Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Recuperação da entrevista de Judite de Sousa a José Saramago (RTP2, Dezembro 1998)

A entrevista pode ser recuperada e visualizada via YouTube, aqui

"Presidentes" - Revisitar "Outros Cadernos de Saramago" (13/1/2009)

Revisitar "Outros Cadernos de Saramago"
http://caderno.josesaramago.org/21452.html

Terça-feira, 13 de Janeiro de 2009

"Presidentes"
"Um, Bush, que sai e que nunca deveria ter entrado, outro, Obama, que está prestes a chegar e oxalá não venha a desiludir-nos, outro, Bartlet, que, não duvido, ficará por muito tempo. A este dedicámos nestes dias, Pilar e eu, algumas horas disfrutando os últimos episódios de “A ala oeste da Casa Branca” a que em Portugal preferiram chamar “Os homens do presidente”, título eminentemente machista, uma vez que algumas das personagens mais importantes da série são mulheres. Jed Bartlet, interpretado por Martin Sheen (lembram-se de “Apocalipse Now”?), é o nome do presidente que temos vindo a acompanhar com um interesse que nunca esmoreceu, tanto pela tensão dramática dos conflitos como também por alguns aspectos didácticos sempre presentes sobre o modo norte-americano de fazer política, quer no bom, quer no péssimo. Bartlet chegou ao fim do seu segundo mandato e portanto está de saída. Estamos em plena campanha presidencial, uma campanha em que não têm faltado os golpes baixos, mas que acabará (já o sabemos) com a vitória do melhor dos candidatos, um hispano de ideias claras e ética impecável chamado Mattew Santos. Claro que é irresistível pensar em Barack Obama. Terão os autores da história o dom da profecia? É que entre um hispano e um negro, a diferença não é tão grande"