Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

domingo, 15 de maio de 2016

Poema de José Saramago "Não me peçam razões..." interpretado por Ódin Santos​ - XII Mostra de Teatro Escolar promovida pela Câmara Municipal de Sesimbra​ e produzida pelo ATL Caso Notável​


"O Cineteatro Municipal João Mota acolhe nos dias 14, 15 e 21 de maio, a XII edição da Mostra de Teatro Escolar, que apresenta várias peças preparadas por alunos da rede pública, solidária e privada.
Dar visibilidade ao trabalho desenvolvido pelas escolas, promover o teatro junto da comunidade escolar e contribuir para o crescimento artístico e pessoal dos alunos do concelho são os principais objetivos da Mostra de Teatro. Durante os três dias vão passar pelo palco dezenas de jovens talentos. Os temas são diversos e foram trabalhados ao longo de vários meses pelos jovens atores, em conjunto com os professores."


Ódin Santos​ na sua participação da peça de teatro escolar promovida pela Câmara Municipal de Sesimbra​ encenada e produzida pelo ATL Caso Notável

Facebook do ATL Caso Notável https://www.facebook.com/casonotavel.atl.centrodeestudo/?fref=ts

Pode ser visualizado via YouTube, aqui
em https://www.youtube.com/watch?v=XxHmWarshXo

"Não me Peçam Razões..."

Não me peçam razões, que não as tenho, 
Ou darei quantas queiram: bem sabemos 
Que razões são palavras, todas nascem 
Da mansa hipocrisia que aprendemos. 

Não me peçam razões por que se entenda 
A força de maré que me enche o peito, 
Este estar mal no mundo e nesta lei: 
Não fiz a lei e o mundo não aceito. 

Não me peçam razões, ou que as desculpe, 
Deste modo de amar e destruir: 
Quando a noite é de mais é que amanhece 
A cor de primavera que há-de vir. 

José Saramago, in "Os Poemas Possíveis"