Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

9 de Janeiro de 1995 - "Cadernos de Lanzarote III"

"Duzentas e vinte milhas a nordeste de Lanzarote, o mar grosso meteu no fundo um barco de pesca português. Leio que, entre tripulantes marroquinos e portugueses, morreram vinte pescadores. O barco era de Sesimbra e chamava-se Menino de Deus. Têm-me dito que Deus e Alá estão em toda a parte, como é próprio de deuses. Não duvido que estejam, mas não salvaram os seus meninos..."

#DiáriosDeSaramago
#ContinuarSaramago


Sem comentários:

Enviar um comentário