Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

3 de Janeiro de 1994 - "Cadernos de Lanzarote II"

"Zeferino Coelho regressou hoje a Lisboa. Enquanto cá esteve leu tudo quanto tenho escrito nos últimos tempos: estes Cadernos, o capítulo do Ensaio, as notas para as Tentações. Propôs-me levar já os Cadernos, para publicar em Abril um primeiro volume." (...)
"Agora, por exemplo, chegaram-me de Itália, de Massimo Rizzante, colaborador da revista L'Atelier du Roman, de Paris, as perguntas da entrevista que lhes prometi. Não se afastam do habitual (a questão do romance histórico, a questão das personagens, a questão do narrador...), mas são nada menos que dezasseis, e todas a exigir resposta desenvolvida: aliás muito simpaticamente, informam-me de que tenho quinze páginas da revista à minha disposição..." (...)

#DiáriosDeSaramago
#ContinuarSaramago

Capa da edição de Novembro 1993 com artigo de Michèle Gendreau-Massaloux 
sobre a obra Evangelho segundo Jesus Cristo

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