Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

A Fundação José Saramago anuncia o início das comemorações dos 35 anos da obra "Levantado do Chão"

(artigo em "O Diário" (25/02/1980)

Aqui pode ser consultada a iniciativa, via página da Fundação José Saramago,

"No dia 22 de fevereiro de 1980 José Saramago apresentou na Casa do Alentejo o livro Levantado do Chão. Embora já tivesse publicado dois romances, contos, teatro, poesias e crónicas, foi com esse retrato de três gerações de uma família do Alentejo que José Saramago começou a sedimentar a sua carreira literária. Aos 57 anos, o escritor português inaugurava uma maneira própria de narrar que o acompanharia até ao final da vida.

Como diz no posfácio do romance, do chão levantam-se os homens, as esperanças e os livros. E Levantado do Chão também levantou um escritor. Não apenas pela sua qualidade literária, mas também pela sua simbologia, esse é um dos títulos fundamentais na obra de José Saramago. “Penso que as duas obras que marcam a minha narrativa, que eu dividiria em dois períodos distintos, e que mostram os meus sinais de identidade são Levantado do Chão e o Ensaio sobre a Cegueira”, disse o escritor em 2007, numa entrevista a Andrés Sorel.

E é por isso que neste mês de fevereiro, quando se cumprem 35 anos da publicação dos primeiros exemplares desse título, recuperaremos na nossa secção Memória entrevistas, reportagens e outros documentos que nos ajudarão a recordar o nascimento desse livro.

Durante todo o mês a página da Fundação José Saramago será alimentada com materiais sobre esse romance. O primeiro deles é esta notícia do dia 25 de fevereiro de 1980, do jornal O Diário, sobre a apresentação do livro na Casa do Alentejo."

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