Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

"José Saramago Nas suas palavras" edição de Fernando Gómez Aguilera

"Considero-me um escritor realista mas não um romancista realista. O romance é um lugar literário onde tudo pode e deve caber. O romance é a expressão total.
Aspiraria a que ele fosse uma espécie de suma, reunião de todos os géneros, lugar de sabedoria. Nele estão a epopeia, o teatro, a reflexão filosófica ou filosofante… Esta é a minha ambição. Está fora de questão discutir agora se o consigo ou não, mas é a isso que eu aspiro. E é por isso que o narrador nos meus romances tem um papel todo poderoso."

“O cerco a José Saramago”, Expresso, Lisboa, 22 de abril de 1989 [Entrevista a Clara Ferreira Alves].

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