Perguntam-me não raras vezes:
- "Qual o livro de José Saramago que mais gostaste de ler?"
A resposta que pode ser dada a cada momento:
- "Impossível de dizer... não sei responder, não seria justo para com outros (livros) não nomeados. Mas uma coisa sempre soube. Uma obra de Saramago, enquanto "pseudo ser vivo" ou com "gente dentro" tem que me raptar, prender-me, não me deixar sair de dentro das suas páginas. Fazer de mim um refém, e só me libertar no final da leitura... mesmo ao chegar à última página. Aí, o "Eu" leitor que se mantém refém, liberta-se da "gente que a obra transporta dentro" e segue o seu caminho.
Mas segue um caminho que se faz caminhando, conjuntamente com mais uma família"

Rui Santos

sábado, 11 de janeiro de 2020

10 de Janeiro de 1994 - "Cadernos de Lanzarote II"

"De Jerusalém telefona-me a minha tradutora, Miriam Tivon, para me dar notícias do Evangelho (excelentes), mas sobretudo para informar-me de que um fotógrafo de Israel (dos melhores, segundo Miriam) quer convidar-me a escrever algo sobre fotografias suas, e de tudo, imagens e palavras, fazer depois um livro. Se lembrar que já tenho um compromisso com Arno Hammacher, o amigo holandês que aqui passará todo o mês de Fevereiro a fazer fotografias para um livro seu e meu sobre Lanzarote, começarei a desconfiar que os fotógrafos deste mundo andam, sinistramente, a passar palavra uns aos outros..."

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