Toda a informação pode ser consultada, através do site
O projecto de Carlos Marques, também se encontra disponível via Facebook, aqui
(Capa do trabalho)
Agenda 2016
– 10 Março | Coimbra – TAGV
– 30 Março | Lisboa “Levantei-me do chão – Lado B” Lançamento do CD “Levantei-me do Chão, Vínil) Fundação José Saramago
– de 7 a 17 Abril | Lisboa (Quarta a Sábado 21:30 e Domingos às 16) Teatro Meridional
– 17 e 18 Junho | Évora – Teatro Garcia de Resende (CENDREV)
Equipa Artística
Carlos Marques Criador, Composição Músical e Actor
Susana Cecílio Apoio à criação
Nuno Borda de Água Dispositivo cénico
João Bastos Composição Músical
Rodolfo Pimenta Vídeo
Susana Malhão Designer Gráfica
Produção durante o processo de criação Candela Varas
ALGURES, Colectivo de Criação
"Este espectáculo é um manifesto poético e efémero sobre o “Levantado do Chão”, um solo fragmentado, portátil e maleável (capaz de se adaptar a vários espaços e públicos).
Levantamos o pó dos tempos, levantamos um livro bem lá no alto, levantamos ainda cabeça e o corpo, e acima de tudo tentamos levantar-nos como comunidade.
Um músico de hoje conta e canta as histórias do livro – Serão necessárias novas músicas de intervenção? – Numa conversa franca com o espectador vamos descobrindo a musicalidade nas palavras e nas ideias de Saramago. Aqui reflete-se sobre a democracia – que mundo queremos afinal? E tudo isto num concerto.
Um solo de um contador de histórias carregado da memória afectiva da leitura e da importância dos conhecedores da obra do Nobel, ou um músico de canções avulsas oriundas das palavras de saramago e, ainda, um actor submerso num texto inédito e assumidamente fragmentado.
Um espectáculo baseado no livro onde se diz – à laia de mito – que o autor descobriu o estilo saramaguiano de narrar."
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"Se no primeiro espectáculo em torno da obra, reflectimos sobre o estado da nossa democracia, neste reflectiremos sobre a condição humana. A metáfora da pedra e da estátua que Saramago usou para descrever as duas fases da sua criação literária adapta-se na perfeição ao que será agora o nosso objecto artístico: se na primeira fase enquanto escritor, na qual se inclui “Levantado do Chão”, o autor descreve a superfície da pedra, numa segunda fase após “Evangelho Segundo Jesus Cristo” há uma tentativa de descrever o interior da pedra, ou seja existe a ambição de alcançar um entendimento do interior do ser humano, filosoficamente falando.
O propósito é levar estas reflexões em torno das palavras de Saramago a muitos lugares, conseguir criar um objecto que comunique com as diversas comunidades onde se inscreve.
Saramago um dia afirmou, numa entrevista conduzida por Ernesto Sampaio, que se imaginava “a contar este Levantado do Chão a um grupo de pessoas, lá no Alentejo, ou aqui em Lisboa, ou em qualquer outro lugar, a contar em voz alta, voltando atrás quando apetecesse, metendo pelo meio coisas da sabedoria popular, ditados (…) e se entre essas pessoas houver analfabetos, essa será a grande prova. É maior dever do narrador contar e bem claro. Amanhã, noutro lugar contaria a mesma história, mas diferente, sempre diferente, outros ditos, outras voltas, outros caminhos. Haveria de ter sua graça experimentar, mas, não podendo ser, aí fica o livro em sua forma de livro e aparente invariabilidade.” Levantado do chão é um livro para ser contado e cantado em voz alta, bem alta!!
Este é um solo de um contador de histórias que gosta de estar ali. Um solo de um músico de intervenção. Um solo de actor que se inquieta com o estado das coisas. Este é um trabalho de uma equipa séria e divertida.
Este é um regresso a uma casa onde tudo foi intenso. Uma casa que foi abandonada e que está fechada apanhando pó. Uma casa cheia de utopias – até parece uma palavra distante. Quando era miúdo agarrava na guitarra e tocava as músicas do Zeca, do Fausto e do Godinho com aquele desejo ter vivido aqueles tempos. E questionava-me se naquela altura eu teria tido a lucidez para me aperceber para saber de que lado da trincheira devia estar."
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"E agora? Falemos do agora. Será que entretanto entaiparam a casa que não tinha muros no jardim? Será que em cada instante sabemos de que lado da trincheira estamos. Será que conseguimos sempre pensar pela nossa cabeça? Será que estamos sempre certos e centrados nas nossas opções? Será que existe esse questionamento, ou essa vontade?
Em situações delicadas politicamente vamos sempre lá atrás buscar os hits das lutas passadas para tentar galvanizar uma massa (conformada) que não tem curiosidade de saber para onde nos estão a puxar. Trazemos para o presente essas músicas porque nos identificamos ou, talvez, porque já são património de uma união em épocas difíceis/vitoriosas – é mais fácil assim, dirão uns.
Mas dessa forma não se banalizarão as épocas, a luta e a própria música? E será que as lutas de hoje são as mesmas de então? Seremos nós como os nossos pais?
Serão precisas novas músicas e mais do que isso novos heróis artistas nestes tempos confusos. Não que queira inscrever o meu nome como herói – talvez em sonhos gostasse dessa ideia, mas não fui talhado para isso -, apenas vou fazendo a minha parte. Porém, talvez a arte devesse ter essa função. Essa inscrição! Talvez seja necessário que ela perca tudo… que ela passe por uma carestia! Talvez para sermos heróis tenhamos de estar ainda mais F**** já me faltam as palavras. Primeiro temos de fazer o que não queremos para depois fazermos o que realmente queremos? Que mundo queremos afinal?
Parafraseando Fausto Bordalo Dias “a ditadura proletária já morreu, mas nasceu a ditadura dos mercados.” E se eu tivesse a oportunidade de conhecer estes tais senhores dos mercados apenas lhes poderia dizer: A MINHA GUITARRA É CONSTANTE E ROSNA! É tempo de levantar do chão!"
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