Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Juan Cruz da TVCanariados entrevista José Saramago (06/2000)

"Esta es la entrevista que realizó el periodista Juan Cruz al escritor portugués José Saramago
en el mes de junio de 2000, en su casa de Lanzarote."

José Saramago (entrevista, primera parte)

José Saramago (entrevista, segunda parte)

José Saramago (entrevista, tercera parte)

José Saramago (entrevista, cuarta parte)

José Saramago (entrevista, quinta parte)

De Miguel Koleff "EL PERRO DE LAS LÁGRIMAS y otros ensayos de Literaturas Lusófonas" Ferreyra Editor e Facultad de Lenguas (da UNC Universidad Nacional de Córdoba) 2017

De Miguel Koleff 
"EL PERRO DE LAS LÁGRIMAS y otros ensayos de Literaturas Lusófonas" 
Ferreyra Editor e Facultad de Lenguas (da UNC Universidad Nacional de Córdoba) 2017

(...) el escrito titulado El perro de las lágrimas, que se interroga acerca de lo que determina la humanidad de un ser vivo." (...) 
página 13 do Prólogo (de Marisa Leonor Piehl - Cátedra Libre José Saramago)

Se destaca o capítulo "José Saramago"
Carne Cruda, p57
El voto en blanco, p60
El perro de las lágrimas, p64
Las fieras, p67
Piedad de léon, p71
Corpus, p75

Um abraço ao amigo Miguel Koleff cujo trabalho sobre as literaturas e "letras do mundo" é de um enorme prazer poder acompanhar mesmo que com um oceano por meio.

"José Saramago inspirou-se em Leonard Cohen" via TSF (07/11/2017) - Narração de Fernando Alves de trecho da "História do Cerco de Lisboa"

"José Saramago inspirou-se em Leonard Cohen" é o titulo da crónica de Fernando Alves na "Manhã TSF" de 07/11/2017, onde faz leitura parcial da página 93 da "História do Cerco de Lisboa".  
Aqui se recupera em
https://www.tsf.pt/cultura/musica/interior/cohen-e-saramago-8899531.html

"No dia em que assinalamos o primeiro aniversário da morte de Leonard Cohen, recordamos o romance de Saramago em que o cantor canadiano ocupa uma página."

Foto: Fernando Farinha/Global Imagens

"Também José Saramago encontrou em Leonard Cohen inspiração. Valeu pelo menos uma página, a 93 do romance "História do Cerco de Lisboa", editado em 1989.

A figura central do romance é Raimundo Silva, um revisor de textos que comete propositadamente um erro ao rever um livro sobre a história do cerco de Lisboa. Raimundo acrescenta um "não" a uma frase e isso muda o sentido de toda a história.

A editora tenta remediar o problema com a publicação de uma errata e contrata uma supervisora cuja tarefa é orientar o trabalho do revisor. Mas esta percebe que Raimundo não vai admitir qualquer alteração e incentiva-o a reescrever a sua própria história do Cerco de Lisboa, agora sem a ajuda dos cruzados.

Raimundo e Sara viveram o seu próprio romance, mas essa é já outra história. E há Lisboa, em fundo. A Lisboa em que Raimundo, na página 93 do romance de Saramago, escuta na televisão o cantor Leonard Cohen."

Narração de Fernando Alves
(...) "Agora um homem aparece sozinho, deve estar a cantar apesar de mal se lhe moverem os lábios, o dístico dizia Leonard Cohen, e a imagem olha para Raimundo Silva insistentemente, os movimentos da boca articulam uma pergunta, Por que não queres ouvir-me, homem sozinho, e certamente acrescenta, Ouve-me agora porque depois será demasiado tarde, após um video-clip vem outro, não se repetem, isto não é um disco que possas fazer voltar atrás mil e uma vezes, é possível que eu volte, mas não sei quando e tu talvez já aqui não estejas nesse momento, aproveita, aproveita, aproveita. Raimundo Silva inclinou-se para a frente, abriu o som, o gesto de Leonard Cohen foi como se agradecesse, agora podia cantar, e cantou, disse as coisas que diz quem viveu e se pergunta quanto e para quê, quem amou e se pergunta a quem e porquê, e, tendo feito as perguntas todas se acha sem resposta, uma só que fosse, é o contrário daquele que afirmou um dia que as respostas estão todas por aí e que nós não temos mais que aprender a fazer as perguntas. Quando o Cohen se calou, Raimundo Silva tornou a cortar o som, e logo a seguir desligou de todo o aparelho. A saleta, interior, tornou-se de repente noite negra, e o revisor pôde levar as mãos aos olhos sem que ninguém o visse." (...)
in "História do Cerco de Lisboa (1989), Caminho - 2.ª edição (página 93) 

Edição #66 da revista "Blimunda" em formato digital para descarregar gratuitamente

A edição pode ser consultada e descarregada gratuitamente aqui
em https://www.josesaramago.org/blimunda-66-novembro-2017/

"Com o objetivo de tornar a leitura mais agradável, o formato da Blimunda foi alterado. O leitor perceberá as mudanças já neste número #66 da revista, que tem como um dos destaques a conversa de Sara Figueiredo Costa com Sandro William Junqueira a propósito de Quando as Girafas Baixam o Pescoço, o seu mais recente romance. Andreia Brites conversou com a ilustradora espanhola Ana Pez, autora de O meu irmão invisível. Na secção Saramaguiana recupera-se um texto escrito pelo crítico literário César António Molina em 1985, ano de publicação da edição espanhola de O Ano da Morte de Ricardo Reis.
Numa tradução de Carla Fernandes, a revista dá a conhecer aos leitores a voz do escritor britânico Peter Kalu num dos capítulos de Little Jack Horner. No seu espaço habitual, Andréa Zamorano reflete sobre o sal da escrita. E, assinalando a edição dos Dias do Desassossego’17 – programa que a Fundação José Saramago organiza em conjunto com a Casa Fernando Pessoa – a Blimunda inclui uma galeria de imagens para recordar como o mês de novembro em Lisboa foi repleto de livros, leituras e extraordinários encontros. Boas leituras!"

"A capa da Revista Blimunda deste mês de novembro, 
que estará disponível hoje, assinalando o 
último dos Dias do Desassossego'17. 
Neste número, para além dos conteúdos a merecer leitura, 
uma mudança no formato da revista, com assinatura, 
como sempre, de Jorge Silva/Silvadesigners."
Via página do Facebook da FJS, aqui em https://www.facebook.com/fjsaramago/

"Problema de Homens" crónica publicada a 27/07/2009

A presente crónica foi publicada originalmente no blog "Outros Cadernos de Saramago" a 27/07/2009 e pode ser aqui consultada e recuperada em http://caderno.josesaramago.org/54038.html 
A compilação dos textos em papel foi editada nos 2 volumes "O Caderno" e que agrega todos os textos de Setembro de 2008 a Novembro de 2009.
Na página da Fundação José Saramago, na secção "Memória" está também disponível através do link, em https://www.josesaramago.org/problema-de-homens-texto-publicado-no-blogue-a-27-de-julho-de-2009/


Capa da edição "O Caderno 2" 


"Problema de Homens" 

"Vejo nas sondagens que a violência contra as mulheres é o assunto número catorze nas preocupações dos espanhóis, apesar de que todos os meses se contem pelos dedos, e desgraçadamente faltam dedos, as mulheres assassinadas por aqueles que crêem ser seus donos.
Vejo também que a sociedade, na publicidade institucional e em distintas iniciativas cívicas, assume, é certo que só pouco a pouco, que esta violência é um problema dos homens e que os homens têm de resolver.
De Sevilha e da Estremadura espanhola chegaram-nos, há tempos, notícias de um bom exemplo: manifestações de homens contra a violência. Até agora eram somente as mulheres quem saía à praça pública a protestar contra os contínuos maus tratos sofridos às mãos dos maridos e companheiros (companheiros, triste ironia esta), e que, a par de em muitíssimos casos tomarem aspectos de fria e deliberada tortura, não recuam perante o assassínio, o estrangulamento, a punhalada, a degolação, o ácido, o fogo. A violência desde sempre exercida sobre a mulher encontrou no cárcere em que se transformou o lugar de coabitação (neguemo-nos a chamar-lhe lar) o espaço por excelência para a humilhação diária, para o espancamento habitual, para a crueldade psicológica como instrumento de domínio.
É o problema das mulheres, diz-se, e isso não é verdade. O problema é dos homens, do egoísmo dos homens, do doentio sentimento possessivo dos homens, da poltronaria dos homens, essa miserável cobardia que os autoriza a usar a força contra um ser fisicamente mais débil e a quem foi reduzida sistematicamente a capacidade de resistência psíquica. Há poucos dias, em Huelva, cumprindo as regras habituais dos mais velhos, vários adolescentes de treze e catorze anos violaram uma rapariga da mesma idade e com uma deficiência psíquica, talvez por pensarem que tinham direito ao crime e à violência. Direito a usar o que consideravam seu. Este novo acto de violência de género, mais os que se produziram neste fim-de-semana, em Madrid uma menina assassinada, em Toledo uma mulher de 33 anos morta diante da sua filha de seis, deveriam ter feito sair os homens à rua.
Talvez 100 mil homens, só homens, nada mais que homens, manifestando-se nas ruas, enquanto as mulheres, nos passeios, lhes lançariam flores, este poderia ser o sinal de que a sociedade necessita para combater, desde o seu próprio interior e sem demora, esta vergonha insuportável. E para que a violência de género, com resultado de morte ou não, passe a ser uma das primeiras dores e preocupações dos cidadãos. É um sonho, é um dever. Pode não ser uma utopia."
José Saramago
In "O Caderno 2", edição Caminho, páginas 182 a 184
(meu negrito)

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

"Why a classic portuguese novel should be on your to-read list" By Sarah Ládípọ̀ Manyika (Via OZI.COM) - 26/11/2017 - com incidência na tradução "Blindness" obra de José Saramago (original "Ensaio sobre a Cegueira")

"Why a classic portuguese novel should be on your to-read list"
By Sarah Ládípọ̀ Manyika (Via OZI.COM) - 26/11/2017


A presente critica literária pode ser consultada e recuperada aqui


"We’re starting a new feature at OZY Books: the building of a global bookshelf. Every other month, our book section editor will pick a selection we think you might enjoy. It might be one you’ve never heard of, or perhaps about a place you’ve never visited. We start with a classic: Blindness, by José Saramago, has stood the test of time. There’s something for everyone — plot, philosophy, allegory, passion, despair and triumph.

SO WHAT’S THE STORY?
A plague of blindness descends on an unnamed city. Within hours, internment camps are erected to keep the blind and contaminated away from the rest of the population. Chaos ensues both inside and outside the camps as more people turn blind. Only one person doesn’t go blind, and she is both witness to the atrocities and guide to her small group of friends. Her words become the group’s maxim: “If we cannot live entirely like human beings, at least let us do everything in our power not to live entirely like animals.” This is a story about power, greed and courage and how individuals and governments respond to crisis. It is, at its core, about what makes us human.

WHO WROTE IT?
Saramago, the grandson of pig farmers, was born in 1922 into a peasant family. A curious fact about his birth: The village clerk, possibly drunk when filling out the birth certificate, wrote “Saramago” instead of the true family name, de Sousa. Saramago means “wild radish” in Portuguese, which in retrospect seems apt for someone who came from a poor peasant background, published his first book only in his fifties and then went on to win the Nobel Prize in literature. Perhaps the wild radish also says something about the sharpness of Saramago’s character — he was known as a prickly personality, a staunch atheist and a lifelong member of the Portuguese Communist party.

WHAT’S NOT TO LIKE?
First, some readers of Blindness claim the book is insensitive to blind people, portraying them as a metaphor for moral depravity. Others (including the author when he was alive) refute this critique, saying that it’s about a population that fears the blindness and what happens in the chaos that ensues. There’s also a problem of punctuation or, rather, the lack thereof in the book. Punctuation to Saramago was like traffic signs: “Too much of it distracted you from the road on which you traveled.” To which some critics have wondered, Sure, but too little and you wind up hopelessly lost.

THE CHAOTIC AND POSTAPOCALYPTIC WORLD 
THAT IS CURRENTLY BEING PORTRAYED IN 
MANY BOOKS AND TV SERIES IS WHAT SARAMAGO 
GOT RIGHT MANY YEARS EARLIER.

WHY NOW?
The world may not have witnessed a plague of blindness, but illnesses such as Ebola and Zika have triggered panic reactions akin to those described in Blindness. The chaotic and postapocalyptic world that is currently being portrayed in many books and TV series is what Saramago got right many years earlier. Blindness speaks to our world today, in which societies realign themselves and rules are dramatically changing. And the blindness referred to in this novel is not just a physical one. As one of the characters remarks: “I don’t think we did go blind, I think we are blind, Blind but seeing, Blind people who can see, but do not see.” Issues pertaining to the abuse of power, whether in the political realm or otherwise, are as pertinent today as they always have been. Whether in Los Angeles or Lagos, we still turn a blind eye to predatory and misogynistic behavior; we still see (and don’t see) the use of sexual assault and rape as weapons of war; and we still pretend not to see, all around us, the glaring injustices that are hiding in plain sight. This is a book that tackles tough subjects and gives us complicated and flawed characters that defy simplistic right and wrong, bad and good, judgments."

“Blind. The apprentice thought, ‘We are blind,’ and he sat down and wrote Blindness to remind those who might read it that we pervert reason when we humiliate life, that human dignity is insulted every day by the powerful of our world, that the universal lie has replaced the plural truths, that man stopped respecting himself when he lost the respect due to his fellow creatures.”
José Saramago in his Nobel Lecture, 1998


"Publicação inédita das cartas de amizade entre Saramago e Jorge Amado" via DN (28/11/2017)

"Jorge Amado José Saramago - Com o mar por meio Uma amizade em cartas" 

Destaque no DN, de 28/11/2017, pode ser recuperado aqui

«A troca de correspondência entre José Saramago e Jorge Amado, durante cinco anos, regista uma "bela amizade", nascida na velhice, e testemunha desabafos políticos, crises de saúde e anseios literários, entre os quais o Nobel por que ambos suspiravam.

A publicação inédita da troca epistolar que os dois escritores de língua portuguesa mantiveram regularmente, entre 1992 e 1997, acaba de chegar às livrarias, numa edição ilustrada com 'fac-símiles' e fotos raras, pela Companhia das Letras, intitulada "Com o mar por meio".

A amizade entre os dois teve início quando "já iam maduros nos anos e na carreira literária", o primeiro com 80 anos, e o segundo com menos dez anos, segundo a editora.

O vínculo tardio, porém, não impediu que os escritores criassem fortes laços de amizade e fraternidade, que se estenderam às suas companheiras de vida, Zélia Gattai e Pilar del Río.

Uma dessas cartas, entre muitas outras, dá nota dessa relação, quando José Saramago escreve a Jorge Amado, em 1993, por ocasião do seu aniversário: "Esta mensagem vai em letra gorda para que não se perca nos azares da transmissão nem um só sinal da nossa amizade, deste carinho tão bonito que veio enriquecer de um sentimento fraterno uma relação nascida tarde, mas que, em lealdade e generosidade, pede meças à melhor que por aí se encontre".

Este livro nasce de uma coincidência ocorrida quando a filha de Jorge Amado, Paloma, juntamente com a Fundação Casa Jorge Amado, estava a trabalhar as cartas trocadas com José Saramago -- no âmbito da organização do acervo do pai, iniciada em 2015 -- e, em troca de mensagens com Pilar del Río, tomou conhecimento de que a Fundação José Saramago planeava também fazer um livro.

A organização e seleção de cartas, feita por Paloma Jorge Amado e Ricardo Viel, da Fundação José Saramago, só foi possível por Jorge Amado ter sido um "homem muito disciplinado e organizado, qualidades exacerbadas pelos anos de militância comunista", que, com "o advento das copiadoras", passou a reproduzir as cartas enviadas, conta a filha do brasileiro, na introdução do livro.

São cartas, bilhetes, cartões, faxes e mensagens várias, enviados ao longo dos anos, com troca de ideias sobre questões, tanto da vida íntima, como da conjuntura contemporânea, social e política, sobre a qual partilhavam a mesma visão comunista.

Várias mensagens são reveladoras do afeto entre os dois casais, uma das quais assinada por José e Pilar, na qual se referem ao "manjar supremo que é a amizade".

A saúde e a velhice também são amiúde referidas, e Jorge Amado escreve, em 1995, esperar que o trabalho ocupe os seus "dias de velhice -- velhice não é coisa que preste".

As cartas refletem também o anseio que os dois escritores partilhavam por receber prémios literários e a alegria que cada um deles sentia de saber que o outro o recebera.

Em julho de 1993, José Saramago escreve ao seu amigo, a propósito da atribuição do Prémio Camões a Rachel Queiroz, que não discute os méritos da premiada, mas não entende "como e porquê o júri ignora ostensivamente (quase apeteceria dizer: provocadoramente) a obra de Jorge Amado".

No ano seguinte, Jorge Amado receberia então o prémio, e José Saramago escreveria "finalmente o Camões para quem tão esplendidamente tem servido a língua dele!", acrescentando: "Será preciso dizer que nesta casa se sentiu como coisa nossa esse prémio?".

Mas a vez de Saramago chegou em 1995 e, em resposta às felicitações enviadas por Jorge Amado, o autor português confessou: "Em nenhum momento da vida, desde que o prémio existe, me passara pela cabeça que um dia poderiam dar-mo. Aí está ele, para alegria minha e dos meus amigos, e raiva de uns quantos 'colegas' que não querem admitir que eu existo...".

Também o Nobel era tema frequente e José Saramago chega a partilhar, numa missiva para Jorge Amado, em 1994, o desejo de que o prémio lhes fosse atribuído em conjunto, ideia que o escritor brasileiro recebeu com regozijo, considerando-a "magnífica", mas temendo que "os suecos da Academia" dividissem "o milhão entre Lobo Antunes e João Cabral".

No entanto, os anos passavam e o prémio não chegava para nenhum deles, levando José Saramago, em 1997, a escrever, em desabafo, a Jorge Amado, que os membros da Academia não gostam da língua portuguesa e que "não têm metro que chegue para medir a estatura de um escritor chamado Jorge Amado".

Nesse mesmo ano, a correspondência entre os dois cessou devido ao agravamento da saúde do coração e dos olhos de Jorge Amado, que foi perdendo a visão mais rapidamente do que se esperava, acabando por mergulhar numa profunda depressão, que o deixava dias inteiros deitado num cadeirão na sala, com os olhos fechados.

A 08 de outubro de 1998, Zélia sentou-se a seu lado e deu-lhe a notícia de que o "seu amigo José Saramago vinha de ganhar o Prémio Nobel", conta a filha.

"Como num passe de mágica, um milagre luso-sueco, Jorge pulou do cadeirão, chamou Paloma, pediu que se sentasse no computador, que ele iria ditar uma nota".

Foi a última carta. Brindou com champanhe, fez a festa com a mulher e a filha e "foi dormir contente". "No dia seguinte, não quis mais abrir os olhos".

Capa da edição "Companhia das Letras"

Apresentação da obra via Companhia das Letras (Brasil) aqui
"A amizade entre Jorge Amado e José Saramago teve início quando os dois já tinham idade mais avançada e consolidada carreira literária, porém o vínculo tardio não impediu que os escritores formassem um laço forte, estendido as suas companheiras, Zélia e Pilar. Este livro reúne a correspondência entre os dois mestres - e os dois casais, muitas vezes -, entre os anos de 1992 e 1998. São cartas, bilhetes, cartões e faxes com uma rica troca de ideias sobre questões tanto da vida íntima como da conjuntura contemporânea, sobretudo a cena literária. Eles debatem com humor sobre prêmios e associações de escritores, com especulações divertidas sobre quem seria, por exemplo, o próximo a ser contemplado com o Nobel ou o Camões. Com um projeto gráfico especial, ilustrado com facsímiles das missivas e belíssimas fotos do acervo pessoal dos autores, Com o mar por meio aproxima os leitores do universo particular dos dois amigos."







sexta-feira, 24 de novembro de 2017

"Tenor Joe Dan Harper Steals the Spotlight in LCCE’s Death and a Knight"

Apresentação da ópera baseada na obra de José Saramago "As Intermitências da Morte" pela Left Coast Chamber Ensemble de San Francisco EUA

"Tenor Joe Dan Harper Steals the Spotlight in LCCE’s Death and a Knight"
"SFCV San Francisco Classical Voice" de Rebecca Wishinia (7/11/2017)


"Soprano Nikki Einfeld and baritone Daniel Cilli in Death With Interruptions 
Credit: Maggie Beidelman"
"Last weekend, in its most ambitious program to date, Left Coast Chamber Ensemble mounted two chamber operas, both written within the last three years by Kurt Rohde.
Two new, good operas is a lot to ask of any composer, so it’s not disappointing that only one is enjoyable. Death With Interruptions, adapted from the José Saramago novel, has plenty of onstage help from some of the Bay Area’s best performers (including Volti Chorus), but fails to charm — and it tries, hard.
Like so many of Saramago’s stories, Deathhas a fantastical central conceit — a female Grim Reaper, who ultimately spares the life of her lover — that requires special care to come off. The book balances good writing with sufficiently large omissions, gaps to be perfectly filled in by the individual reader. But Rohde’s opera (finished in 2015 and revised this year) doesn’t have this advantage, and too much goes on, diluting any impact that might have been there. The music, though frequently changing, is forgettable, and redundant narration is especially irritating when the core characters are so tired." (...) 
"Bay Area vocal ensemble Volti San Francisco, cellist Leighton Fong, 
and baritone Daniel Cilli in Death With Interruptions 
Credit: Maggie Beidelman"

Link da Left Coast Chamber Ensemble

"Os purgantes de José Saramago" da jornalista Cristina Lai Men (TSF, 07/11/2017) no Colóquio Interdisciplinar sobre os provérbios em Tavira

"Os purgantes de José Saramago" 
Colóquio Interdisciplinar sobre os provérbios em Tavira
Cristina Lai Men, jornalista da TSF (07/11/2017)

Aqui via TSF com audio, 
em https://www.tsf.pt/sociedade/interior/os-purgantes-de-jose-saramago-8898935.html

"O Nobel português usava e abusava de provérbios que via como "fórmulas de sabedoria condensada para uso imediato e efeito rápido como os purgantes".

O professor Filipe Pires começou por analisar O Memorial do Convento, para as aulas em que a obra de José Saramago é de leitura obrigatória.

Foi com a história de Baltasar e Blimunda que Filipe se encantou pelo mundo dos provérbios que o Nobel português "usa à sua medida".

De acordo com o próprio Saramago, "sem a bengala dos provérbios não teria chegado a ser escritor".
Do Memorial do Convento aos Ensaios sobre a cegueira ou sobre a lucidez, A história do Cerco de Lisboa ou o Ano da Morte de Ricardo Reis, são mais que muitos os provérbios nos livros de Saramago.

Filipe Pires lembra como escrevia José Saramago: as palavras têm de puxar uma pelas outras. E puxar pela imaginação, reformulando, com sentido crítico ou sarcástico. "Com os pensamentos, todo o cuidado é pouco", alertava o Nobel português, que dizia também "não sou eu quem joga com as palavras, são elas que jogam comigo".

Ler também o post "Saramago começou a viver!" no blog "ESCREVER COM ALMA" do professor Filipe Pires
Aqui, em http://escrever-com-alma.blogspot.pt/2010/

"José de Sousa Saramago nasceu em Azinhaga, Golegã, em 1922. Faleceu em 2010 na ilha de Lanzarote. Filiado e militante activo do P.C.P. foi escritor, argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
Foi galardoado com o Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa. Saramago foi considerado o responsável pelo efectivo reconhecimento internacional da prosa em língua portuguesa.
A sua obra: «Memorial do convento» é a mais conhecida e faz parte do programa de estudos do 12º ano.
«“Com José Saramago”, diz Carlos Reis, desaparece não apenas um grande escritor português, mas sobretudo um enorme escritor universal”. No entanto, acrescenta, “fica connosco um universo: esse que Saramago criou, feito de uma visão subversiva da História e dos seus protagonistas, dos mitos estabelecidos e das imagens estereotipadas”.

Ainda que a sua obra “tenha a dimensão plurifacetada e sempre em renovação que é própria dos grandes escritores”, Carlos Reis arrisca “evocar, neste momento de comovida homenagem, alguns dos seus componentes mais fortes e expressivos”. Lembra que “o romancista que em 1980 publicava ‘Levantado do Chão’ – uma espécie de romance de iniciação que confirmava a aprendizagem representada em Manual de Pintura e Caligrafia – pagava uma espécie de tributo literário ao extinto neo-realismo, com o qual mantinha fortes laços de solidariedade ideológica e política”. Mas acrescenta que “logo depois, e na sequência do admirável ‘Memorial do Convento’, Saramago escreve e publica, entre outros ‘O Ano da Morte de Ricardo Reis’ (1984), ‘A Jangada de Pedra’ (1986) e ‘História do Cerco de Lisboa’ (1989)”. Isto, diz Carlos Reis, “significa que ‘Memorial do Convento’ não era um caso isolado, no que à inscrição da História na ficção diz respeito, e significa também que a tematização da História desencadeava inevitavelmente um jogo de variações e de modulações temáticas”.

Entre “os grandes temas que a ficção saramaguiana nos legou”, Reis assinala “a reflexão sobre Portugal e o seu destino (mau destino, para Saramago) de integração europeia, a problematização de mitos portugueses (o de Fernando Pessoa, por exemplo) em articulação com um tempo histórico tão bem identificado como o dos inícios do salazarismo, a revisão crítica e provocatória do Cristianismo, ou a reflexão em clave ficcional sobre as origens históricas e políticas de Portugal, de novo em incipiente “diálogo” com a Europa”.

Após os anos 80, “a mais fecunda década da escrita literária de Saramago, abre-se”, diz Reis, “um tempo de tematização de sentidos, de valores e de temas com um alcance universal”. E “é então, sobretudo, que o registo da alegoria entra decididamente na escrita literária de Saramago; e é por isso que romances como ‘Ensaio sobre a Cegueira’ ou ‘Todos os Nomes’ são e serão lidos como grandes romances da literatura universal”, afirma o ensaísta e professor universitário.

“Diz-se que José Saramago era um escritor polémico. É verdade. São polémicos os escritores que, com desassombro e com arrojada visão do futuro, interpelam os homens e os poderes do seu tempo”, diz ainda Reis, para concluir: “E é justamente quando o fazem, em conjugação com o impulso inovador que às suas obras incutem, que dizemos deles que são grandes escritores”. E Carlos Reis, que acabou há dias de escrever um prefácio para uma edição especial de “O Memorial do Convento”, ilustrada por João Abel Manta – o livro deverá ser lançado em Setembro pela editora Modo de Ler, não hesita em afirmar que “Saramago foi e será um grande escritor”.

O último crente

Para Eduardo Lourenço, Saramago foi, na sua história pessoal e de escritor, “o que de mais próximo tivemos da Gata Borralheira, uma gata borralheira rústica, que nasceu num berço pobre e chegou àquele trono de Estocolmo”. O prémio Nobel, diz, “foi importante para ele, mais foi-o também para o país, por ter sido o primeiro Nobel da Literatura português e porque as probabilidades de que venhamos a ter outro não são muitas”. No futuro, prevê, “a geração dele, que é também a minha, será a geração do Nobel”.
Recordando que o escritor não tinha muito apreço “pelo patético” e que “não gostaria de grandes efusões a título póstumo”, Lourenço considera que o que o romancista trouxe para a literatura foi uma “visão do mundo segundo José Saramago, uma espécie de evangelho segundo Saramago”.

Algo que o ensaísta define como “um diálogo profundo, ambíguo, extraordinário, entre a visão evangélica propriamente dita, na qual foi criado, e uma transformação dessa mensagem, da qual Saramago acreditava ter conservado a essência”. Embora a sua obra “parecesse uma coisa blasfema, ele foi de certo modo o último crente numa civilização que já não crê em nada”. É esse, diz, “o paradoxo da sua vida”.

Saramago, afirma, “imaginou uma arquitectura romanesca que é uma espécie de inversão de signo da tradição mais canónica das nossas letras, construiu um mundo ao revés, que era, para ele, o mundo às direitas, reviu a história de Portugal e da Península – a história dos árabes que poderíamos ter sido –, e reviu a história da modernidade numa espécie de apocalipse”.

Para Lourenço, a obra de Saramago “é incompreensível” se não se tiver em conta “a exposição” do autor”, enquanto “jovem autodidacta”, à Bíblia, que o escritor depois “transformou numa epopeia fantástica”.

Sublinhando que Sramago “não foi um neo-realista canónico”, Lourenço nota que a sua obra “acabou por dar ao neo-realismo uma espécie de glória fantástica”. O ensaísta lembra ainda que o escritor “partilhou a utopia” dos neo-realistas e que viveu o suficiente para “ver o seu fim, em termos históricos”. Mas assinala que este “não se resignou” e que o novo mundo, “embora triunfante, não o convenceu”. Daí que, argumenta, “lhe tenha oposto, numa espécie de vingança, um mundo às avessas”.
A título pessoal, Lourenço diz que, “um pouco paradoxalmente”, gosta em particular de “Todos os Nomes”, um “livro triste”, que considera “um dos grandes romances de amor da literatura portuguesa”. » In Público, 20 Junho 2010
Publicada por Luís Filipe Pires"

Visita à delegação da Fundação José Saramago na Azinhaga (Golegã)

Delegação de Azinhaga da Fundação José Saramago
Os presentes dados podem ser consultados na página da FJS, aqui

Largo das Divisões
Azinhaga
2150-008 Golegã
azinhaga@josesaramago.org
Tel. ( 351) 249 957 032

Horário de  funcionamento
Horário de Inverno: De 3.ª a sábado, das  10 às 13 horas e das 15 às 18 horas

Horário de Verão: De 3.ª a sábado, das  10 às 13 horas e das 15 às 19 horas
Entrada gratuita

Como chegar à Azinhaga, de carro
1. Na A1, ir pela saída nº 6 em direção a Torres Novas.
2. 1,5km depois, sair em direção Torres Novas / Porto de Mós, entrando na N3.
3. Na N3 seguir as indicações de Torres Novas.
4. Cerca de 4,5km depois, passagem por Póvoa de Santarém.
5. Cerca de 3,5km depois, ir pela saída para Alcanhões, entrando na N365 a seguir até ao destino final.
6. 2km depois, em Alcanhões, virar à esquerda em direção a Golegã.
7. 400m depois, virar à direita em direção a Golegã / Pombalinho / Vale de Figueira.
8. Cerca de 3,5km depois, em Vale Figueira, virar à esquerda em direção a Golegã.
9. 700m depois, virar à direita em direção a Pombalinho / Golegã.
10. Cerca de 7,8km depois, no Pombalinho, virar à direita em direção a Golegã
11. 200m depois, virar à esquerda em direção a Golegã.
12. Cerca de 2km depois, chegada ao destino: Azinhaga.

Tempo estimativo de Lisboa → Azinhaga: cerca de 70 minutos.
How to arrive to Azinhaga by car
1. Take the high-way A1, take exit no. 6 to Torres Novas.
2. 1,5km (0,93206mi) after, take the direction Torres Novas / Porto de Mós, in the main road N3.
3. In N3 follow the direction to Torres Novas.
4. About 4,5km (2,7962mi) after, you’ll find Póvoa de Santarém.
5. About 3,5km (2,1748mi) after, take the exit to Alcanhões, in the side road N365 to be followed till the final destination.
6. 2km (1,2428mi) after, at Alcanhões, turn left to Golegã.
7. 400m (0,248mi) after, turn right to Golegã / Pombalinho / Vale de Figueira.
8. About 3,5km (2,1748mi) after, at Vale Figueira, turn left to Golegã.
9. 700m (0,435mi) after, turn righ to Pombalinho / Golegã.
10. About 7,8km (4,846mi) after, at Pombalinho, turn right to Golegã
11. 200m (0,124mi) after, turn left to Golegã.
12. About 2km (1,2428mi) after, arrival to final destination: Azinhaga.

Estimate time Lisboa → Azinhaga: about 70 minutes.

 

 




















(Créditos fotografias: Helena Mesquita, 24/11/2017)

II Jornadas Internacionais José Saramago da Universidade de Vigo (Casa das Campás - Pontevedra, 4 e 5 de dezembro de 2017)

Cartaz alusivo ao evento
"Saramago nos 300 anos do Convento: Comunicação, Arte e Política"

Aqui mais informações via,

"A segunda edição das Jornadas Internacionais José Saramago da Universidade de Vigo, organizadas anualmente pela I Cátedra Internacional José Saramago, realiza-se na Casa das Campás, em Pontevedra, nos dias 4 e 5 de dezembro de 2017. 

As atividades destinam-se a especialistas de várias áreas do conhecimento, aos alunos da Universidade de Vigo e ao público em geral. Os estudantes das áreas de Filologia Galega e Portuguesa, Belas-Artes, Ciências Sociais e Comunicação da Universidade de Vigo estão diretamente envolvidos nestas Jornadas: colaboram na organização, apresentam comunicações e participam nos debates. 

Há, portanto, nestas Jornadas, uma aspiração simultaneamente académica, interdisciplinar, didática e de divulgação do pensamento ético e da ação político-cultural de José Saramago. As II Jornadas Internacionais José Saramago da Universidade de Vigo dedicam uma atenção especial quer ao tricentenário do Convento de Mafra, quer aos trinta e cinco anos da primeira edição do romance de Saramago Memorial do Convento (1982), mas também aos 30 anos da edição de O Ano de 1993, ilustrada por Graça Morais. Abordam-se também temas relacionados com os videojogos, poesia política, feminismo, arte e cinema, com o propósito de demonstrar o alcance e a pluralidade da obra saramaguiana. 

Estas Jornadas cumprem com o principal objetivo da I Cátedra Internacional José Saramago (CJS) da Universidade de Vigo, que é o estudo e a difusão da obra e do pensamento do autor de Memorial do Convento, Prémio Nobel da Literatura em 1998. Ao mesmo tempo, estas Jornadas centram-se nos três principais eixos da ação universitária que guiam a I Cátedra Internacional José Saramago: ensino, investigação e atividades de extensão. 

As seguintes palavras de José Saramago, ditas em 1987, resumem bem o espírito e o intuito destas II Jornadas José Saramago da Universidade de Vigo, que visam contribuir para a divulgação da obra de Saramago junto do público galego (e não só): 

O ser humano não deve contentar-se com o papel do observador. 
Tem responsabilidade perante o mundo, tem de actuar, intervir

Burghard Baltrusch e Carlos Nogueira 
(Comité executivo da CJS-UVigo)"

Casa das Campás  
Salão em Pontevedra, Espanha
Endereço: Rúa Don Filiberto, 9, 36002 Pontevedra, Espanha
Telefone: +34 986 80 20 80
Província: Pontevedra


quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Fliaraxá - Festival Literário de Araxá (Brasil) com enorme destaque para José Saramago


Todas as informações sobre o evento realizado, aqui

"Festival Literário de Araxá

Realizado pelo Ministério da Cultura e Circuito Cultural CBMM, por intermédio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o Fliaraxá – Festival Literário de Araxá – chega à 6ª edição em 2017. Focado no tema: “Língua, Leitura e Utopia”, o Festival traz para o circuito mineiro de literatura vários autores de renome nacional e internacional, inclusive escritores da literatura lusófona, para discutir leitura, literatura e educação para crianças, jovens e adultos.

Para 2017, o Fliaraxá mantém o objetivo de contemplar uma programação que espelhe a vocação cultural e artística dos araxaenses, despertando em crianças e jovens o interesse pelos livros e o prazer pela leitura. O evento conta com oficinas, lançamento de livros, sessão de autógrafos, teatro, painéis, saraus, contação de histórias, música, exposição e a grande novidade: o “Diálogos em Espiral”, que pretende desconstruir o velho modelo de debates e mesas, onde o público interage com os autores com mais dinamismo.
O 6º Festival Literário de Araxá acontece de 15 a 19 de novembro de 2017."



"SARAMAGO O patrono desta edição será o português José Saramago (in memoriam), Prêmio Nobel de Literatura em 1998. “Teremos uma exposição do livro O lagarto, do Saramago, ilustrada pelo gravurista e cordelista pernambucano J. Borges. Ela faz parte da mostra Saramago Criança, projeto educativo que está sendo produzido pela comunidade estudantil de Araxá”, diz Borges, observando que “essa programação com escolas da cidade e voltada ao público infantojuvenil faz parte do Fliaraxá desde o começo e contribuiu bastante para a formação de leitores”."

Aqui nota de notícia, em


quinta-feira, 9 de novembro de 2017

"Dias do Desassossego'17 16-30 Nov. - Pessoa e Saramago nas ruas de Lisboa"

Cartaz de apresentação da edição 2017

Apresentação da edição dos Dias do Desassossego, via Fundação José Saramago aqui,

"Duas datas, duas casas, dois escritores: de 16 e 30 de Novembro, a Casa Fernando Pessoa e a Fundação José Saramago novamente juntam forças e programam em conjunto mais uma edição dos Dias do Desassossego.

O programa, que arranca na quinta-feira 16 de novembro, aniversário de José Saramago, com uma performance de André e. Teodósio/Teatro Praga, Rafael Esteves Martins e Ana Ribeiro comemorativa dos 35 anos do Memorial do Convento, encerra-se a 30 de novembro com um espetáculo inédito de Ana Deus e Luca Argel concebido especialmente para assinalar os 82 anos da morte do poeta e os 24 anos de existência da Casa Fernando Pessoa.

Pelo caminho, durante duas semanas, os Dias do Desassossego estarão pelas ruas, teatros, casas e muros da cidade de Lisboa. Leituras, conversas, música, oficinas, passeios literários e arte urbana unem as duas casas de escritores numa iniciativa que parte dos livros, da leitura e os seus efeitos, para promover encontros.

A programação completa destes Dias do Desassossego’17 pode ser consultada abaixo e também no site www.diasdodesassossego.org. "