“Entra, chegaste à tua casa”: assim entrou Camões na vida de José Saramago.
No momento em que Manuel Maria Carrilho, ministro da Cultura de Portugal, anunciava a José Saramago que lhe tinha sido concedido o maior galardão literário da língua portuguesa" (...)
(...) "O animal entrou pela porta aberta do jardim, mexendo sem jeito as pernas, um pouco desajeitado, feliz por ninguém o maltratar. Quando Saramago apareceu a anunciar que tinha recebido o Prémio Camões, soubemos, soubemo-lo nesse instante, que o cão que tinha encontrado a sua casa não ia ter outro nome que o do grande poeta português. E assim, pelo menos em Lanzarote, Camões foi mencionado centenas de vezes por dia, foi vida e foi homenagem. E este cão doce e nobre, que nunca aprendeu a comer devagar porque até chegar à Casa tinha tido que lutar contra a fome e o abandono, com a sua gravata branca desenhada no pelo negro, que foi o modelo para “O Achado” d’ A Caverna, um cão que, como todos os cães que Saramago inventa, é a melhor resposta animal à melhor consciência humana" (...)
O presente texto, de Pilar del Río, pode ser recuperado através da página da
Fundação José Saramago, aqui
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