Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sábado, 11 de janeiro de 2020

10 de Janeiro de 1996 - "Cadernos de Lanzarote IV"

"A RTP (abençoada ela seja por esta vez) trouxe-nos, decentemente concebido e realizado, um documentário sobre Fernando Lopes-Graça. Éramos quatro (Carmélia e a mãe, Pilar e eu) os que, recolhidamente, escutávamos as palavras do amigo desaparecido e assistíamos a uma reconstituição ordenada da sua vida. Enquanto o documentário ia passando, imagens, palavras, palavras e imagens, a informação pareceu-me bastante equilibrada, satisfatória, quem em amplitude quer em rigor, mas, quando ele chegou ao fim, tive a impressão, como já me tem sucedido em casos semelhantes, de que o mais importante tinha ficado por mostrar." (...)

#DiáriosDeSaramago
#ContinuarSaramago

Cartaz alusivo ao evento que marcou os 90 anos da data de nascimento de José Saramago, com apresentação de obras de Fernando Lopes-Graça (12/12/2012)

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