Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Saramago e a temática do "voto em branco" 22 de Abril de 1975 até 2004


Caminho
Os Apontamentos - Crónicas políticas
2.ª Edição - Abril 1990

O branco em discussão
22 de Abril de 1975

Este branco que se discute não é o vinho a que esse nome damos, nem é já (felizmente) o português que por terras coloniais andava como colonizador e opressor. O motivo da polémica que, em todos os tons, lavra de Norte a Sul do País é o denominado voto em branco. Dizem uns (di-lo também a Comissão Nacional de Eleições) que o voto em branco é a resposta cívica daqueles eleitores que, conscientes do seu dever de votar, estão igualmente conscientes de que o esclarecimento político colhido ao longo deste ano não foi, afinal, tão claro como todos desejaríamos. Replicam outros que aconselhar o voto em branco (naquele caso) é pouco menos que insultar o eleitor, e que os 365 dias decorridos foram bastantes e sobejantes para que um povo que nunca exerceu a política se transformasse em perspicaz aferidor destes nada menos que doze partidos concorrentes.
Se traçássemos um risco vertical na página e escrevêssemos de um lado e do outro, isto é, à esquerda e à direita, os partidos, grupos e movimentos que preconizam ou não o voto em branco para o eleitor indeciso, veríamos que, com pouquíssimas excepções, a distribuição se faria segundo (precisamente) a tradicional divisão entre direita e esquerda, englobando a primeira o centro, como na prática política é uso acontecer. Aliás, ao longo destas últimas semanas não houve quem não dissesse o que pensava sobre o assunto, com maior ou menor sobriedade e em alguns casos com tanta exaltação que faz pensar serem mais importantes, no  entendimento de alguns, os votos em branco do que os assinalados com a cruzinha recomendada.
Quanto a nós, toda esta questão assenta num equívoco propositado e que propositadamente se disfarça. Tudo se resume à contabilidade dos votos, à cegueira, à obsessão de querer ter mais votos do que o vizinho, parceiro ou inimigo, mesmo que isso se consiga à custa das angústias do eleitor inseguro, muitas centenas de milhares de vezes analfabeto, no interior da guarita e perante um papel impresso que é, para tanta gente, uma charada indecifrável. Em tudo se admite que uma pessoa interrogada responda «não sei», e isto é honesto e respeitável. Mas, quando se trata de votar, há quem pense que esta resposta não deveria ser permitida... Provavelmente, esse tão categórico cidadão ficaria indignado se, procurando orientar-se em lugar desconhecido, recebesse uma indicação de acaso da parte de alguém que não tivesse a coragem ou a simples honradez de dizer «não sei»... Não faltariam aí protestos contra a falta de civismo do mau encaminhador.
É preciso que fique esclarecido que o voto em branco ou inutilizado com um traço também é voto. É voto que deve merecer tanto respeito como aquele que se exprime firmemente por uma opção partidária. O voto em branco é o voto de quem não sabe e o afirma. O voto em branco é uma forma de protestar contra quarenta e oito anos de fascismo que, eles sim, são os verdadeiros responsáveis por esta discussão tão pouco clara, em que se procura pescar votos como em águas turvas se pescam peixes cegos...


É deveras interessante, observar e interpretar o contexto em que uma crónica, realizada em condições num país em urgência civil, acabado de sair de meio século de fascismo, que dominou um povo pobre e com recursos de todas as ordens nada abundantes.
Este povo, saído da guerra colonial e do abismo fascista, acorda num outro abismo. Decidir autonomamente, por si e para os seus, com todas as vicissitudes que os supostos novos ventos de liberdade e democracia poderiam trazer.
Nesta crónica, realço a interpretação do que era aos olhos de Saramago o valor do voto em branco. Tão legitimo como o voto partidário ou o nulo, este será também a expressão de um sinal ou sentimento - «O voto em branco é o voto de quem não sabe e o afirma.» 
O "Ensaio sobre a Lucidez", aborda o mesmo voto em branco. 30 anos depois, da crónica publicada no Diário de Notícias, e compilada no livro de Crónicas Políticas - Os Apontamentos, o romance transmite uma outra perspectiva do acto - Ir, votar, mas de forma supostamente diferente, não previsível.
Aqui, colectivamente, o povo de uma capital decide votar maioritariamente em branco. Não é o "Eu", que pode querer votar como um acto de democracia e de direitos conquistados, mas o "Povo", como entidade colectiva que toma uma atitude contra o sistema instituído. 
Em "O Ensaio sobre a Lucidez", a história mostrará o acto colectivo (do povo), que o confirma em novo acto eleitoral, e um Governos com as suas estruturas de decisão que julgam, tal qual um tribunal de costumes, abandonar a capital e deixar a população à sua mercê.
Esta população que votou em consciência, abandona e liberta-se do sistema de poder instituído, ao permanecer na capital. A fuga dos governantes torna-se no momento épico das consequências do voto em branco.


Caminho - 2004 - 2.ª edição
Informação à obra, no sita da Fundação José Saramago - Bibliografia activa - aqui http://www.josesaramago.org/ensaio-sobre-lucidez-2004/

Num país indeterminado decorre, com toda a normalidade, um processo eleitoral. No final do dia, contados os votos, verifica-se que na capital cerca de 70% dos eleitores votaram branco. Repetidas as eleições no domingo seguinte, o número de votos brancos ultrapassa os 80%. Receoso e desconfiado, o governo, em vez de se interrogar sobre os motivos que terão os eleitores para votar branco, decide desencadear uma vasta operação policial para descobrir qual o foco infeccioso que está a minar a sua base política e eliminá-lo. E é assim que se desencadeia um processo de ruptura violenta entre o poder político e o povo, cujos interesses aquele deve supostamente servir e não afrontar.Ensaio sobre a Lucidez, o romance mais recente de José Saramago, constitui uma representação realista e dramática da grande questão das democracias no mundo de hoje: serão elas verdadeiramente democráticas? Representarão nelas os cidadãos, os eleitores, um papel real, e não apenas meramente formal?

José Saramago e a temática da morte com uma referência a Célest Albaret "Monsieur Proust"



A morte.
O encontro com a morte.
O sentido da morte e como a enfrentar... sabendo que não é possível vencê-la.

Esta é uma pequena reflexão deixada, como legado para o futuro, para a interpretação da sua visão da morte.
"As Intermitências da Morte" é lançado por altura desta entrevista, de onde o fio da obra percorre a várias velocidades e tempos, circula desde... "e no dia seguinte ninguém morreu", até à morte que se deita e ama o Violoncelista...

Mas Saramago deixa a sua visão sobre este assunto (uma das...)

Revista Visão
3 de Novembro de 2005
José Carlos de Vasconcelos

(...) Não falo da energia ou rebeldia que esteja no livro, falo da que posso reconhecer em mim próprio. Dá-me muita alegria ter podido escrevê-lo já não com 81, mas quase 83 anos. O que exige um certo tipo de juventude (não digo juventude, essa não volta) e uma certa atitude mental perante a vida, já tão perto da morte...

Uma atitude diferente perante a vida e perante a morte.
Sim, sim. Eu passei pelo medo da morte entre os 17/18 anos, uma coisa terrível. Não talvez medo da morte, mas a consciência de poder morrer. Ia na rua e, de repente, parava como que fulminado por essa ideia: terás de morrer. Ficava frio.

O que é que te despertou? Estiveste numa daquelas situações de que se diz ter visto a morte à frente?
Não sei. Foi uma coisa da adolescência. Passou e nunca mais voltou. Tive situações complicadas, mas nunca, até hoje, vi a morte à frente.

Pode, como no romance, ter estado a teu lado sem dares por ela...
Isso sim. Nós viajamos com a nossa própria morte, se é que não a levamos dentro. E, curiosamente, quando estava a escrever este romance, li o livro de Céleste Albaret, Monsieur Proust, no qual refere que quando ele já estava muito doente dizia que tinha visto no quarto uma mulher gorda vestida de preto. E por falar em Proust, o meu título é muito proustiano, porque em À la recherche du temps perdu fala-se das «intermitências do amor». O título apareceu-me autonomamente, logo no princípio do livro, mas há uma ligação óbvia, através de um eco longínquo, embora quando ele me surgiu eu não tivesse consciência disso. (fim da entrevista)



Céleste Albaret, née sous le nom Augustine Célestine Gineste le 17 mai 1891 à Auxillac (Lozère) et décédée le 25 avril 1984 à Montfort-l'Amaury, était la servante dévouée de Marcel Proust.
Le 28 mars 1913, Céleste Gineste épouse Odilon Albaret, chauffeur de taxi dont Marcel Proust est un client régulier. En 1914, par l'entremise de son mari, elle devient la toute jeune servante de l'écrivain.
Accompagnant ses horaires étranges, ses lubies vestimentaires, alimentaires et sociales, son épuisement physique, elle lui reste fidèle jusqu'à sa mort, en 1922.
Dans l'après-guerre, Proust vit de plus en plus reclus. À sa manière, Céleste participe, en rédigeant sous sa dictée, en rassemblant et vérifiant ses informations, en assurant une part de ses contacts avec le monde extérieur ou en lui inspirant certains traits de caractère, à l'achèvement de son œuvre romanesque.
À la mort de Proust, Céleste ouvre avec son mari l'hôtel Alsace Lorraine, rebaptisé hôtel La Perle, situé 14, rue des Canettes, dans le VIe arrondissement de Paris, puis elle est chargée, de 1954 à 1970, de la garde du Belvédère, la maison de Maurice Ravel à Montfort-l'Amaury. Oubliée de tous, elle survit à la quasi-totalité des personnages célèbres qui, grâce à Proust, avaient entouré sa jeunesse. Elle est « redécouverte » dans les années 1960, notamment par Roger Stéphane, à l'occasion de l'émission Marcel Proust, portrait-souvenir (1962), et par le célèbre collectionneur et bibliophile Jacques Guérin. Sur les conseils de celui-ci, elle livre ses souvenirs, qui sont mis en forme dans Monsieur Proust1. À la même époque, elle vend à Jacques Guérin plusieurs ouvrages que Proust lui avait offerts et qui figurent aujourd'hui parmi les trésors les plus recherchés des bibliophiles français.
Par son dévouement à l'homme et par son respect pour le créateur, Céleste Albaret est considérée comme le modèle des auxiliaires de l'écrivain. Peu avant sa mort d'ailleurs, en hommage à une personnalité qui a participé intimement à l'histoire de la littérature et qui a grandement contribué à la préservation de ses textes, Céleste Albaret est faite commandeur de l'ordre des Arts et des Lettres.
Dans sa Recherche du temps perdu, Marcel Proust a immortalisé sa gouvernante sous le nom de Françoise. Dans Sodome et Gomorrhe, un personnage porte le nom de Céleste Albaret.



"Clarín" - entrevista a Presidenta Pilar del Río sobre a obra ‎Alabardas‬ Alabardas Espingardas Espingardas



Aqui link para o jornal argentino Clarín e para a respectiva entrevista
http://www.clarin.com/
http://www.revistaenie.clarin.com/ (Revista Cultura)
http://www.revistaenie.clarin.com/literatura/Jose_Saramago-armas-conciencia_0_1240675940.html

José Saramago: las armas de la conciencia
Entrevista. Pilar del Río, viuda del escritor, presenta “Alabardas”, la novela Sobre el poder, en la que Saramago trabajaba al morir, y que acaba de editarse.
Por Patricia Kolesnicov



Es posible, quién sabe, que quizá pueda escribir otro libro” escribe, en su casa, en su escritorio, en el lugar donde ya ha escrito tanto, un hombre que está grande y que es, que ya hace mucho que es José Saramago. Es el 15 de agosto de 2009.

“Una antigua preocupación (por qué nunca se ha producido una huelga en una fábrica de armas) ha dado paso a una idea complementaria que, precisamente, permitirá el tratamiento novelado del asunto”, dice. El libro trata de un empleado de una fábrica de armas y su mujer, que es pacifista y lo dejó por eso, porque no puede convivir con un hombre que presta mansamente su inteligencia a la industria de los fusiles y los cañones.

“El libro, si llega a ser escrito, se titulará Belona , que es el nombre de la diosa romana de la guerra”. El hombre, Saramago llegó a escribir tres capítulos pero sabemos –por las notas del escritor– cómo iba a terminar: “con un sonoro ‘vete a la mierda’ proferido por ella”. El libro, con esa novela inconclusa, sale en estos días. Se llama Alabardas : el 2 de febrero de 2010, el escritor había decidido que el título fuera– “Alabardas, alabardas, espingardas, espingardas”. Alabardas y espingardas son armas antiguas. “Alabardas, alabardas, Espingardas, espingardas” es un verso de Gil Vicente, un dramaturgo portugués que vivió entre 1465 y 1536.

En realidad, Alabardas no trae sólo el texto de Saramago. Además están sus notas de trabajo, un artículo del ensayista Fernando Gómez Aguilera y otro, conmovedor, de Roberto Saviano, donde dice cosas como “Tocar un arma es una experiencia que todo el mundo debería vivir. Todos deberían recorrer sus estrías con los dedos, sopesar el cargador, vacío primero y después relleno de proyectiles. De lo contrario, sólo te queda la fascinación o la repugnancia. Lo que hace falta es el conocimiento. ¿Cuánto pesa la muerte?” .

Aunque deje gusto a poco, Alabardas es un Saramago auténtico, la respiración del portugués vibra en esas páginas inconclusas. Quien lo ha escuchado hablar hasta oirá su voz.

Quien quizá sepa algo más de este texto, de qué quería con él Saramago, de qué planes tenía es su mujer, Pilar del Río. Es ella quien responde.

–¿Saramago le había hablado antes de este libro?

–Habló mucho de ese libro, por ejemplo, en las sesiones de presentación de Caín tanto en Portugal como en España. También anunció que tras ese libro, que nunca sería muy extenso, no volvería a escribir. Si tenía vida, quería leer.

–¿Qué era lo que quería contar?

–La responsabilidad personal, la estúpida complicidad con el mal de quien viendo no ve, como ese honesto funcionario que es cómplice del mal absoluto que es la guerra aunque no haya disparado un solo tiro. Como lo somos tantas veces cuando miramos para otro lado como autómatas.

–¿Qué lo motivó?

–Era un escritor y su respuesta ante lo que lo motivaba era escribir. Haber leído que cayó una bomba en la Guerra Civil de España que al llegar al suelo simplemente se abrió en dos mitades y dentro había un papel que decía, en portugués, “Esta bomba no explotará” le causó una impresión enorme. Y le hizo pensar en la gente que trabaja en las fábricas de armas. Ahí nació la novela.

–¿Qué tuvo que ver con la realidad que se vivía en ese momento?

–Lo que hacemos siempre tiene que ver con el momento en que vivimos, lo que pasa es que la ceguera que José Saramago viene contándonos literariamente se empecina en ser cada vez más densa. Se dice que la literatura de José Saramago anticipa algunas situaciones que nos afligen, pero en el fondo parece que, como civilización, o civilizaciones, no queremos ser lúcidos.

–Como en “Ensayo sobre la lucidez”, aquí parece poner la confianza en el comportamiento individual. En aquel caso, votar en blanco. En este, el obrero que desactiva la bomba. ¿Ese era el planteo político? ¿Un planteo más ético que, por ejemplo, de clase?

–Saramago hacía literatura, no ensayo, aunque es verdad que decía que los libros tienen que ser como un mazazo en nuestras conciencias. En su obra hay una reflexión sobre el poder y sobre la responsabilidad. El no dice lo que hay que hacer, sólo escribe usando la razón y la ética, que son dos instrumentos que deberían definirnos a los humanos. No hay planteamientos de clase, hay sí un personaje como Blimunda que recoge voluntades para que una pasarola pueda volar. O hay gente que sin ponerse de acuerdo sale a votar una tarde de lluvia y vota en blanco, contrarrestando la ceguera blanca de Ensayo sobre la ceguera y demostrando que las malas praxis de gobierno no son inevitables, que hay formas de decir “No”, la palabra más necesaria, como tantas veces nos decía.

–¿Por qué decidió publicar un material tan corto e inconcluso?

–El material no está inconcluso, esos capítulos están acabados, lo que no quedó acabada fue la novela. Pero los lectores tenían derecho a saber qué ocupaba a su autor cuando le llegó la muerte. Y con las notas que él siempre tenía.

–¿Qué aporta Saviano?

–Roberto Saviano conoce como pocos el horror de la violencia y de las armas, consideramos que estaba muy bien situado para entender la exigencia ética que es este libro. Y lo hizo con una enorme sensibilidad.

–¿Y Günter Grass? ¿Qué aporta?

–Quisimos que este libro fuera, además de los textos de José Saramago, un hecho moral. Y aquí Grass, con su antibelicismo militante, era fundamental.

–¿Saramago escribía este texto como un testamento?

–Saramago se sabía amenazado de muerte cuando se puso a escribir esta novela, pero, como dijo tantas veces, no se quería morir sin haberlo dicho todo. “Todo” eran sus dos útimos libros: Caín y el poder religioso, Alabardas y el poder de las armas, tantas veces usadas para imponer la religión... Y en medio, los seres humanos, pobres diablos sometidos a tantas coacciones, miedos, arbitrariedades y controles. La religión en la conciencia individual, el poder civil, con las armas, en la sociedad. ¿Y la libertad? Aquí los cínicos dan una carcajada. Y así seguimos, entre miserias de todo tipo, matando o muriendo de necesidad en un tiempo que está preparado para resolver conflictos y necesidades. En fin, José Saramago cumplió su parte, es lo mejor que se puede decir de una persona, ¿verdad?

Interesse pela Astrofísica - Referência a David Christian

No compêndio de entrevistas realizadas por José Carlos de Vasconcelos, tal como em outros bastantes exemplos, muitas questões são deixadas em aberto. O caminho e evolução da sociedade. O homem que influi na sociedade através das suas dúvidas e questões. As fantasias dos dogmas das religiões. E fundamentalmente, a pergunta que aqui deixo neste pequeno trecho da entrevista - Quem diabo somos nós?
Este gosto pela Astrofísica, em forma aqui de confidência, mais do que enquadrar-se nas constantes interrogações de José Saramago, é uma extensão de si próprio - procurar respostas para..., e mesmo que não sejam encontradas (as respostas), que o individuo possa através dos tempos procurá-las e acima de tudo sempre questionar.




Revista Visão
3 de Novembro de 2005
José Carlos de Vasconcelos

(...)
Mas há outras perguntas... Alias, revelaste-me que te interessas cada vez mais pela Astrofísica.
Há desde logo outra pergunta: onde é que estamos no Universo? Já é possível desenhá-lo, sobretudo desenhar a nossa galáxia, já se sabe mais ou menos onde se encontra o centro de mil milhões de estrelas que a compõem e onde está o nosso sistema solar, a 20 milhões de anos-luz do centro da galáxia. Tenho aqui este livro do David Christian, Mapas do Tempo, que é uma obra notável (como a História de um Átomo), começamos a ter ideias, mas mesmo que amanhã encontremos uma explicação definitiva para a formação do Universo, enquanto tivermos um cérebro as certezas serão sempre poucas. E a pergunta manter-se-á: quem diabo somos nós? (...)




http://www.ted.com
Backed by stunning illustrations, David Christian narrates a complete history of the universe, from the Big Bang to the Internet, in a riveting 18 minutes. This is "Big History": an enlightening, wide-angle look at complexity, life and humanity, set against our slim share of the cosmic timeline.

http://www.ted.com/talks/david_christian_big_history