Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Site LiteraturaBR dá destaque à "Revista de Estudos Saramaguianos"

O site "Literatura BR", dá um amplo destaque à "Revista de Estudos Saramaguianos", apresentada no passado dia 15 de Novembro de 2014, na sede da Fundação José Saramago, num evento com palestra de Pedro Fernandes e Carlos Reis

Aqui o link, do destaque dado pela Fundação José Saramago, em http://www.josesaramago.org/nasce-revista-academica-de-estudos-saramaguianos/


"O que é a REVISTA DE ESTUDOS SARAMAGUIANOS

É notável que desde o final dos anos 1980 a produção acadêmica em torno da obra de José Saramago, até então quase inexistente, tem se avolumado numa proporção sem limite calculável. Entretanto, uma rápida busca nos arquivos de universidades, em revistas acadêmicas, em eventos organizados, nos coloca sempre diante de uma quantidade surpreende de estudos e abordagens diversos.

A REVISTA DE ESTUDOS SARAMAGUIANOS quer, assim ser um espaço em torno desse interesse em manter vivo o legado construído pela literatura saramaguiana; trata-se de uma revista acadêmica, com tiragem semestral, gratuita e eletrônica cuja proposta é a publicação de ensaios, documentos e recensões críticas que tenham como escopo a obra de José Saramago. Seu objetivo é o de fortalecer os estudos, intercambiar pesquisas e dar a conhecer as diversas possibilidades de leituras em torno da obra do escritor português.

A primeira edição teve uma tiragem impressa pela Editora Patuá apresentada em dois volumes distintos: um em língua portuguesa e outro em língua espanhola, as duas línguas em que circularão os textos publicados na revista.

A parceria editorial é dada entre investigadores da obra de José Saramago de Brasil, representado pelo professor Pedro Fernandes (mentor da ideia), Argentina, pelo professor Miguel Koleff e Portugal, pela Fundação José Saramago.


De onde vem a ideia de sua criação

A ideia não nasceu ao acaso e nem se construiu sozinha. Ela é esforço de uma coletividade. A proposta que começou a ser costurada pelo professor Pedro Fernandes na noite de vigília quando lhe veio, de fato, a consciência da partida Saramago naquele 18 de junho de 2010 e lembra ser este também um produto do “que assumiu de si para com os livros do escritor português que estavam à sua frente naquela ocasião”; “a profissão de fé”, segundo ele próprio chama foi “baseada tarefa de todo crítico, que é a de dar a conhecer, pela via mais simples, o esforço de outros homens cujo desejo é sempre o de dizer sobre eles e o mundo onde estão”.

Ele e Miguel Koleff, editores da ideia, compreendem e desenvolvem no texto de apresentação da primeira edição para a REVISTA DE ESTUDOS SARAMAGUIANOS que “a tarefa de todo estudioso da literatura é irmanar-se com a obra não para catar louros de glória, mas para continuar a exercer as revisões sempre necessárias, hoje mais que sempre, de um extenso, ardoroso e mais complexo itinerário, o de humanização – esse que vimos construindo entre erros e acertos desde quando assumimos a consciência sobre o mundo e demos por inaugurado o império da razão”.

Pedro Fernandes é pesquisador da obra de José Saramago desde o curso de Licenciatura em Letras, quando conheceu o trabalho do escritor português através da leitura de O evangelho segundo Jesus Cristo. Tem quase oito anos que se dedica a investigação da literatura saramaguiana. Autor da ideia confessou-a ao professor Miguel Koleff, também há muito um leitor e dedicado estudioso da obra de Saramago, com organização de trabalhos de ampla significação para a fortuna crítica do escritor como o Diccionario de Personajes Saramguianos e a coleção Apuntes Saramaguianos a partir de um grupo de pesquisa dedicado à obra do Prêmio Nobel. Juntos, a ideia foi levada ao encontro de Pilar del Río, quem, desde que tomou contato mais concreto com a proposta, em novembro de 2013, se manteve atenta ao andamento da edição ora publicada e abriu, como presidenta da Fundação José Saramago,  todo apoio com tudo que estivesse ao seu alcance.

Dados sobre a primeira edição

A REVISTA teve uma primeira apresentação no âmbito de abertura pelas celebrações do Dia do Desassossego, data pensada pela Fundação José Saramago, que este ano integra a lembrança pelo 92º aniversário do escritor. A edição reúne ensaios de pesquisadores de Brasil, Portugal e Argentina. Cada autor, à sua maneira, abre-se para algum elemento da obra literária saramaguiana, de modo a elucidar o itinerário multifacetado como é o da literatura de Saramago. Aí estão textos de Ana Paula Arnaut, Carlos Reis, Teresa Cristina Cerdeira, Conceição Flores,
Fabiana Takahashi, Salma Ferraz, Miguel Koleff, Maria Victoria Ferrara,
Pedro Fernandes e Lílian Lopondo.

Boa parte dos nomes que escrevem para esta primeira edição integra como corpo científico para a REVISTA composto ainda por professores e pesquisadores de várias instituições brasileiras, portuguesas e estrangeiras (conforme se pode ler no próximo item). Esta edição, portanto, apresenta-se com nomes de convidados, a demarcarem um ponto de partida. A edição por vir deverá manter essa estrutura até que o periódico ganhe a projeção para a recepção voluntária de ensaios e recensões críticas.

Os dois volumes reúnem ainda imagens de José Saramago do período de escrita de Claraboia, fac-similar de páginas de Claraboia e de materiais para a escrita de O ano da morte de Ricardo Reis. O volume em língua portuguesa, além desses arquivos, recebe um conjunto inédito de telas da exposição “O feminino na escrita de José Saramago”, produzida pela artista plástica Lena Gal a partir da obra de Saramago e do livro de Pedro Fernandes, Retratos para a construção do feminino na prosa de José Saramago.

Informações

Site: http://www.estudossaramaguianos.com/
Facebook: https://www.facebook.com/saramaguianos/
Twitter: @saramaguianos

http://www.literaturabr.com/2014/12/revista-de-estudos-saramaguianos.html


"Claraboia" uma nova vida depois de esquecido...

cla·ra·bói·a |clà| 
substantivo feminino
1. Parte envidraçada de um telhado para entrar claridade.Ver imagem
2. Fresta ou óculo numa parede para passagem da claridade ou do ar.
3. Poço para ventilação de mina, túnel, etc.

"claraboia", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/claraboia 



"Skylight" de José Saramago
Traduzido por Margaret Jull Costa
Editora, Houghton Mifflin Harcourt, 299 páginas



No site www.bustle.com, é apresentada uma elogiosa critica ao livro "Skylight" - tradução do original "Claraboia", obra datada de 1953. 
A "Claraboia", fica marcado pelo seu "tardio nascimento", publicada a titulo póstumo - em 2011, contrapondo, com a data da realização, em 1953. 
Após a publicação de "Terra do Pecado" em 1947, que inicialmente foi apresentado ao editor com o titulo "A Viúva"; esta segunda obra ficou marcada pelo silêncio da editora, perdido o rasto... esquicida, supostamente para sempre. 
Sob o nome de "Honorato", pseudónimo de José Saramago, terá sido entregue por um amigo, que tentou a sua publicação, através de conhecidos, na editora ENP (Empresa Nacional de Publicidade), de onde, mergulhado num silêncio profundo e num esquecimento de décadas - conhecemos agora a sua história - virá a renascer do pó das catacumbas de um qualquer depósito, quando na década de 80, José Saramago, recebe por parte do Diário de Notícias, a informação da descoberta e recuperação do original, com um pretensioso convite à sua publicação.
A carga simbólica destes acontecimentos, e a nobre decisão tomada pelos herdeiros de José Saramago, no que toca à sua publicação, coloca esta obra no seu devido lugar, que a ordem cronológica da bibliografia assim o obriga, e que, nós os leitores, temos a obrigação de lhe dar a vida que durante décadas não teve.
A vida e a luz do livro, analogia com o titulo, "Claraboia", enquanto elemento concebido para deixar passar a luz, o sol, o que está para lá de, o pulsar do outro lado, merece todo o destaque. Recuperado e cheio de vitalidade, há que desfrutá-lo... 


Laura Creste, neste apontamento, escolhe seis obras para serem lidas "ao lado de uma lareira".

Aqui, fica o link para o artigo completo, em http://www.bustle.com/articles/50632-december-2014s-best-books-6-titles-perfect-for-you-to-read-right-next-to-the-fireplace

"December is an ideal time for settling in with a thick read. A well-picked book is essential whether you’re in for a long plane ride home for the holidays and you need a distraction, or your extended family has gotten into a political debate after a few glasses of wine, and you need to exit to the living room to read by the light of the Christmas tree to avoid them. (No, just me? Moving on.)
There are quite a few good books released this month — things for fans of history, for instance, plus a new Murakami (!) — but if I have to play favorites, I’d say I’m most excited about Ali Smith’s How to Be Both. It’s actually two books in one (a double-gift if you want to give it!) in a complicated genre-bending sort of way. 
Early December is also a time to worry about finding the perfect gift. I’m sure you’ll be gifting books, but make sure you don’t forget about giving something to yourself, too, to keep you entertained throughout the dreary winter. The ones on this list are a great place to start.
Here’s a reading list that’ll get you through the holidays:

"Skylight" by José Saramago (translated by Margaret Jull Costa)

There’s a great story associated with the creation of this book, Portugusese novelist José Saramago’s first. The book was nearly lost forever when the author sent it to a publishing house in Lisbon in 1953 and never heard back. When the publishing house was changing offices more than three decades later, they found the manuscript of Skylight in a drawer. At this point, Saramago was well-established in the Lisbon literati and he proudly refused their belated offer to publish it. After his death, however, his estate felt that the public deserved a chanced to read the book.
Saramago’s Skylight is an artful depiction of the every day, and the unknown interiors of the people with whom we live. In the novel, husband and wife are miserable mysteries to each other more often than not, and sisterly love is fraught with unsaid drama. A kept woman entertains her patron, though she’s tired of him; a woman married to a cheating husband wins their battle of wills with her absolute scorn; an aunt endeavors to find out what secrets her nieces are keeping from her. With an omniscient narrator presiding over the neighbors in a small apartment building, the reader catches a glimpse into the surprising ways our lives are interwoven with the people around us. Saramago makes a convincing case for the power of proximity as the strongest force in a relationship.
This first book is understandably less polished than Saramago’s later works, but it’s fascinating to see the germ of his theories about love and how people should, above all, be decent to one another here in their earliest forms. He was compelled by the same themes his entire life, and now Saramago fans can discover Skylight like an entryway to the past."


O San Francisco Gate, apresenta a menção ao livro, acompanhando uma pequena biografia de José Saramago

Aqui, o link, 

"Skylight" by José Saramago: review
By Porter Shreve

"After the Portuguese writer José Saramago published his first novel, “Land of Sin,” in 1947, he spent the next several years working on a new book, “Skylight.” But when he delivered his only copy of the manuscript in 1953, his publisher failed to get back to him. Dispirited by this seeming rejection, Saramago dedicated most of his 30s and early 40s to journalism and didn’t write another novel until the 1970s. He brought out a book every year or two thereafter, breaking through with the international best-seller “Baltasar and Blimunda.”
In 1989, the publisher that had held on to “Skylight” for decades contacted the now-famous writer, saying they had unearthed the manuscript after losing it in a move and wanted to publish it. Still not over the slight, Saramago retrieved the novel but refused the offer. He won a Nobel Prize in Literature in 1998 and died in 2010, and only now has his widow, Pilar del Río, decided to publish “the book lost and found in time.”
“Skylight” is a masterwork of characterization, place and point of view. As del Río notes in her preface, it anticipates the complex female characters and many of the prototypes that would appear in Saramago’s later work, “that whole tribe of silent men, free, solitary beings who need to find love in order, however briefly, to break out of their focused, introverted way of being in the world.” The place is an apartment block in a middle-class Lisbon neighborhood soon after World War II during the Salazar dictatorship. The book falls into the small but vibrant category of fiction set in urban buildings whose inhabitants form a cross section of society, a category that includes Emile Zola’s “Pot Luck,” Gloria Naylor’s “The Women of Brewster Place,” Manil Suri’s “The Death of Vishnu” and Alaa Al Aswani’s “The Yacoubian Building.”
At first, the point of view moves like a camera, beginning in the ground-floor apartment of the cobbler Silvestre and his wife, Mariana, on a day they realize they’ll need to take in a boarder to make ends meet. We drift up to the second floor to the seamstress Isaura, who, along with her sister Adriana, barely manages to pay rent on the flat they share with their mother and aunt. Another downstairs neighbor, Justina, appears at their door to complain about the clacking of the sewing machine because it’s interrupting the sleep of her husband, Caetano, an irascible second-shift Linotype operator. On the way back to her apartment, Justina overhears other neighbors, Anselmo and Rosália.
We move to Rosália’s flat, where she’s arguing with her 19-year-old daughter, Claudhina, who has decided to stay home from work on account of a headache. We follow Claudhina downstairs to borrow the phone of the one well-off resident of the block, Dona Lídia, a kept woman who spends her days reading novels and awaiting the thrice-weekly arrival of Paulino Morais. “She knew that the only thing that bound him to her was her body, and so she took every opportunity to show it off, especially now, when her body was still young and shapely.”
Having established each character’s situation, Saramago limits the point of view of the rest of the chapters to individual apartments and the private crises taking place within them. As the focus tightens, the drama intensifies: Silvestre and Mariana’s boarder, Abel, has misled them about his past and turns out to be a mysterious drifter. One insomniac night, repressed, love-starved Isaura finds herself making an advance on her own sister. Caetano’s wandering eye leads Justina to confront him about the women whose photos he carries in his wallet, igniting a series of increasingly unsettling events. And Dona Lídia will live to regret introducing younger, prettier Claudhina to her lover, the man who pays her rent.
The events that fill “Skylight” — adultery, incest, physical, sexual and emotional abuse — are shocking on reflection but within the pages emerge so clearly out of the characters’ loneliness, frustration, longing and misery as to seem inevitable. Perhaps Saramago’s early publisher shelved the manuscript out of fear that Portugal under fascism wasn’t ready for it. But just as he writes toward the end, “At last the day had come when all secrets would be revealed,” it was only a matter of time before a work of such extraordinary honesty and perception would make its way into the world.
Porter Shreve’s fourth novel, “The End of the Book,” was published earlier this year. E-mail: books@sfchronicle.com
Skylight
By José Saramago; translated from the Portuguese by Margaret Jull Costa"



Noiserv - "Palco do Tempo" música do filme "José & Pilar"






Noiserv - "Palco do Tempo"
Música do filme documentário "José & Pilar"

"Deixar coisas feitas pode ser uma forma de eternidade. E um pouco de tudo das tantas coisas que fizeram José Saramago e Pilar del Río é o que vemos em José e Pilar, o filme de Miguel Gonçalves Mendes."


José Saramago, um homem com música e musicalidade dentro de si...

(um homem com música e musicalidade dentro de si...)


“Naquele tempo eu ia à ópera sem pagar. Um porteiro simpático do Teatro Nacional de São Carlos, bom amigo de meu pai, fazia-me sinal para entrar quando faltavam dois ou três minutos para começar a função e os espectadores pagantes já tinham ocupado os seus lugares. Excitado, nervoso, subia rapidamente as íngremes escadas que levavam ao último andar, aonde chegava com o coração a saltar-me da boca. (A porta que o benévolo guardião fiscalizava não dava acesso à plateia nem aos camarotes, era só para espectadores pouco abonados, os que tinham que contentar-se com as torrinhas, que assim se chama aos camarotes de última ordem, e com o galinheiro, cujo nome já está a dizer tudo.) Como eu era um dos que não deixavam sequer um centavo na bilheteira, o meu lugar tinha de ser o galinheiro, se é que, chegando no último segundo, ainda lá encontrava um sítio para me sentar... Por diabólico castigo, exceptuando os pouquíssimos espectadores que se apertavam na primeira fila, ninguém conseguia ver dali o palco por inteiro. A culpa tinha-o o enorme camarote real (presidencial depois da República) que, começando à altura dos camarotes de primeira ordem, trepava pelo teatro acima, quase alcançando o tecto, onde, praticamente, pairávamos. Quando os cantores, cumprindo as marcações de cena, se deslocavam para o lado escondido, era como se tivessem passado para a outra face da lua. Ouvíamos-lhes as vozes (os entendidos afirmavam que a melhor acústica do São Carlos era a do galinheiro...), mas tínhamos de esperar pacientemente que a continuação do enredo trouxesse outra vez os artistas à nesga de palco visível de onde estávamos. Encimando o camarote presidencial e dificultando ainda mais a visão, havia (e lá continua) uma grande e sumptuosa coroa real, de talha dourada, símbolo que sobrou das monarquias passadas, agora reduzida a mero adorno figurativo. Com propriedade e com rigor, porém, o que víamos não era a coroa na sua plenitude aparente, a que oferecia a sua magnificência e o seu esplendor aos espectadores privilegiados dos camarotes e da plateia. Nós, os do galinheiro, tínhamos de contentar-nos com o reverso dela, a parte de trás, o outro lado, numa palavra, a ausência. Sim, a ausência. Ou porque tinha querido poupar algum dinheiro em madeira e em folha de ouro, ou porque acharam que as pessoas que viriam a sentar-se ali não eram merecedoras de mais consideração, a coroa do Teatro nacional de São Carlos não é uma coroa completa, é três quartos de coroa, ou ainda menos. Lá dentro, amparando a real estrutura, viam-se naquele tempo uns sarrafos mal aplainados, fixados com pregos torcidos, muito pó, teias de aranha, alguma vingativa e republicana ponta de cigarro. Como se alguém, nesses distantes e ingénuos dias, tivesse acendido a luz que haveria de iluminar-me a existência, compreendi que o ponto de vista do galinheiro é indispensável se realmente quisermos conhecer a coroa.”