Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Citador #40 Pessoa e Ricardo Reis no final da obra "O Ano da Morte de Ricardo Reis" - Caminho, 11.ª edição Página 407

Citador #40
Pessoa e Ricardo Reis no final da obra "O Ano da Morte de Ricardo Reis"
Caminho, 11.ª edição
Página 407

Frame do registo filmado da apresentação do livro "O Ano da Morte de Ricardo Reis",
 no café Martinho da Arcada - Lisboa, produzido e realizado pela 
Direcção Geral de Acção Cultural / Divisão de Audiovisuais.
José Saramago em 1987



"Saíram de casa, Fernando Pessoa ainda observou, Você não trouxe chapéu, Melhor da que eu sabe que não se usa lá. Estavam no passeio do jardim, olhavam as luzes pálidas do rio, a sombra ameaçadora dos montes. Então vamos, disse Fernando Pessoa, Vamos, disse Ricardo Reis. O Adamastor não se voltou para ver, parecia-lhe que desta vez ia ser capaz de dar o grande grito. Aqui, onde o mar se acabou e a terra espera."