“A Passarola” do Memorial do Convento
Via página da Fundação José Saramago
"Num dos seus romances mais conhecidos, José Saramago imagina uma máquina que voa movida por vontades. Quando escrevia Memorial do Convento, o escritor fez um esboço desse engenho, baseado na invenção de Bartolomeu de Gusmão. O desenho pode ser visto na exposição permanente patente no primeiro andar da Casa dos Bicos, sede da Fundação José Saramago, em Lisboa."
Para consulta, em http://www.josesaramago.org/passarola-memorial-convento/
Imagem alusiva à construção do Convento de Mafra
O momento inicial e decisivo...
"Perguntou el-rei, É verdade o que acaba de dizer-me sua eminência, que se eu prometer levantar um convento em Mafra terei filhos, e o frade respondeu, Verdade é, senhor, porém só se o convento for franciscano, e tornou el-rei, Como sabeis, e frei António disse, Sei, não sei como vim a saber, eu sou apenas a boca de que a verdade se serve para falar, a fé não tem mais que responder, construa vossa majestade o convento e terá brevemente sucessão, não o construa e Deus decidirá. Com um gesto mandou el-rei ao arrábido que se retirasse, e depois perguntou a D. Nuno da Cunha, É virtuoso este frade, e o bispo respondeu, Não há outro que mais o seja na sua ordem. Então D. João, o quinto do seu nome, assim assegurado sobre o mérito do empenho, levantou a voz para que claramente o ouvisse quem estava e o soubessem amanhã cidade e reino, Prometo, pela minha palavra real, que farei construir um convento de franciscanos na vila de Mafra se a rainha me der um filho no prazo de um ano a contar deste dia em que estamos, e todos disseram, Deus ouça vossa majestade, e ninguém ali sabia quem iria ser posto à prova, se o mesmo Deus, se a virtude de frei António, se a potência do rei, ou, finalmente, a fertilidade dificultosa da rainha."
em Memorial do Convento
Caminho, 20.ª edição
Página 14
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