Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Citador #4 Saramago nas palavras da amiga Carmélia Âmbar



Carmélia Âmbar, amiga de José Saramago aborda o Prémio Nobel

"Uma Longa Viagem com José Saramago"
João Céu e Silva
Porto Editora, pág. 38

(...) «Foi um conto de fadas lindíssimo, extraordinariamente bonito e de uma simplicidade e naturalidade superiores. Assim como um momento de encantamento que nem parece ser real, com emoções enormes, de admiração e respeito. E eu via-o tão sereno e tranquilo como se fosse a coisa mais natural da sua vida - quando ele me pediu ajuda para pôr todas aquelas medalhas eu estava mais nervosa do que ele - embora estivesse sempre com aquele ar refilão a dizer 'Que coisa eu não nasci para isto' e o Zeferino, radiante, de casaca, que nele é uma coisa rara, respondia-lhe 'pois, eu, para isto é que nasci'. E depois o discurso... ninguém esperava porque os prémios Nobel não fazem um discurso daqueles! Isso é que lhe dá a aura que tem hoje em dia». (...)

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