11 de Outubro (de 1995)
"Cavaco Silva saiu do PSD e anunciou a sua candidatura à presidência da República. Para não escapar ao nariz-de-cera de qualquer candidato, tanto dos passado como dos futuros, já foi prometendo que será «o presidente de todos os portugueses». Como quem diz «O que lá vai, lá vai.» Se Portugal não perdeu de todo a vergonha, este homem inculto e autoritário nunca será presidente da República. Mas se, por um absurda viesse a ser, presidente «meu» é que ele não seria, fossem quais fossem as circunstâncias. Em tal caso, exigiria simplesmente dos serviços de secretaria de Belém que retirassem o meu nome dos ficheiros que lá têm. Não quereria ter de vir a recusar a saudação a um presidente que foi primeiro-ministro do governo que exerceu censura sobre um livro. Não cabe nas minhas forças evitar a existência dos «dráculas», mas nada poderá obrigar-me a apertar-lhes a mão."
in, "Cadernos de Lanzarote Diário III"
Caminho, página 174 (11/10/1995)
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