Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

domingo, 12 de janeiro de 2020

11 de Janeiro de 1994 - "Cadernos de Lanzarote II"

"José Manuel Mendes partiu hoje, levando umas cinco ou seis horas de gravações. Não lhe invejo a sorte, ter de desenredar de um discurso sempre digressivo e não raro caótico umas quantas ideias mais ou menos aproveitáveis que por lá se encontrem. (...) Chegou carta de Jorge Amado. O Instituto de Letras da Universidade da Bahia organiza em Maio em encontro de tradutores e um seminário de ensino e aprendizagem de tradução (...) Pilar e eu lemos a carta ao mesmo tempo, e quando chegámos ao fim ele perguntou-me: «Que viagens temos em Maio?» Ainda que não pareça decididamente explícito, foi uma maneira de dizer sim..."

#DiáriosDeSaramago
#ContinuarSaramago

Jorge Amado e José Saramago 
1990 Bahia - Brasil

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