Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

terça-feira, 8 de março de 2016

Citador #45 - Alusão a Jorge de Sena

"Esta grande admiração pessoal [por Jorge de Sena] tem a ver por ele ser o tipo de pessoa que eu aprecio: frontal. Às vezes mesmo violento na expressão, basta recordar o célebre discurso da Guarda em que ele dita água gelada nas fervuras patrióticas [da Revolução de Abril] que se esperavam e que aconteceram realmente. Nessa comemoração disse: “Vocês estão a comemorar um país que não existe e eu venho aqui dizer-lhes que país temos, pelo menos em minha opinião”."

João Céu e Silva - "Uma longa viagem com José Saramago"
Porto Editora, 2009

Sobre o universo das suas personagens femininas - 8 de Março de 2009 (no Dia Internacional da Mulher)

Pilar del Río força motriz de José Saramago

O post foi publicado no blog "Outros Cadernos de Saramago", e pode ser recuperado, aqui
em http://caderno.josesaramago.org/30328.html


8 de Março (de 2009)
"Acabo de ver nos noticiários da televisão manifestações de mulheres em todo o mundo e pergunto-me uma vez mais que desgraçado mundo é este em que ainda metade da população tem que sair à rua para reivindicar o que para todos já deveria ser óbvio… 

Chegam-me informações oficiais de solenes instituições que dizem que pelo mesmo trabalho a mulher cobra 16 por cento menos, e seguramente esta cifra está falseada para evitar a vergonha de uma diferença ainda maior. Dizem que os conselhos de administração funcionam melhor quando são compostos por mulheres, mas os governos não se atrevem a recomendar que quarenta por cento, já não digamos cinquenta, sejam compostos por mulheres, ainda que, quando chega o colapso, como na Islândia, chamem mulheres para dirigir a vida pública e a banca. Dizem que para evitar a corrupção na organização do trânsito em Lima vão colocar guardas mulheres, porque se comprovou que nem se deixam subornar nem pedem coimas. Sabemos que a sociedade não funcionaria sem o trabalho das mulheres, e que sem a conversação das mulheres, como escrevi há algum tempo, o planeta sairia da sua órbita, nem a casa nem quem nelas habitam teriam a qualidade humana que as mulheres colocam, enquanto os homens passam sem ver, ou, vendo, não se dão conta de que isto é coisa de dois e que o modelo masculino já não serve.
Continuo vendo manifestações de mulheres na rua. Elas sabem o que querem, isto é, não ser humilhadas, coisificadas, desprezadas, assassinadas. Querem ser avaliadas pelo seu trabalho e não pelo acidental de cada dia.

Dizem que as minhas melhores personagens são mulheres e creio que têm razão. Às vezes penso que as mulheres que descrevi são propostas que eu mesmo quereria seguir. Talvez sejam só exemplos, talvez não existam, mas de uma coisa estou seguro: com elas o caos não se teria instalado neste mundo porque sempre conheceram a dimensão do humano."

Presentadas las bases del IV Premio de Narración Corta José Saramago organizado por el IES Tías

A notícia, publicada pelo "El Periodico de Lanzarote", pode ser consultada e lida, aqui


"El Ayuntamiento de Tías, el AMPA Los Fragosos y A Casa José Saramago también colaboran en este certamen literario que está dotado con premios de hasta 350 euros. Podrán participar todos los alumnos de Educación Secundaria de Lanzarote y las obras deberán ser entregadas antes del 12 de abril"

"A Casa José Saramago acogió el pasado viernes la presentación de la cuarta edición del Premio de Narración Corta José Saramago que organiza el IES de Tías en colaboración con la concejalía de Educación del Ayuntamiento de Tías, A Casa José Saramago y el AMPA Los Fragosos. En el acto estuvieron presentes la concejal de Educación de Tías, Aroa Pérez, así como representantes de A Casa José Saramago, del AMPA Los Fragosos y del IES Tías, además de la autora del cartel de este premio narrativo, Mª Teresa Parrilla, alumna del IES Tías.

Durante la presentación de este IV Premio de Narración Corta se dieron a conocer las bases publicadas en la web del Instituto de Tías y que establecen que podrán participar todos aquellos alumnos matriculados en los diferentes centros de Enseñanza secundaria de la isla de Lanzarote, cuyo límite de edad será de 22 años.

Las obras, originales e inéditas, deberán presentarse antes del próximo día 12 de abril y tendrán una temática de libre elección. La extensión no superará las cuatro páginas DIN-A4 con un interlineado de 1.5 y a una sola cara. El tipo de fuente será Times New Roman y el tamaño de la letra, 12.

Los interesados en participar en este certamen literario deberán entregar sus obras en el IES TÍAS en un sobre cerrado con seudónimo, título en el exterior del mismo y año de nacimiento antes del próximo día 12 de abril. En ese sobre se incluirá otro sobre cerrado con el seudónimo en el exterior y adjuntando en el interior el nombre completo del autor/autora, la edad, el curso, el centro educativo y la fotocopia del DNI/NIE.

Un primer premio de hasta 350 euros

En las bases también se establecen dos categorías según edades, una para los nacidos antes de 2000, incluido, con dos premios: un primer premio dotado con 350 euros y un lote de libros del Premio Nobel José Saramago, así como un segundo premio dotado con 200 euros y un lote de libros del mismo escritor. En la segunda categoría para los nacidos a partir de 2001, se otorgará un primer premio dotado con 150 euros y un segundo premio de 100 euros.

Asimismo, el jurado estará compuesto por el profesorado del Departamento de Lengua castellana y Literatura del IES Tías. Dicho jurado podrá declarar desierto cualquiera de los premios. El fallo tendrá lugar el viernes 22 de abril de 2016 y será inapelable."