Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

domingo, 11 de dezembro de 2016

"Baltasar Garzón" - Revisitar "Outros Cadernos de Saramago" (11/12/2008)

Revisitar "Outros Cadernos de Saramago"
http://caderno.josesaramago.org/16228.html

Quinta-feira, 11 de Dezembro de 2008

"Baltasar Garzón"
"Apesar do tempo agreste, com chuva a espaços e frio, o cinema estava cheio. Carmen Castillo temia que as duas horas e meia de projecção do seu documentário acabassem por fazer desanimar a assistência, mas não foi assim. Nem uma só pessoa se levantou para sair e, no final, com os espectadores rendidos à força das imagens e aos testemunhos estremecedores dos membros do M.I.R sobreviventes da ditadura, Carmen foi aplaudida de pé. Nós, os da Fundação, estávamos orgulhosos daquele público. Havia confiança, mas a realidade excedeu as previsões mais optimistas.À hora a que escrevo, mais de duzentos mil exemplares da Declaração Universal dos Direitos Humanos circulam nas mãos de outros tantos leitores dos jornais Diário de Notícias, de Lisboa, e Jornal de Notícias, do Porto. E hoje, dia 11, será a vez de Baltasar Garzón, que vem expressamente de Madrid para falar de direitos humanos, de Chile e de Guantánamo. Tal como a homenagem às Letras Portuguesas que se realizou ao fim da tarde com grande êxito, a conferência de Garzón será na Casa do Alentejo, às 18 horas. É uma boa ocasião para aprender. Sim, para aprender."

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