia, in Arquivo Municipal de Lisboa
Mais informação, na página do Facebook, aqui
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