Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

8 de Janeiro de 1996 - "Cadernos de Lanzarote IV"

"Na noite de Natal puseram-me no sapatinho a promessa de uma antena parabólica. Pilar tinha achado que eu não podia continuar a viver sem notícias regulares da pátria, especialmente nestes dias que vamos ter eleições para a Presidência da República. (...) Sabia, pelas informações da meteorologia espanhola, que andava a chover muito em Portugal, mas não imaginava que o desastre atingisse tal dimensão. Percebi então que estar longe é não poder participar, não ser molhado pelas mesmas chuvas, não sentir as mesmas aflições." (...)

#ContinuarSaramago
#DiáriosDeLanzarote

Sem comentários:

Enviar um comentário