Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sexta-feira, 15 de abril de 2016

Montagens cénicas de algumas capas das obras de José Saramago

"A Viagem do Elefante", a estatueta que simboliza a oferenda do rei D. João III ao seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria. Pelo caminho seguem viagem o elefante Salomão e o seu cornaca Subhru 


"A Caverna", acompanhado das peças de barro e tintas para dar vida às formas, tal qual na olaria Algor, Cipriano Algor e sua filha Marta, tentaram responder aos sinais da modernidade impostos pelo Centro Comercial  


"A Bagagem do Viajante", e os mapas que auxiliam o viajante na sua descoberta e orientação por novos caminhos. Obra do início da década de 70 do século passado e que compila pequenas crónicas e histórias


"Viagem a Portugal", o mapa de Portugal; obra que junta a identificação de monumentos históricos nos lugares mais improváveis do país
 

"História do Cerco de Lisboa", a espada dos Cruzados e a marca que Raimundo Silva deixa na revisão de uma obra, ao substituir o sim pelo "Não" na ajuda dos Cruzados às tropas portuguesas capitaneadas por Dom Afonso Henriques ao tomarem de assalto a cidade de Lisboa aos mouros


"A Maior Flor do Mundo", "O Silêncio da Água" e "O Conto da Ilha Desconhecida", obras acompanhadas de pequenos símbolos infantis e que remetem estas obras para o imaginário das histórias para os mais novos 


"As Pequenas Memórias" e a marioneta; obra autobiográfica que nos remete para a vida de José Saramago até aos seus quinze anos


"O Homem Duplicado" e o espelho; a acção de Tertuliano Máximo Afonso na busca do seu duplicado, Daniel Santa-Clara (António Claro), descoberto através do visionamento de um filme 


"Manual de Pintura e Caligrafia", "A Noite" e "Levantado do Chão" com os cravos depositados, símbolo da revolução de Abril e que nos remetem para a acção de libertação 


"Alabardas Alabardas Espingardas Espingardas" e as réplicas de armas usadas ao longos dos tempos, e que aqui remetem para a obra inacabada de José Saramago, como grito de alerta contra a indústria que alimenta as guerras e conflitos bélicos 


"As Intermitências da Morte", a caveira e a máscara; quando "no dia seguinte ninguém morreu" a morte torna-se figura central da acção até no limite do imaginável se apaixona por um modesto violoncelista


"Levantado do Chão" e o selo da livraria A das Artes (de Joaquim Gonçalves, Sines - Alentejo) e a espiga; a luta de várias gerações da família Mau-Tempo, a fome e a luta dos trabalhadores camponeses no Alentejo senhorial e latifundiário

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