Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

3 de Janeiro de 1996 - "Cadernos de Lanzarote IV"

"O último número da revista norte-americana The New Yorker publica uma crítica de George Steiner a um livro, publicado por Carcanet Press, sobre o centenário de Pessoa. Aí se diz, a rematar: «Os editores incluíram duas entrevistas imaginárias póstumas, mas faltou-lhes o melhor nesta matéria. O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, que foi traduzido em 1991 por Giovanni Pontiero, é um dos grandes romances das letras europeias recentes. Fala do regresso de Ricardo Reis, vindo do Brasil, à pátria, fala do Fascismo em Lisboa, fala do encontro entre Reis e o seu falecido criador. Acerca de Pessoa e das suas contraditórias sombras, nada foi escrito de mais perceptivo.» (...)

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Giovanni Pontiero tradutor de José Saramago



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